quarta-feira, 19 de outubro de 2016

horas, a sós.

eu gostava de ter uma mão cheia de sabedoria; o coração cheio só de amor; a mente zen.
olhar para as estrelas e desvendar cada constelação. olhar nos teus olhos e ver o futuro; olhar nos meus e ver o presente, o agora, o aqui, os meus olhos, só.
eu gostava de cheirar o vento, fechar os olhos e viver o momento. comer chocolate. usar escarlate. cheirar uma flor.
gostava de ser brisa europeia porém, estou mais num clima tropical, sou furacão.
eu ia adorar adormecer embalada no ronronar da gata. e acordar sem despertador, no raiar do sol, na madrugada.
falar inglês, latim, mandarim. amar o amore in Italia; correr à parva nos campos de tulipas da Holanda; pintar uma tela junto ao Louvre; escrever um livro junto ao mar português; correr o mundo e voltar aqui, ao meu sofá cheio de cobertores, não que estejas ao pé de mim mas por que uma parte minha já é incompleta sem ti.
tenho medo da trovoada. não gosto do som. não gosto da luz. não gosto do frio.
gosto das rimas soltas, ao acaso, ao passo do bate-bate do coração, no compasso do tique-taque das horas que passam.

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