sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

vinte segundos... e é natal outra vez!

sim. já passou um ano, meu bom amigo!
vinte
penso em ti muitas vezes por seres o exemplo da amizade inesperada.
tão diferente de mim, quase te confundo com a voz da minha consciência, a do meu "eu" que vezes e vezes sem conta se anula.
o presente sem laço nem embrulho...
como é que se oferece a alguém um presente que não é físico? "vai para a rua. observa. descreve. cheira. ouve. sente. escreve."
o verbo...
escrever o quê?? que tenho eu a dizer? será que ainda sei alguma coisa de gramática e pontuação e vocabulário? quem quererá saber? ou ler?
é um facto: há algo/alguém que nos rodeia. pode ser Deus, pode ser energia, pode ser luz, podem até ser pessoas que nos orientam de alguma forma... é o que quiserem.
quando, há uns tempos, li um artigo sobre pessoas tóxicas não absorvi nem metade da informação excepto o efeito contrário que aquele texto teve em mim: as pessoas-luz! aquelas com as quais nos sentimos sempre bem independente do número de vezes que contactamos por semana ou não. percebi o bem que estava à minha volta, o bem que me querem.
comecei a escrever no segundo dia do primeiro mês de 2016. vinte segundos passaram a uma hora e... cento e trinta e três textos depois, o sentimento de dever cumprido é avassalador ainda que insatisfatório... agora quero mais, quero melhor!
o bem não se agradece, multiplica-se; e este texto não é uma promessa mas um desejo de continuidade. e acima de tudo, um agradecimento.

aos curiosos o nome do blogue:
NAFTALINA AOS SALTOS.
naftalina remete ao que está guardado, certificado que não se deteriora com o tempo assim são as memórias e as experiências que partilho.
aos saltos vem de uma piada entre amigos, é uma expressão. refere-se a quando que se tem algo na ponta da língua para contar e que não se consegue segurar como se fosse uma batata quente nas mãos ou uma bolinha saltitona.

FELIZ NATAL.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

as medidas das mulheres baixinhas!

gosto tanto do BI (bilhete de identidade), não me apetece nada ter de mudar para o cartão de cidadão!, lembro-me tão bem de dizer isto à minha amiga S. como se tivesse acabado de o fazer.
aos dezasseis anos, salvo erro, fiz o cartão de cidadão pela primeira vez; e lá fui eu, ao registo civil.
do outro lado do balcão alto, a senhora levantou-se, tirou os óculos e disse: "medes p'raí um metro e meio!"; desculpe?! não me vai medir?? "não, não; não é preciso! desconta-se a sola e é isso!"Foto de Naftalina aos saltos.
ah! saí parva dali. como é que era possível alguém me tirar as medidas assim, a olho nu?? oh pah só comigo!!
quando recebi o cartão constatei o óbvio: 1,50m de altura! por amor da santa! ninguém mede 1,50m!
o ano passado ou o outro, sei lá!, tive de fazê-lo novamente. 
ah, ah! desta vez é que é! vou exigir que me meçam!
cheguei. disse boa tarde. a senhora do registo civil é muito castiça: de cabelo curto junto às orelhas; na casa dos seus quarenta anos avançados; a saia pelas canelas evidencia-lhe o corpo em forma de pêra; e os óculos presos pelo fio para que fiquem suspensos a meio do peito, onde o olhar é sobre as hastes, disse-me assim: descalce-se e suba para ali, para vermos quanto mede!
olhe, exclamo eu, contentíssima da vida, acho muito bem! (e contei-lhe a história)
portanto... analisava ela... esteja direita... não se estique! não se ponha em pontas dos pés. 
confesso que me estiquei um bocado a pensar que conquistava orgulhosamente dois ou três centímetros quando, sem esperar, a senhora pensa alto: 1, 48m.
desculpe?! o que disse??
a menina tem 1,48m.
oh senhora, por amor de deus!! deixe lá isso estar como estava!!! não me vai tirar dois centímetros!!! quer dizer, nenhuma autoridade vai andar com uma fita métrica a confirmar se tenho 1,50m ou 1,48m.
menina! regras são regras e a menina mede 1,48m! que diferença faz?
precisamente!

quando o cartão de cidadão chegou a casa, constatei: 1,48m. oh pah! a sério??

ainda bem que inventam dias para tudo, e hoje é dia das mulheres baixinhas! olha... é como diz o ditado português: "a mulher portuguesa quer-se como a sardinha!"

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

o mundo, a tecnologia e a nabiça!

quando eu tinha dez anos e comecei a escrever uns versos num caderno preto de linhas finas, azuis, não imaginava as voltas que o mundo dá e as que deu com a tecnologia, o malandro!
era tudo tão simples e tudo tão pacato: pegar num lápis, numa esferográfica e com maior ou menor paciência ou tempo rascunhar qualquer coisa. tenho à volta de uns cinco ou seis cadernos assim de manuscritos.
hoje em dia, é todo um mundo desconhecido!

escrever online já é meio caminho andado para perceber que é muito fácil perder o controlo daquilo que é escrito ainda que aliciante: abrir as estatísticas da plataforma e constatar quais os sistemas operativos usados, quais as fontes de tráfego, os países que me encontram... meio mundo atrás de uma tela. e um leque de sugestões à mão de semear: canais de youtube, página no pinterest, no twitter, no facebook, instagram! (...) oh tantas que eu não conheço nem os símbolos!
a swonkie dá uma ajudinha, é verdade! mas tanta nabice do meu lado dá para fazer uma sopinha para quinze dias! 
é muita coisa para processar... se eu fosse uma ilustração de BD aposto que o meu cartonista, neste momento, desenhava um balão de pensamento com a palavra loading apoiada na barra de carregamento (já lá vai o tempo que as reticências eram donas e senhoras do suspense).
pois, vocês riem-se! mas eu ainda sou do tempo que os telefones eram realmente fixos; não existiam telemóveis nem telenovelas de hora a hora; não se ouvia falar em internet; as codrelhices sabiam-se à saída da missa e à porta da taberna. hoje em dia basta entrar no perfil de um qualquer amigo online e é uma aventura entre o novo e o velho acordo ortográfico, e erros orto-básicos, frases mal construídas que transformam o leitor em disléxico.
ah! e em miúdos não podíamos fazer caretas mas agora inventaram o snapchat!
e o meu pai ralhava comigo quando dizia "bué isto; bué da bué; bué da bom! ..." e, hoje em dia, os estrangeirismos predominam na nossa língua materna; bem, pelo menos ainda é tudo filho do latim até o chinês se lembrar de tutelar a língua de Camões!

facebook... youtube... e-mail... snapchat... twitter... instagram... swonkie... pinterest...
blogger... wordpress... 

oh mundo gigante!





segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

gata borralheira agita o corpo morto

há novos ventos nas redondezas. há um aroma no ar que não é familiar. a noite até parece mais escura e esta estação mais fria que o habitual. 
as músicas de natal já são companhia tradicional da época; dão um certo alento nos dias cinzentos e outro encanto em dias solarengos como o de hoje. são um aconchego à alma. eu adoro o natal. as luzes... a decoração... o espírito que se vive é contagiante.
o vento assobia na janela e a chuva quando cai, cai cheia de energia. enfio-me cobertor adentro, podia hibernar, penso...
dezembro. dezembro voltou. voltou com frio. com o prenúncio de amor. com luz. ou não!
a dias de mais um ano novo chegar constato que ansiamos sempre muito pela sua chegada por todos os motivos óbvios mas, a verdade, é que depois da meia noite já a Cinderela virou gata borralheira e para se reverter essa situação é uma questão de minutos, nada mais.
e eis um mundo novo cheio de surpresas, oportunidades, novidades...
afinal, é só um dia a mais que hoje. 
se calhar hoje é só um dia com falta de fé.
gata
foto de DTRPRODUÇÕES


valha-nos as bolas que reflectem outra perspectiva do mesmo rosto de sempre; as fitas que dão o seu très chic-a-valer; as luzes natalícias que sempre criam aquele ambiente in; a música que acalenta o coração e sempre agita o corpo morto ao passo que os dedos estalam de animação.
sabes que mais?! quem quer que sejas. vou atirar com as bolas ao ar! vou atirar as fitas fora, enrolar-me nas luzes de natal, alguma me há-de iluminar as ideias porque cantarolar não é o meu forte também e o vento... bem, o vento baralha a rosa dos ventos de qualquer forma mesmo!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Wtf is wonkiqualquercoisa??? swonkie!

swonkie. a novidade.
swonkie

achei um máximo (ou não!), no outro dia, vi que tinha comentários (uau!!) aos meus posts aos quais não dei resposta porque não sabia que eles estavam lá. um deles era da swonkie.
humm... oh deus! o que é isto?? mais uma modernice tecnológica e eu não percebo nada disto! 
- Gooooogleeeeee!!!
também perguntei ao facebook mas ninguém me soube responder bem. a M., uma pessoa calma que só ela, envia mensagem para o messenger assim:

"Wtf is wonkiqualquercoisa???"
a minha resposta:
"tou a descobrir."

na teoria, são só vantagens, só falam bem. estou maravilhada!
na prática, este post é o primeiro, através da nova plataforma, vamos ver como corre.
a ideia é bastante interessante: unir o blogue às novas ligações ao mundo do século XXI: as redes sociais sejam elas quais forem já que cabe ao administrador escolher as que pretende associadas.
até posso tornar o naftalinaaossaltos poliglota!
é todo um mundo de descoberta! estou... não é que não esteja entusiasmada mas é mais um sentimento de receio, medo têm os ratos!
bem... vou publicar! 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

há dias de manhã em que uma pessoa à tarde não pode sair à noite!

segunda-feira de manhã... que bem se está na cama... 07h30. está na hora! bah! mais uma semana...
começa a rotina:
  • o saco do ginásio preparado
  • almoço feito
  • lanche a jeito
  • farda impéc.!

o relógio marcava 08h30, vou-me embora.
que é da chave de casa?! oh f***! ficou no carro,
again! a melhor pessoa para me socorrer é o meu bendito sogro. e o sinal de chamada tocou, tocou, tocou... e nada. liguei para o telefone fixo. o coitado do senhor ainda estava deitado mas veio salvar-me a pele. eu ainda gostava de saber onde raios pus a porcaria da chave suplente da casa, cá em casa! odeio arrumações! 
foram uns quinze minutos de espera mas pareceram uma eternidade!
finalmente o meu rico sogro chegou e lá segui caminho à Lourinhã! liguei o carro, carreguei no botão da rádio, sintonizei na minha preferida e eis que está a dar a pior banda de sempre, os ABBA, só de escrever já me causou arrepios! mudei de imediato a estação e, já na ip6, confesso que pisei demasiado o acelerador mas queria a todo o custo minimizar o atraso e consegui um avanço no tempo generoso, porém, à saída da ip apanho um jipe da gnr que tive de gramar quase um quilómetro a 70km/h o que, bem vistas as coisas, não era tão devagar assim; quando finalmente o senhor resolveu sair da minha frente, pouco me adiantou puxar pelo velocímetro porque logo apanhei um camião. 
por sorte, após os semáforos, o senhor motorista mudou de direcção e eu acelerei mais um bocado mas claro, não tive sorte, alcancei um mercêdes-banheira. credo!!! mais alguma coisa!!??? só espero encontrar com facilidade estacionamento, rezei! assim que tive uma abébia, ultrapassei o empecilho!
cheguei ao estacionamento. claro que não há lugares disponíveis! já passam dez minutos das nove!!! estacionei numa esquina, peguei nas minhas coisas e dirigi-me a passo apressado para o trabalho, que o boss ainda não tenha chegado! odeio chegar atrasada!!
óptimo!... olha que bonito!!.. dois lugares vagos. dois!!! e um carro com a marcha-atrás posta! qual é a probabilidade?! acabei de passar aqui à um minuto e nem um, um só era preciso!!!
cheguei. (finalmente!) troquei  de roupa. comecei a trabalhar!

um bom bocado depois, já com os ânimos mais calmos, arrumei as minhas coisas como deve ser e aí reparei que por sorte o meu caos matinal não foi maior: o meu saco (de papel) onde levava a marmita, os lanches, as fardas, a água tinha um buraco no fundo do saco do tamanho do mundo. olha se aquilo se desfaz?! também não era a primeira vez!!

puf! oh manhã difícil!

domingo, 27 de novembro de 2016

Missão Pijama!

eu nunca fui a uma festa do pijama assim como nunca dormi fora de casa a não ser duas ou três vezes na casa de uma tia ou já depois de ser maior de idade e namorar (oficialmente, se é que me entendem kkkkkkkk).
o dia do pijama, pensava eu até agora, que era mais um dia como qualquer outro banal porque hoje em dia há dias para tudo e para todos!
mas afinal não é bem assim. é verdade, sim senhora, que tem a sua vertente lúdica porém, e bem mais importante, um lado solidário, outro educativo. esta data defende o direito de todas as crianças crescerem no seio de uma família principalmente aquelas que, pelos mais diversos motivos e situações, se encontram sem a sua e estão provisoriamente em lares de acolhimento, por exemplo. a ideia do pijama, penso eu, veio um pouco dos remotos tempos de velhos orfanatos que davam aos órfãos a vestir o pijama. assim sendo, todo o dinheiro angariado reverte a favor das benditas crianças quer em artigo (brinquedo ou roupa) quer em dinheiro.

a maravilhosa zin desafiou a turma, na semana passada, a sacar o pijama do armário e zumbar de pijama. claro que sim!, toda a gente aceitou a brincadeira por uma causa nobre.

***

uma semana depois...
era de caras que não fosse só de pijama e o bom de ter amigas loucas é que deixam de ser amigas; são promovidas a cúmplices e que belas e jeitosas que elas são!
material fundamental para ir à velhina:
  • rolos para o cabelo
  • touca de rede
  • camisa de dormir com bordados e folhos

depois lembrei-me de ir  ao chinês à procura de uma peruca e encontrei uns óculos de graduação fundo-de-garrafa - comprei-os!
fui a outro chinês. e quando já tinha desistido lá vi as benditas caixas de perucas mais ou menos berrantes. comprei uma de cabelos brancos, muito comprida. 
a minha mãe já me tinha dado as camisas de dormir, das quais eu tão bem me lembrava de quando era miúda, e um penico! escolhi uma amarela, quase maior que eu, com uma gola de bainha  bordada e com umas flores bordadas a linhas finas!
saí a horas do trabalho e voei directa para me ir arranjar! levei comigo uma surpresa.
esta noite prometia: até ao pai da M. conseguimos vestir de velhinho, enfiar-lhe o penico cabeça abaixo e arrastá-lo até à aula! antes de sairmos o avô da M. emprestou-nos as bengalas!
todas as alunas se juntaram no hall de entrada. decidimos que entraria eu, dedicadíssima à minha personagem, com o pano-da-meia-noite ao ombro, de braço dado com o pai da M., que nunca tinha ido a uma aula que fosse e ambos de bengalas nas mãos. jamais a R-ct nos reconheceria! 
e não reconheceu mesmo! as meninas entraram logo de seguida e foi um fartote de rir! melhor mesmo foi quando simulei um tropeço e deixei cair uma placa de massa cor-de-rosa quase completa! entre gargalhas e espantos foi a loucura da velhinha, de cabelos brancos e bengala alçada, danada pela placa que não se segura!
a aula começou e a bengala com ela. a placa foi para o bolso mas os pulos eram tantos que por várias vezes tive de a salvar de uma valente pisadela! óbvio que ao fim de meia hora foi necessário larga-los, só os óculos se aguentaram e a camisa que mais tarde tive de tirar também tal o tamanho dela e o calor que tinha!

por fim, todas nos divertimos.
no fim, todas contribuímos monetariamente.
fica aqui também a dança-canção, do AGIR da Missão Pijama 2016.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Parabéns Trilhos do Mar


ainda sobre o aniversário...

depois de muita insistência da parte do amigo O. para me juntar às caminhadas organizadas por este grupo, os Trilhos do Mar, em janeiro deste ano lá se proporcionou a experiência, após, também, tantos desencontros e imprevistos.
lembro-me que ia entusiasmadíssa, a primeira caminhada organizada - geralmente punha-me a andar sem percurso definido quanto mais destino - Lisboa, que tanto ainda tenho a conhecer. por causa de três fotos a cada passo que dava já não me esqueceram e eu já não lhes dei descanso! 
receberam-me sempre muito muito bem e no pouco que posso vou retribuindo o carinho; aos poucos se vai fortalecendo uma relação de amizade e companheirismo! cada um do seu jeito mas todos com algo em comum: o ar livre, a caminhada, o convívio, resumindo: os Trilhos do Mar, que é tudo isto e é muito mais.
Desejo, sinceramente, que mais um ano venha cheio de novos locais a descobrir ou dos mesmos locais se sempre com outra perspectiva, com as mesmas pessoas de sempre e com novas também. e que eu possa concorrer a arroz doce e fotografe tudo! parabéns pelo 4° aniversário!

65ª Caminhada - Trilhos do Mar: Trilho do Carvoeiro (6ªedição)

ufa! que agitação!
sábado à noite, que já era mais madrugada, marquei o despertador para as 08h15min. devia ter sido era p'raí 07h45min, foi logo uma correria depois de ver, com olhos de ver, que chovia. chovia... a bom chover! 
tudo a postos, toca o telemóvel: a jeitosa da P. não vai, 'tá de chuva! (por falar nisso é preciso arranjar um plano B para as nossas caminhadas)
09h00 da manhã, pontuais como nunca, lá estava a fotógrafa de serviço de telemóvel em punho que além da chuva ainda havia o vento e lama e limo e mais vale prevenir que remediar, não vá o diabo tecê-las, apesar de irmos em direcção aos Remédios e porque o que não tem remédio remediado está, acho que nem com o grupo dojo zen teria impacto suficiente numa qualquer tragédia ligada à bendita máquina daí o telemóvel em punho para qualquer eventual foto.
filmes aparte, como eu ia a dizer, beijinhos e abraços e galanteios e gracejos lá partimos às 09h30, mais coisa, menos coisa, do Clube Naval de Peniche rumo a uma simpática voltinha (09km) que nos proporcionou um contacto com o Dojo Zen, e de seguida, o Museu da Renda de Bilros para, depois, atacarmos o bolo no &guarias
rumámos a caminho do bairro do Visconde sob a vigilância da Fortaleza e o cheiro nauseabundo característico do carreiro. 
apanhámos uma ventania!!... o passo acelerado não permitiu que o frio entrasse no corpo se bem que fácil, não foi, de um lado a chuva, do outro o vento, aqui e ali entre as velhas casas de pescadores a corrente de ar fazia frente à do mar que enfrentava, destemidamente, as escarpas, por ali acima. 
fomos ter à praiinha do Portinho d'Areia e dali, sempre pelo interior, fomos ter à marginal sul rumo ao farol. entre os chorões matei saudades das camarinhas, um fruto muito pequeno, selvagem, semelhante aos mirtilos na forma mas de cor branca. muito gostoso.
foto de grupo!!
Deus do céu! que ventania! que chuva! não houve impermeável que me tivesse salvo daquela molha!! até o telemóvel se embaciou!

Dojo Zen.

descemos então a marginal. bebi uma ginjinha para aquecer no café do largo dos Remédios e fui conhecer o  Dojo Zen. 
sente-se ali uma presença, uma paz, um estar, um sentir, talvez, um sentir diferente como se o ar não fosse o mesmo que aquele que o vento soprava na janela branca da casa que, noutros tempos, havera sido um externato. deixou-me curiosa ainda que não acredito que seja ali que encontre a minha paz.
apressei o passo, corri um bocadinho e consegui apanhar um pouco do grupo. encontrei o sr. M., que foi um grande apoio para mim no caminho para Fátima e até o grupo se reunir foram dois dedos de prosa muito bons. é uma pessoa encantadora. politicamente correcto, de uma simpatia e um sorriso no rosto sempre presente!

o museu.

a-do-rei! 
já me fascinava o facto de terem restaurado um prédio antigo, fechado há anos! sou absolutamente contra deitar abaixo aquilo que pode ser reaproveitado mais que não sejam as fachadas! o futuro nunca terá sustentabilidade sem um passado presente!
depois apaixonou-me o cuidado que tiveram em pensar nas pessoas que têm limitações físicas assim sendo não só o chão tem um percurso a meio que se distingue pelo material como as paredes possuem as placas de identificação com braille! inteligente e complacente.
e então, não menos importante como é óbvio, mas porque os últimos são os primeiros, a arte! se há coisa que não vem no meu ADN é o jeito para dona-de-casa-seja-de-que-forma-for-a-não-ser-por-obrigação! o que não quer dizer que eu não me perca de amores por trabalhos manuais que incluam linhas e agulhas. a renda de bilros ainda tem a agravante da quantidade de peças que dançam de dedo em dedo como se fosse o corridinho! ah! é que não falamos só em naperons! eu até vou deixar aqui registado que as rendilheiras penichenses deveriam ser tidas em tão ou melhor conta que os grandes nomes da alta costura - não são poucos os prémios nem menos complexos os vestidos, os sapatos, as jóias!
a entrada é gratuita! e é favor escrever uma nota de meia dúzia de letras sobre o espaço ou a exposição que visitam, se faz  favor!

o almoço.

terminada a visita, regressámos ao carro. a vantagem desta caminhada foi a possibilidade de vir a casa trocar de roupa que ainda permitiu um duche quente. que fome! que chuva! (ainda!)
almoçámos no &guarias, conhecido pela alcatra açoreana no pão e no prato mas o almoço era outro: bacalhau com natas ou grelhada mista! tudo agradável como de costume ena maior das simpatias.
a sobremesa? o bolo de aniversário, claro! deli-ci-o-so! muito bonito também, muito perfeitinho! e de-li-ci-oso realmente!

representada pela GardunhaViva cá estava o sr. A. com o seu acórdeão. de Alcongosta só guardo boas memórias, muita pena tive eu de depois das cerejas não provar as castanhas... enfim! águas passadas. e o sr. A. é uma dessas memórias boas. de uma simplicidade no olhar, cativa qualquer pessoa com um sorriso ainda de menino.

a festa continuou cá por casa mas isso fica só pelas fotografias quase inexistentes (risos!!)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

crhoma key aos gritos!!

Girls Sábado à noite querem vir cá a casa fazer umas fotos de Natal?
ou Sexta, depois do Zumba Lol


oh D. nem sabes no que te estás a meter!, pensei.
depois de um longo dia de trabalho, sim, a passada sexta-feira parecia interminável! a primeira vez que olhei para o relógio era onze e trinta; quando voltei a olhar eram onze e trinta e cinco! a tarde não foi melhor, porém, saí a horas.
sexta-feira é dia, ou melhor, é noite de zumba com la belle zin R-ct para além das já habituais coscuvilhices entre comadres e, desta vez, com direito a uns flashes!
sem grandes ideias para um resultado estrondoso a solução foi fazer pose e deixar o nervosismo do mindinho tomar conta da fotógrafa e a imaginação de nós, que, curiosamente, se revelou uma tarefa excêntrica, não sei se difícil não sei se alcançável - tantas hipóteses nas mãos... o improviso do momento, os disparates habituais, as gargalhadas do costume! a única regra era não levar nada vestido que fosse verde. e daqui... o mundo do faz-de-conta de verdade ali!
à mini árvore de natal roubei-lhe o cordão de bolinhas vermelhas; nas luzes natalícias enrolou-se a M.; um barrete para uma, outro para a outra. só faltava o Jingle Bells! ainda coloquei uma pinha pequenina, pintada de branco, pendurei numa das orelhas pelo delicado cordão prateado, qual brinco mais apropriado para a época!
confesso, no outro dia, quando fazia zapping pelo feed do facebook, encontrei um post sobre dois irmãos que decidiram retratar algumas fotos de infância. eu também gostava de proporcionar umas boas gargalhadas à minha rica mãesinha não fosse 90% das minhas fotografias eu estar nua! nua no banho (o que até faz sentido), nua no campo, nua no sofá...
adiante! mini árvore de natal quase desfeita, umas collants rasgadas, o meu joelho em sangue sabe-se lá porquê, demos por terminado o natal!
e foi sempre a descambar! o mais nem-pensar foi a escolha óbvia e o pior-resultado nem sequer foi hipótese de rótulo porque foi imediatamente escarrapachada a medalha de mérito!
o meu sexappeal resolveu tirar a noite de folga ao contrário da minha criança interior que estava com um ataque de hiperactividade. a M. nem vale a pena constatar coisa alguma, que pedaço de mulher!
foi uma experiência extraordinária! o tempo voou. soube-nos a pouco. se calhar porque a fotógrafa só tirou setecentas fotografias! o desgraçado do mais-que-tudo da D. é que teve de levar connosco, nem direito teve ao merecido descanso, até os chinelos lhe tirámos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

politiquices!!

nos dias de hoje toda a gente fala de tudo sobre tudo e sobre nada. 
filosofias aparte vou aventurar-me em politiquices!
há uns tempos atrás, p'raí uns vinte anos, a palavra Trump iria ser lida por mim assim: tr(uuuu)mp com u não foneticamente com a o que nos leva em bom português a trampa que é o mesmo que shit (isto em estrangeiro ganha outro charme).
há menos anos atrás percebi que os filmes americanos, a maioria, são de uma hipocrisia excepcional. tenhamos como exemplo o Armageddon (1998) um elenco trágico que começa com a descoberta de um asteróide (do tamanho específico do estado do Texas, EUA) que se aproxima do planeta Terra a 35.000 km/h. vai daí, parte para o espaço uma equipa de astronautas com o intuito heróico de rebentar com ele antes da evidente colisão. estoicamente eles dão a vida em prol da continuidade da humanidade. não é tocante? um país da magnitude da América focado na exploração até ao pintelho de cada metro quadrado da área espacial, se empenha na salvação, do próprio coiro - oops!, num aleluia a cada bactéria!
e agora que a minha alma ainda estava pasma com a eleição do Obama em 2009 surge Hillary Clinton, candidata à casa branca. 
depois de um preto, uma mulher. perfeito! uau que evolução de mentalidades! um país conhecido pelas suas atrocidades aos negros desde sempre passando pelas publicidades mais machistas dos anos '50 - a título de exemplo, as bíblias de como-ser-uma-dona-de-casa-excepcional, passadas de geração em geração - graças a não-sei-o-quê caíram em desuso, pelo menos na Europa, ou não!
aqui no meio, intrometido, mal-educado, bronco, surge Trump com aquele capachinho amarelo-oxigenado, aos saltinhos para ser visto, com alegações machistas, racistas, sexistas, xenófobas!
resumindo: tínhamos um preto (que ganhou um nobel da paz), uma mulher e um retardado.
a América votou. Donald John Trump é o 45º presidente dos EUA! 
mas eles estão todos contentes, a quererem pôr ordem na casa, na deles e na dos outros, como referiu uma qualquer botocada nas maçãs do rosto no telejornal da hora da janta, hora continental.
mas quem somos nós, os tugas, para criticar o que quer que seja quando passamos a vida a reclamar da nossa situação política-económica, votamos nos óbvios que ganham em quase maioria-absoluta, e, após divulgado o actual primeiro-ministro seria o futuro que era o passado e que é destituído do seu posto nuns bons pares de horas e, ainda, substituído pelo seu opositor. - deveria pontuar com um ponto de exclamação e interrogação ou interrogação e exclamação? (...)
enfim! de que falo eu?! politiquices!!! sei lá eu do que falo! olha... vou ler! 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

diálogos monossilábicos

falo muito. acho que já tinha dito isto por aqui. caso não o tenha feito porque assim como falo muito também não me lembro de tudo o que digo (excepto certas situações) aqui vai a derradeira confissão: falo pelos cotovelos!
tenho uma necessidade nata de falar. gosto. só assim se percebem realmente as mensagens entre receptor-emissor. há situações que o tom ou a construção da frase leva a entendimentos contraditórios ao que se pretende realmente.
é importante, de facto, dizer sim ou não assim: sim ou não. sem dar explicações. porém... (para evitar escrever um mas) é importante, pelo menos para mim, haver um desenvolvimento. é estranho haver um diálogo monossilábico: sim. não. talvez. pois. é amarelo. é azul. chove. (...) - o silêncio incómodo. isso e meias-respostas. o único que tive e me deu algum gozo já se passaram quase dez anos. nenhum outro superou!
fico a sentir-me uma cusca. racionalmente, de cabeça fria, até me questiono até que ponto há indiscrição da minha parte ou não-participação do outro lado do (suposto) diálogo, quase, quase. quase parece um monólogo.
aborrece-me! a verdade é esta. frases mal começadas, que ficam a meio, sem fim. até um gago, me-me-me-mes-(...)mo a custo, termina a ideia inicial em conclusão.
há muito espaço para a imaginação fértil. tudo se pode entender. tudo se pode presumir. nada se pode garantir.

sábado, 29 de outubro de 2016

zumbaween

isto é só news fresquinhas ou, em estrangeiro, ice news assim ao tom do rapper branquela, aquele do ice, ice, baby... tun-tun-tun- tururunn...! 
depois do zumba e às vésperas do pão-por-deus adoptámos o halloween. resultado? zumbaween!

percebe-se porque temos amigas loucas quando as mães delas são iguais! na última aula de zumba, e embora adore dança e música, nunca pensei ser adepta da modalidade ou se calhar porque nunca se proporcionou realmente, então, dizia eu, que na última aula decidimos que era giro irmos mascaradas de qualquer coisa nem que fosse com uns tutus em rosa-choque ou laranja-abóbora e uns collants ou umas leggins pretas da cor da noite e as pinturas logo se vêm!
esqueci-me completamente das pinturas! porém, as meninas estavam todas produzidas e cheias de acessórios! vesti-me num ápice! esborratei tinta branca na cara; escureci os olhos; o lábio superior pintado a negro, o debaixo laranja; desenhei umas linhas verdes de lado, uma aranha ou espécie de no lado oposto; e lá fomos!
ah! falta o pormenor da bandolete com duas abóboras fofas, de ar maquiavélico e mecânicas.
o salão estava escuro maioritariamente escuro, iluminado por pequenas abobrinhas e as luzes do palco, algumas aranhas pretas e que brilham no escuro marcaram presença; umas teias aqui e ali; cenário horripilante completo só começar a zumba com o soundtrack Thriller, do MJ. assim, vim de abobrinhas saltitantes na cabeça com o esqueleto abanicado ao som do chiki e do tiki e do ricky, que o senhor é concorrência directa ao sexo oposto mas ainda nos faz bater o coração. oh se faz! ei yoh!!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

horas, a sós.

eu gostava de ter uma mão cheia de sabedoria; o coração cheio só de amor; a mente zen.
olhar para as estrelas e desvendar cada constelação. olhar nos teus olhos e ver o futuro; olhar nos meus e ver o presente, o agora, o aqui, os meus olhos, só.
eu gostava de cheirar o vento, fechar os olhos e viver o momento. comer chocolate. usar escarlate. cheirar uma flor.
gostava de ser brisa europeia porém, estou mais num clima tropical, sou furacão.
eu ia adorar adormecer embalada no ronronar da gata. e acordar sem despertador, no raiar do sol, na madrugada.
falar inglês, latim, mandarim. amar o amore in Italia; correr à parva nos campos de tulipas da Holanda; pintar uma tela junto ao Louvre; escrever um livro junto ao mar português; correr o mundo e voltar aqui, ao meu sofá cheio de cobertores, não que estejas ao pé de mim mas por que uma parte minha já é incompleta sem ti.
tenho medo da trovoada. não gosto do som. não gosto da luz. não gosto do frio.
gosto das rimas soltas, ao acaso, ao passo do bate-bate do coração, no compasso do tique-taque das horas que passam.

domingo, 16 de outubro de 2016

zumba e troca o passo

ai essa coisa louca que é o zumba!

sexta-feira, 14h20. liguei à M. 
(falamos todos os dias e ainda não tínhamos falado naquele dia.)
olha vamos ao zumba! vem também!! é difícil dizer-lhe não, o entusiasmo dela é uma coisa!...
saí do trabalho, atrasadíssima!, ainda tive de ir pôr gasóleo no carro e lá "voei!" até à casa dos pais dela. felizmente, às 20h00, a professora de zumba tinha-nos lá bem a horas cheias de entusiasmo e equipadas a rigor .
aquela família é uma animação! tudo é motivo de risota e por tudo se ri mesmo que não seja na melhor das horas. a M. levou a riqueza das riquezas connosco, a mãe dela e a tia K., quer dizer, eu é que fui com elas!, pelo caminho apanhámos a D.
a aula começou. oh deus! isto é o caos! esquerda ou direita? para a frente ou para trás? vira, vira! abana, abana! aaaarrrrhhhh! é a loucura! mas quem é que inventou a zumba?!
a wikipédia diz que o senhor inventor se chama Beto Pérez, um colombiano que de belo só o six pack porém!, dinamizou um estilo que funde estilos de dança bem mexidos e todos distintos assim como o merengue com o reggaeton; o samba e a salsa; e ainda, a dança do ventre com hip hop; que, num todo, são como um compressor que bombeia ar e energia! para quem precisa de um treino direccionado à parte cardiovascular e se aborrece com a passadeira e o não morre de amores pelo cycling, como eu, a zumba é ouro sobre azul! para além de que eu cresci de bailinho em bailinho das festas de verão! para miúda era uma grande dançarina - só o tango não se apaixonou por mim! gosto mesmo daquilo! 
fascina-me, de qualquer das formas, aquela energia que os instrutores de zumba transpiram! são, se posso comparar, super vulcões, tornados, furacões! é certo que já conhecem cada nota da música mas fogo! é preciso aquela animação toda?! (até já me disseram que há instrutores de zumba que começam a trabalhar às sete da manhã. assim. assim?! com aquela agitação toda?! - jesus!!)
a riqueza das riquezas da M. corria a cada uma de nós, eufórica, a criança, e antes que a K. desse por isso albarroou, ambas no chão! abalroou?! qual quê! a senhora foi uma lady! de braço a rasgar o ar enquanto o outro deslizava  no chão, meia cambalhota, meia reviravolta e voilà! claro que tivemos ali um momento de pânico aligeirado pela chucha e a fralda e os vídeos da tonta da ti'Tânia!
continuámos, descoordenadíssima! houve uma faixa que o passo foi repetido três vezes, à quarta, confiante que acertaria nos passos, a insturora mudou tudo - again! - outra então foi o desastre total: nem um passo. nem um!!! valeu-me as parvoíces com a M., pois está claro!

no fim da aula fomos falar com a instrutora, pedir desculpa de qualquer coisita e, para minha vergonha... só quando olhei bem para ela é que a reconheci - a Rita Catita! - que mimo de recordação! foi a minha protectora guerreira nas praxes da secundária. pior dos piores foi ter encontrado o namorado, ela estar ao lado e eu pouco olhei para ela! a minha distracção e a minha falta de memória, aliadas ao máximo! desculpa Rita! fica aqui a promessa, por escrito e público que adorei a tua aula e irei sempre que possível!

já jantámos muito tarde porque a caminho levámos umas bjecas aos homens que andavam a mãos com mudanças; não fosse a nossa ajuda ainda hoje lá estavam para trás e para a frente!
foi, sem dúvida, uma friday night out excepcional! e a repetir!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

DIA MUNDIAL DO PROFESSOR

a propósito de ser hoje, designado dia mundial do professor, coincide com o aniversário de uma das melhores e mais importantes professoras que tive.
naquele ano era tudo novo. escola nova e grande. muitos professores. um para cada disciplina. muitas disciplinas. muita gente. muitas funcionárias. muitos miúdos; uns com a mesma idade que a minha, outros mais velhos. uma terra nova.

esta professora tinha um ar acolhedor na cara. agora já não se podia dizer senhora professora como a minha mãe me tinha ensinado. a turma inteira ria-se de mim. agora era fixe era stôra! fixe foi uma palavra que sempre gerou polémica lá em casa, andas na escola é para aprender esses palavreados?!
era assim, baixinha como eu, hoje defino-lhe o sorriso tal qual o de uma menina, simples mas doce. era a DT. DT significa directora de turma. quando havia reuniões era com ela. o meu pai quase não ia.
eu gostava dela. 
é curioso que, passados tantos anos, só agora perceba o valor real daquela senhora! ensinou-nos tanta coisa...

lembro-me de analisarmos um texto com ela, acho
que era a Menina do Mar; fizemos um teatro com O PRINCIPEZINHO; fizémos inter-câmbio com Arganil; estudámos a etimologia e outras coisas assim do género das quais já não me recordo os nomes, peço desculpa, o google não colabora! estudámos gramática - confesso que devia ter estado mais atenta às aulas. 
foram dois anos na disciplina de português e os três seguintes de francês que eu achei um máximo!
ainda no português... recordo-me de um dia em particular. o exercício consistia em escrever palavras que derivavam de uma principal: noite.
levantei o dedo; a stôra aproximou-se de mim e questionei-a:
a palavra noitada existe? 
oh... sim Tânia! quando fores mais velha verás que terás muitas noitadas!!
obviamente, com dez anos, há quase outros vinte atrás, a inocência era maior comparativa à dos dias que correm por forma que olhei para a minha colega inseparável de carteira, encolhi os ombros e escrevi a palavra, satisfeita com o meu raciocínio ainda que não tivesse percebido patavina.
obrigada DT, passados uns anos, descobri o significado da palavra. 
hoje celebra novo aniversário, já é feriado outra vez, ouve um ano que não o foi e a turma toda reuniu-se na sala para lhe dar um ramo de flores, será que se lembra? bem, seja como for, celebre-o porque o merece! é uma professora fantástica, que ensina porque nasceu vocacionada para. queira deus que os miúdos de hoje em dia saibam a stôra que têm!

p.s.: o seu livro do Astérix e o de gramática em frances continuam comigo e em bom estado, peço desculpa o aluguer indevido por tantos anos. o melhor é combinarmos um almoço para proceder à devolução em segurança!

não é uma peregrinação, olha se fosse! ETAPA 2

que horas são? 15h40min... pois... tínhamos chegado a Alcobaça às 10h30min, ao meio-dia estávamos na cama. 
acordei com a M. a querer registar o meu sono de beleza e com três pancadas meiguinhas - nada! - na porta do quarto.
foi o cheiro a mentol que os atraiu - ihihihih!
o creme com que a minha rica mãesinha me esfregou as pernas três vezes das quais só dei por uma, era mentolado e realmente era intenso. mas foi divertido abrir a porta do quarto e ver as reacções do baque do ar que respirávamos! pedimos as mais sinceras desculpas mas que fez quase milagres fez ou eu penso que fez, sei lá!
saímos do quarto para beber qualquer coisa, aos poucos, voltámos ao normal. de regresso ao quarto, uns dormiram, outros tentaram, outras riam! 
o carro de apoio chegou! levou-nos as malas. fomos jantar e seguimos viagem às 22h05min. todos muito pontuais!
apanhei um bom ritmo e consegui manter-me nele ainda uns bons quilómetros até Aljubarrota foi sempre a dar gás!
quando cheguei a São Mamede...
tudo se complicou para mim... a distância entre metade de um grupo para o outro aumentou e tendia a aumentar cada vez mais; sem electricidade no caminho todo, sem lua, as estrelas estavam encobertas pelas nuvens; o pouco se via era um metro à minha volta pela luz que levava na testa. a minha resistência física ia ser posta à prova mas era com o meu psicológico que eu travava uma guerra...
durante todo aquele percurso até chegar à rotunda, além dos receios mais naturais - um bicho que salta da vegetação, a distância a que estávamos uns dos outros, uma lesão - as palavras daquela discussão consumiram-me por completo! não havia como, não consegui de forma nenhuma arranjar um bode expiatório para uma eventual distracção e o cansaço físico ajudou a que a jornada se tornasse hérculea!
o orgulho também não ajudou. lembro-me, a dada altura, contornei uma curva, havia dois tons de alcatrão, olhei em volta, as luzes lá em baixo mostravam Porto de Mós adormecido. soltei um suspiro pesado, devia ter-me deixado quebrar logo ali mas o orgulho falou mais alto e avancei os metros que faltavam até à rotunda.
quando alcancei a rotunda, não quis falar com ninguém, não quis que ninguém falasse para mim. estava exausta daquela batalha interior, estava frustrada do esforço físico - era sempre a subir, sempre a subir e estava tudo escuro, já eram tantos quilómetros percorridos e ainda faltavam quase outros tantos...
da rotunda para cima fui de olhos pregados ao chão. aquela envolvência natural alimentava o monstro alojado na minha cabeça e a pressão estava a dar cabo de mim.
foto de S.S.
chegámos finalmente ao topo! dali a Fátima eram outra meia dúzia km e ali caí num pranto que não foi maior por vergonha. para meu bem e o de todos o meu ânimo veio ao de cima! apesar das dores nos pés e nas pernas segui viagem e lá estava ela, a placa! Fátima!
cheios de mazelas, empenados, com andares estranhos e estoirados não nos impediu de largar um sorriso com a placa dos Trilhos do Mar sobre a de Fátima. 
parte deste percurso fi-lo descalça. a R. que ia no carro de apoio desde a Tornada por causa de umas bolhas de sangue muitos feias em ambos os pés encorajou-se e fez aqueles últimos passos até ao Santuário.
chegámos.
07h25min. 
não se via viva alma. o dia amanhecia aos poucos. foi um dos momentos mais íntimos que tivemos. já não seremos mais companheiros de caminhadas. seremos cúmplices uns dos outros!
e fizeram-se as coisas típicas de quem vai ali: comprar velas. rezar. 
foto de S.S.
eu só queria ir embora. já tinha cumprido o objectivo de lá ir. não senti aquela coisa de que falam do sentimento de quando se chega a Fátima. ia demasiado absorvida pelos pensamentos da viagem toda, não consegui abstrair-me um único momento que fosse.
quando cheguei a casa só me restaram forças para o banho, colocar os pés de molho e apaguei.

p.s.: obrigada pelo almoço sr. Z!

não é uma peregrinação, olha se fosse! ETAPA 1

ainda com as emoções todas à flor da pele é difícil definir por onde começar a contar  esta aventura.
sabia que não ia ser fácil mas não estava nem de perto consciente da dificuldade que enfrentaria. era como um blind date, do que eu entendo que seja um, já que nunca tive nenhum.


uns meses antes:
"M! queres passar um aniversário diferente?! tenho a sugestão perfeita para ti: vamos a Fátima a pé!"

dormi uma hora e acordei cheia de fome como se não comesse há séculos. não é bom sinal, disse à minha mãe, a rir. sentia os nervos a apoderarem-se de mim: um nó na garganta, um mau estar na barriga, um peso nos ombros...
eu, a M. e a minha rica mãesinha chegámos juntas e atrasadas dez minutos ao ponto de encontro. beijinhos, beijinhos, apresentações, fotos, foto de grupo.
claro que não estive sempre mergulhada nesta ansiedade houve momentos que outros sentimentos se sobrepuseram, por exemplo, o pânico - que também não é melhor - quando entreguei o bolo escondido num saco de desporto e disse olhos-nos-olhos ao senhor do carro de apoio: esta é A mala, 'tá bem, respondeu-me ele, A mala, frisei, tá bem, tá bem!!; ele larga a mala e a caixa que lá está dentro vira-se de lado! o meu coração parou!... rir ou chorar?!... 'Raios partam, não chegava já na primeira curva que ela fez o bolo ter deslizado sobre o próprio creme agora quase se virou do avesso!!! Bem... migalhas também são pão ou bolo!!' - praguejei para dentro - não podia dar nas vistas para a M. não se aperceber; bem, não havia de ser nada, coloquei-a, lá à frente, no banco do pendura, com muito amor e carinho, e lá ficou, até ao fim.
"- opah, really?! vamos parar outra vez?!", resmungona a minha amiga, como sempre!
"- pa-ra-béns... a vo-cê, nes-ta da-ta que-ri-da..."
oh foi giro! e é que até a mim me apanhou de surpresa que nem tive tempo de colocar as velas! 


os nervos deram-me para um pouco de tudo: tremores, risos parvos, cólicas, barriga inchada, enjoos, falta de ar e soluços! e ainda fui picada por um bicho qualquer! valeu-me o fenistil, mesmo fora da data de validade!
partimos da Atouguia da Baleia rumo a Alcobaça para cumprir a primeira etapa e eu ainda nem tinha acabado de subir a Serra d'El Rei já sentia os calcanhares roçados. primeira paragem: uns sacaram das minis, eu dos compeed.
a noite estava maravilhosa. sem frio, sem aragem, sem lua. só as estrelas. o companheirismo revelou-se logo de imediato entre todos.

ia com muito receio por ser a primeira vez mas se fosse só isso a dada altura do percurso, ter-me-ia passado. houve uma discussão feia que tive ao almoço com o meu pai em que, entre outras coisas, foram salientados, no tom certo, os perigos da aventura para a qual arrastava a minha mãe. por respeito aquele que não agiu em conformidade comigo,pus um término a tempo dela ouvir as barbaridades que ouvi. claro que, no meu inconsciente, faziam eco quilómetro após quilómetro mas não havia de ser nada, não acontece só aos outros mas também não haveria de acontecer logo a nós, estas eram as palavras que repetia para mim quilómetro após quilómetro. mas o receio, o medo e a própria ansiedade da novidade consumiram-me quilómetro atrás de quilómetro.


quando chegou finalmente o alvorada, já nós desafiávamos a subida de Alfeizerão. Como custou, Deus do céu! a paisagem é um deleite mas não o bastante para atrever a parar para a fotografia.
depois dessa subida uma descida esperava-nos e boa parte dela fiz mais de olhos fechados que atenta aos passos que dava. os meus pés arrastavam-se, já nem sentia as pernas.
apanhámos um atalho de caminho de cabras para fugir às famosas curvas na entrada de Alcobaça. e, a maioria, estava convencidíssima de que no fim, estaria o hostel tomaríamos banho e íamos dormir. 
no fim da estrada de cascalho, outra de alcatrão se apresentou. 
só tive vontade de chorar, confesso. dois quilómetros, eram o bastante, para finalizar a primeira etapa. 
o senhor. M, um senhor muito sensato, já não lhe permiti continuar com o 'tá quase porque não estava e até a ele estava a ser difícil de aguentar a odisseia.

Hostel Rossio Alcobaça. finalmente chegámos! os quartos são no segundo andar. WTF?????
sim, bem sei, bendita senhora, é para o nosso merecido descanso mas depois de tudo o que andámos?

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

a luz que vejo é... do colete reflector!

estou a pensar organizar uma caminhada a Fátima! 
EU VOU!!

pronto, foi isto!
há uns meses atrás foram estas as palavras trocadas cá por casa entre café e biscoitos!
convidei uma amiga. convidei duas amigas. convidei a minha mãe.

e têm sido semanas intensas!...
roupa. o que levar?!
comida. o que comer?!

plano inicial:
1 - não trabalhar naquela tarde para descansar e aguentar a noite toda (eu já sou boa de dormir em qualquer canto, se não me previno o mais certo é adormecer andando!).
2 - almoçar com a minha rica mãesinha.
3 - marcar uma massagem de drenagem linfática com a X.
4 - encomendar frango assado para todos cá em casa!
oh!
o grande problema é que eu não consigo ser organizada o suficiente para evitar arrumações de última hora! tão verdade assim é que aqui estou eu, a ver a novela ao passo que escrevo em vez de ir pôr a jeito a roupa, os ténis, as luzes, o colete reflector, o gorro e a gola, as meias com e sem compressão; ainda nem fui às compras! que faço de sandes?! que levo para comer e beber? 
compreendam: 
de repente, já nem tenho o carro por que alguém tem uma despedida de solteiro e a bela da massagem ficou com os horários trocados! para quê fazer a mala tão cedo?!
amanhã logo faço, assim até tenho a certeza de que não me esquecerei de nada!
é muita pressão! muita pressão!

mochila às costas que p'ra frente é que é Lisboa - parte IV

sinfonia de ti-ti-tis e trinnnnnssss e afins às nove e
meia da manhã!
à saída, a foto no hall de entrada do prédio só para não dizer que saímos sem foto alguma do apartamento.
saímos rua abaixo até ao Intendente para apanhar o metro e sair, novamente, no Camões; tomámos o pequeno-almoço numa pastelaria uns metros acima e, na volta, enfiámo-nos no elétrico28. rua acima, rua abaixo; uma cambada de alemães ocupou os lugares todos que nele havia e tivemos de ir em pé. oh! mas valeu tão a pena! também nunca tinha andado no elétrico. gostei muito. gostei mais que andar no metro. não sei... talvez por causa das cores, dos cheiros, os sons, é tudo tão diferente quanto a noite e o dia!

ah! e os Fados?!

nunca mais nos lembrámos que a ideia era ouvir os fados de tasca em tasca e não nos perdermos nas tabernas do Bairro Alto.
desatámos em gargalhadas! lá teremos de cá voltar novamente!
ainda nos perdemos pela calçada portuguesa mais um bom par de horas. depois do almoço, junto ao elevador de Sta Justa, deliciámos com os gelados Santini (o da rádio comercial apanhou-me! tem a base em iogurte grego e pedaços de citrinos e frutos vermelhos - de-li-ci-o-so!). deitámos um olho aos artistas de rua que são tantos e aos souvenirs que os salamaleques e os alfacinhas exibem com orgulho.
voltámos para casa, de 'caminete carrera' outra vez. eu, nem quinze minutos me aguentei, apaguei logo. felizmente, ninguém se pode rir de ninguém, todos dormitámos!

acabámos na casa do RC a comer, entre outras coisas, arroz doce acabado de fazer e bolo de tâmaras ainda a fumegar! um mimo! 

que estoiro! mas inesquecível!
no fim, é isto que temos que aproveitar: tempo útil entre amigos e patuscadas! e gins, e imperiais, e mojitos, e tapas, e sobremesas, e... quantos são?

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

mochila às costas que p'ra frente é que é Lisboa - parte III

entrámos no metro! uau! é tal e qual como nos filmes! o barulho. o cheiro, bem o cheiro não o sentimos através de um filme mas foi tal e qual como imaginei. as cores. a luz. e pouco confortável. talvez porque, se calhar, fiquei de pé. as pessoas são muitas e algumas estranhas.
nunca tinha andado no metro.
saímos no Largo de Camões e lá estava ele, altivo. duas esquinas, três subidas e logo ali à esquerda, em pleno Bairro Alto, tínhamos um amigo novo à nossa espera, o P., no bar Clube da Esquina. gin para todos! e, pela primeira vez, apreciei um gin. degustei. tomei-lhe a cor, o sabor, o alcóol. hendricks. com pepino. é um bocado forte! não me conquistou, ainda.
a R. diz que só a partir dos trinta se começa a apreciar...

conversas, selfies e risadas depois, descemos a rua até ao Antónia
ah, que encanto! é um espaço muito pequeno mas com um acolhimento que só indo lá se percebe. foi muito chique entrar de copo com gin na mão, sentí-me perto de ser uma V.I.P. (very important people).
os couverts eram qualquer coisa! o vinho tinto muito perto de um néctar dos deuses. veio um prato de peixe, outro de carne e o momento que melhor merece destaque: the dessert! OMG!!! divinal! delicioso! pediu-se mousse de chocolate que era ma-ra-vi-lho-sa! mas... o cheesecake de lima em base de bolacha oreo... sim! it was so f***** good! a bolacha desfaz-se na boca, o sabor da lima expande-se no palato e entranha-se nas papilas gustativas; os olhos fecham-se mas o sabor funde-se, não se demora. nem o Esteva o superou.
bebemos. pagámos. saímos. D. Antónia, havemos de voltar!
subimos a calçada, novamente, para o esquina. Mojito! foi o meu primeiro mojito. e, pessoalmente, 1 - mojito/0 - gin!
a música estava óptima mas não nos demorámos.

o contraste da cidade lisboeta entre o dia e a noite é brutal! há toda uma vida, uma cor, um cheiro que em nada se consegue comparar para identificar. seguiu-se outro mojito em tamanho XL e claro, deu asneira! hihihihi
muito se andou, deus-do-céu! e a noite não ia tão comprida assim! 
e, como não há duas sem três, voltámos ao mesmo sítio onde a noite prometeu mas eu fiquei a admirar o ambiente, já tinha bebido que chegasse!
voltámos para casa de táxi! txxiiiiii há tanto tempo que eu não andava de táxi!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

mochila às costas que p'ra frente é Lisboa - parte II

cá está! rua de macau, número cinco.
deixámos as malas, gravámos a password do wifi, ficámos com a chave e descemos as escadas à descoberta!
à saída do prédio, o conjunto das caixas de correio roubou o meu olhar!
descemos a rua directos à avenida Almirante Reis, que à luz do dia não mostra que no melhor pano cai a nódoa ao passo que atravessar o Intendente é uma experiência... peculiar! debaixo do nariz da mais notável arquitectura, que já não se faz nos dias de hoje, as caras mais feias não são as dos gárgulas da arquitectura doutras eras são as da pobreza, da miséria, da fome, da droga, suponho.
Martim Moniz é uma agitação só! e no Rossio molhámos os beiços na bela da ginginha que move tugas e bifes e avecs e outros tais!
almoçámos na bica! um miradouro excepcional! a vista não é de se perder mas a vista perde-se até aos braços do Cristo-Rei. no Noobai, a sangria de espumante e frutos vermelhos matou-nos a sede e as tapas a fome se bem que é difícil ficarmos saciados ali por causa da passagem de outras iguarias que passavam à nossa frente, crescia-nos água na boca!
descemos calçada abaixo! aqui e ali há travessas  e ruelas com nomes muito portugueses. as varandas são todas estreitas; são todas de arcos finos, a maioria verdes; há flores de vasos à janela; molas de plástico suspensas nas cordas de arame. os prédios são maioritariamente estreitos e altos, amarelos, e verdes, alguns azuis já desbotados do tempo, ou forrados a azulejos em padrões diversos. a cada dois metros há uma tasca mais ou menos gourmet com mais ou menos passagem do tempo. porém, a cada esquina se ouve, se sente, se vê o orgulho de ser português, é tudo muito tipicamente nosso.
umas imperiais depois algures em Alfama subimos calçada acima entre monhés e chineses e lojinhas de souvenirs lisboetas.
este não era o apartamento inicial escolhido mas apesar do contratempo mostrou-se à altura.
tem uma grande portada verde-escuro, as campainhas são tão antigas! ao entrar o hall de entrada tem uns azulejos tão bem preservados que vintage quase me apaixona de vez. as caixas dos correios, são onze e todas brancas. o corrimão que nos acompanha destaca-se no seu cinzento-claro que, por causa dos ornamentos do mesmo, perde a sobriedade. as escadas são de madeira e até as portas de cada apartamento são altíssimas, algumas estreitas - nunca percebi estas portas que as há em tanto lado, assim, altas e estreitas! o apartamento está deliciosamente simples e muito retro; as cores que se destacam são dos quadros de parede com aqueles pormenores que passam despercebidos à maioria dos traseuntes: uma porta, uma janela, um puxador... e das almofadas coloridas nas camas brancas, dos quartos brancos com toalhas brancas. só mesmo as casas de banho exibem charme, uma combina azulejos brancos e verdes; a outra brancos e laranjas! ah! e o pormenor de luzes amarelas em torno dos espelhos é o must have!
vá, vamos a despachar! os gins estão à nossa espera!