quarta-feira, 27 de abril de 2016

alice no país da healthy food

a imagem vem daqui
uma mulher vê-se ao espelho e na maioria das vezes não gosta do que vê. 
é uma luta constante e num  raio de trezentos e sessenta graus.
e, por último, não começamos a vida com uma educação nutricional lá muito doutorada. quando nos apercebemos o choque inicial é um baque valente e leva-se tempo até que a healthy food prevaleça.
por sorte ou por insistência lá vão surgindo no caminho possibilidades nunca antes ouvidas: ovos cozidos ao lanche; atum ao natural; omelete de claras (claras à venda em pacote!!) e uma gema; quilograma de iogurte grego natural ligeiro; linhaça, chia, sementes de girassol e abóbora, nozes, amêndoas, avelãs; tapioca; crepioca; papas de aveia; quark; carnes brancas como a de frango ou perú; peixes como a cavala ou o atum; courgettes, beringelas e tomates recheados com o que aprouver! millet, couscous, quinoa; farinha de  alfarroba e farinha e flocos de aveia, farinha de arroz, de centeio e espelta (?! - não faço a mínima do que seja); bebidas vegetais de coco, de aveia, de soja e de arroz; stevia, açúcar mascavado e xilitol!... e a lista continuará, por certo!
a balança cá de casa não só pesa como contabiliza todo um valor nutricional, basta marcar o código de cada alimento ou, então, insere-se um a um na aplicação nova, do telemóvel, novo, todo sofisticado! e voilá o limite são mil e quinhentas kcal diárias!
há umas semanas descobri que existe no mundo o kefir e a kombucha! 
uma amiga até me adicionou ao grupo do facebook mas é tudo tão estranho para mim... poderia dizer que me tinha apanhado pelo estômago mas foi mais pela boca! no pic-nic a P. levou uma kombucha de morango que foi pena ser pouca, que deliciosa ela era! e um kefir de creme-queijo com alho e ervas!! a A. levou kefir de água mas estranhei-lhe o sabor. fui investigar e, neste campo alimentar, o meu dicionário ainda tem muito a reter: kefir, kombucha, jun, chucrute... a P. disse que me doava uma cultura, penso que possa denominar assim. assim, talvez explore todo este mundo, tão diferente do habitual dos ovos da páscoa que, à primeira vista, não é nem menos colorido e nem menos saboroso tal qual a alice

terça-feira, 26 de abril de 2016

papas de aveia

100 gramas de flocos de aveia... 300ml de leite de arroz (é bom isto, divago), frigideira anti-aderente, frigideira anti-aderente... ah! está aqui! (na máquina de lavar loiça, claro! - e lavada!)... começou a ferver... baixo o lume... 10h30min, às 10h35min mais coisa menos coisa desligo o fogão. uma taça almoçadeira, não! um prato fundo. canela em pó para polvilhar... uma banana às rodelas, um kiwi. que raio fiz eu às formas de metal que tinha p'raí?! improviso uma estrela. foto! a água no fervedor já está em altas ebulições mas o chá hoje não entra no instagram! 

bem... vamos lá ver a que sabe isto além do óbvio... 
...
...
papas de aveia... foi papá-las todas até haver! é mesmo bom!!! e saudável!
pareceu-me saber a nestum! e que memórias me dá o nestum...
bem vamos lá acordar para a vida que há coordenadas para corrigir e papéis para o IRS para tratar!
decidi sair de casa e ir a pé marginal abaixo e deixar-me inebriar pelo cheiro a maresia do mar bravo e sentir o desalvoro no meu cabelo por causa do vento; distraí-me com as cores e perdi a noção do tempo. o gps do A. trouxe-me de volta à realidade e voltei para casa.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

pic-nic à lelos!

"que horas são isto?! adormeci!?" ... ah!... 07h40min. a gata resmungou o desalvoro repentino, o J. virou-se para o outro lado.

duas chávenas de farinha de milho, uma de bebida vegetal (escolhi de arroz), ovos médios, sal q.b, substituo o óleo de coco por azeite. já tinha os ingredientes misturados quando, de repente!!... não tenho fermento em casa?! mas que raio! vesti qualquer coisa à pressa e fui num instante à mercearia! juntei as sementes de chia, polvilhei com a canela e meia hora depois... voilá! que cheira bem, cheira, pensei, agora era esperar que a malta aprovasse! ataquei a receita dos hambúrgueres de grão com atum. saímos de casa, já passava das dez, ainda fomos ao pão, ainda fomos pôr gasóleo no carro e lá seguimos caminho à foz do arelho! os LP foram os primeiros a chegar, depois os RC e de seguida nós e os OA à frente. passámos a ponte para a outra margem da foz onde a sombra dos pinheiros se estendia por uma boa área. e montámos condomínio!

saca de carvão junto do fogareiro, três mantas espalhadas na erva, duas cadeiras cinzentas ao sol, duas poltronas de cor tão alegre quanto o espírito que nos assolava a alma! 
a mesa de madeira já tinha uma toalha de algodão axadrezada em tons pastel que todos tratámos de contrastar com o vermelho fresco da kombucha e o amarelo sol do concentrado de citrinos que a P. fez; o tinto da cabriz e da esteva prometia gargalhadas ruborizadas; um envergonhado mateus rosé marcava a sua presença; eu levei café em pó, açúcar e adoçante e chávenas de café, brancas, decoradas por flores, com asas finas e delicadas, que, em elipse, contornavam-nas - muito rústicas, e um púcaro para aquecer a água. comida não faltava! uma quiche de atum, outra de bacon e fiambre, creme-queijo de kefir no meu pão de milho sem glúten e sem trigo, os meus hambúrgueres ainda fomegavam quando destapei a tupperware, uma pizza caseira, entremeadas e febras, muita salada de cores bem fortes - o laranja da cenoura, o roxo da couve, o verde da alface, o vermelho dos tomates, o branco da cebola - os pimentos assados tinham um cheiro delicioso!, queques de chocolate e red velvet, queijadinhas e  queijada de sintra, amêndoas de páscoa  e amendoins torrados, bolo de espinafres e chocolate, pepitas de girassol, uma broa de milho, dois pães caseiros de trigo, um pacote de tostinhas, outro de batatas de pacote, sabor a presunto, e morangos!   
e melgas! ninguém se lembrou de repelente, e eu com um kit de primeiros socorros, novo, à estreia nem betadine nem fenistil! lá fui eu com a R. em busca de repelente em spray e em vela! e pronto! comemos, bebemos... a A. emaranhou-se pela flora adentro! e nós ali, ao sol! que sol...! que céu!
entretanto... levantámos acampamento até ao outro lado da foz para o J. e a A. dar uma voltinha na foz, de canoa. breve paragem na casa dos RC e siga caminho! canoa, pagaias, calçado de borracha, a A. equipadíssima a rigor, abastecemos de vinho também (que se tinha acabado à horas) e lá nos sentámos junto à margem enquanto os outros dois se coordenavam rumo ao pedaço de areia que se avistava deste lado, contra a corrente! manta na areia, a resistente queijada de sintra que levou um susto, bolo de chocolate e morangos e vinho e boa disposição! 

uma hora depois, voltámos a arrumar a trouxa para perdermos as horas na casa dos RC... 
(para lelos só nos faltaram os burros!)

sábado, 23 de abril de 2016

a dondoca do bairro

a senhora-dona-fulana-tal anda sempre tão bem vestida... um charme de pessoa. que classe! de chiffon sobre os ombros e a raposa enrolada ao pescoço, os louboutinis nos pés e os prada vistosos na cara contra os raios UV não vá o fond de teint ser um inútil às sardas e, em prole da não existência de linhas de expressão, ri para dentro, faz biquinho por simpatia.
o crista chinês, ao colo, fluffy, na placa luzente ao pescoço do animal, tem uma latida tão irritante quanto arrepiante são os olhos, esbugalhos, da criaturinha, coitado, não tem culpa!
imagem retirada daqui
a madame desce a calçada de nariz arrebitado, indiferente a tudo: uma menina poderá passar por ela, tropeçar e cair, não a afectará. o aleijado da guerra pedirá esmola na sua passagem, não a afectará. não compreende o mundo que a rodeia fora das pradas e dos armanis e do choffeur!
"maria! traga me o chá!"; "maria! leve o fluffy!" "maria...!!!" porque todas as empregadas domésticas são criadas de nome maria.
uma senhora, disse-me uma vez, que a amiga abominava o nome maria porque era nome de criada. bem... marias há muitas...  e excelentissimas então...  vejo aqui algum empate... ou não!
a senhora-dona-fulana-tal entra na loja nova lá do bairro, muito chic! - a loja, uma montra de requinte com as novidades da nova colecção ao rubro!! a menina do balcão, empregadita, deve pensar, não lhe diz bom dia, não lhe pede licença, não pronuncia "por favor", não se despede. uma vista de olhos breve e, à saída, o cachorro vem adornado com a etiqueta da renda do último grito da alta costura! 
em melhor tom e nível, que o merecido, a versão maria-lojista chama por sua excelência, da porta. "oh fashavor, madame, tem a receber o troco e a factura para o IRS!" 

domingo, 17 de abril de 2016

55ª caminhada Trilhos do Mar - UM DIA PELA VIDA: Lourinhã até `a Praia da Peralta, Atalaia

depois de colocado o vinho do porto na mochila e comprar os bolinhos secos integrais na praça e beber o tão desejado café, já nada faltava para começar uma manhã de domingo em grande, desta vez, em prole de uma boa causa até!
o ponto de encontro foi no jardim da Nª Sª dos Anjos, Lourinhã. donativo feito, discurso ouvido, registos fotográficos ao rubro, toca a mexer! 
o percurso começou na ciclovia em direcção à praia do areal e daí para a Praia da Areia Branca pelo passadiço de madeira rumo ao miradouro. São Pedro foi amigo: só algumas nuvens no céu e um sol e tanto, uma aragem mais fresca de tempos a tempos e, portanto, nada de chuva! uma foto aqui, outra ali, um mar a perder de vista e sem vista aos bolos secos nem ao vinho do porto.
regressámos ao areal e, com todas as condições reunidas, saltam biscoitos para matar o bicho à malta e o vinho do porto caseirinho para molhar o bico! um brinde, dois brindes, três bolinhos vezes três para celebrar a minha versão 2.9 e " 'bora, 'bora, puxa, puxa!", instiga em pulmões o L. (quais militarismos frente à missão destes civis!)

subimos a encosta com a velha e abandonanda colónia de férias do lado esquerdo e o mar no direito.
chegámos ao Montoito recebidos por um grande moinho de vento, branco e azul, e terrenos de encosta replectos de papoilas e o mar, ao fundo. entretanto deixámos o alcatrão e encaminhámos por um trilho de terra batida, campos de pousio, troço enlameado, as nuvens brancas no céu parecem mechas de algodão suspensas numa imensidão de azul que quase se funde, no horizonte, com o oceano. 
ouvi que, a adesão à iniciativa, rondou as duas centenas e troca-o-passo. nas fotos que fui tirando ao longo da manhã deu-me gosto ver o contraste de pontos coloridos no degradé verde da natureza. ainda há valores em cada um de nós e têm cor e tecido! 
ainda a caminhada ia a meio, quando, quase fomos molhar o pézinho. atravessámos a praia da peralta para subir a arriba em direcção ao hotel Noiva do Mar.
muitas são as memórias que tenho desta praia... eu e a mãe... tardes inteiras de verão... o bikini amarelo com pintinhas verdes, o chapéu de praia enorme e pesado; a sacola; a navalha e os sacos de plástico e, no carro, os alguidares, para as lapas; o dicionário - amigo de longa data... o ponto-cruz, amor de pavio curto; as barbies; a revista Maria ou a Activa, da mãe; o cheiro a protector solar e o sabor a sal no cabelo, as tardes de sono longas!
à espera do mar está um tronco deixado por ele mesmo; à nossa espera toda uma encosta inclinada. 
três-quartos-de-hora depois avistámos a igreja-matriz sobranceira ao povo da sua vila. finalmente chegados ao jardim ainda se registou as duas partes envolvidas da caminhada: de um lado os Trilhos do Mar, do outro a equipa que angariava os fundos para a Liga, com a bandeira da "Um Dia Pela Vida", Luta contra o Cancro!


a título de curiosidade: o percurso da caminhada de hoje apanhou parte da rota Caminho do Atlântico, que por sua vez já se encontrava inserida na Grande Rota Europeia E9 com início em S. Petersburgo, Rússia, e se estende até ao Cabo de São Vicente, Peniche! ou vice-versa.

sábado, 16 de abril de 2016

Liga Portuguesa contra o Cancro

muito se fala, hoje em dia, de muitas coisas sem saber com exactidão do que se trata. e, por conseguinte, substituem-se os termos reais por eufemismos.
quase diariamente somos assaltados com campanhas, umas mais sensacionalistas que outras, apelando à caridade e ao bom senso mas não nos questionamos.

o que é o cancro afinal? 
resumidamente, a doença origina-se a partir de uma reprodução anormal das células. os nossos orgãos são protegidos por camadas de tecido formados pelas mesmas. o ciclo natural será, após o nascimento, a sua divisão e multiplicação e, de seguida, a sua morte e daí, o nascimento de novas células. sem um quê bem explicado acontece o nascimento de umas sem a morte de outras e gera-se o caos - cancro. ode ser benigno ou maligno dependendo do risco em causa, da (im)possível remoção e da sua propagação entre outros factores.
a Liga Portuguesa contra o Cancro assume-se na sociedade com a missão de apoio ao doente oncológico e a todos os que o rodeiam tanto na recuperação como na prevenção, e é direccionada, também, à investigação e à formação.

ajuda quem quer; os motivos serão todos diferentes. e numa altura em que altruísmos levantam ismos que geram quês e porquês é importante ter respostas para ouvir.

amanhã haverá, na Capital dos Dinossauros, uma caminhada, organizada pelos Trilhos do Mar, cuja contribuição reverterá totalmente a favor dos objectivos da Liga. juntem-se a nós! o percurso começará no Jardim da Nª Sª dos Anjos pelas nove horas e estender-se-á até às areias da peralta; algures apanharemos a grande rota do atlântico. valerá sempre a pena, independentemente de tudo o resto!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Dia do Beijo

é por causa de dias como o de hoje e, por causa de inventarem dedicar dias a tudo e mais alguma coisa, que acontece de tudo um pouco! já tem uma década e mais qualquer coisa quando o meu pai me ofereceu o primeiro computador. e tudo foi novidade. as primeiras letras ao calhas no word, os primeiros gráficos a sério no excel, as várias tentativas de perceber o access, horas perdidas no power point e as possíveis na internet.
quando era miúda levava para a praia um dicionário para expandir o meu vocabulário e interpretar as palavras mais banais como "estupidez" e afins! com a net aprendi a fazer as mais variadas pesquisas e, ainda hoje, quando não tenho mais nada de jeito para fazer, pesquiso qualquer coisa, ao calhas! talvez não memorize mas aquele momento marca a diferença na minha ignorância. e vai daí resultou pesquisas ligadas ao dia de hoje: BEIJO.
  • alínea a) -  tipos de beijo
  • alínea b) - formas de beijar
  • alínea c) - onde beijar
  • alínea d) - doenças relacionadas
  • alínea e) - calorias e tempo de...
  • alínea f) - significado de cada
  • alínea g) - beijo de cada signo
  • alínea h) - (...)
imagine-se! muito tempo livre! no entanto, útil! é todo um mundo que se descobre! os nomes são os mais variados e as explicações então... alguns são verdadeiras acrobacias! 
o "beijo vai e vem", por exemplo, passa por "segurar a língua do parceiro e fazer movimentos de vai vem", diz-se... eu pergunto: seguro a língua como? com as mãos?! 
depois, em tom brasuca, o "beijo cosquinha" diverte-me imenso mas eu ia odiar! tem que se tentar fazer cócegas com a ponta da língua no palato do companheiro! e por aí há muito mais... oh se há!
entretanto tomei conhecimento de alguns beijos importantes:

O BEIJO MAIS ESTRANHO DO MUNDO:

nada contra mas que é estranho, é!

O BEIJO MAIS LONGO DO MUNDO:

pertence a um casal tailandês, Ekkachai Tiranat e Laksana Tiranat, desde 2013, com a duração de 58 horas, 35 minutos e 58 segundos!

O BEIJO MAIS BONITO DO CINEMA:

lembro-me tão bem deste filme... 

bem... talvez não tão vistoso... aqui deixo o meu! (sem maiores esclarecimentos, pesquisem vocês e verão!)


segunda-feira, 11 de abril de 2016

54ª Caminhada Trilhos do Mar: Aldeias do Xisto - Talasnal e Casal Novo

as previsões do tempo não eram as melhores desde
a semana passada porém as Aldeias do Xisto tinham de ser abaladas. o grupo rondou as cinco dezenas e o entusiasmo superou as poucas horas de sono que, em geral, parece que toda a gente tinha. quando chegámos, a R. já tinha a sua e eu fui buscar a minha e fomos um sucesso inquestionável! duas hoodies rosa choque diferenciadas pela versão e pela cor da estampagem. ah! e a minha tem dois pormenores personalizados: uma máquina fotográfica e um sinal de primeiros socorros. sinto-me lisonjeada e um tanto ou quanto envaidecida e por isso, obrigada.
finalmente, a camioneta arrancou. entre risotas e disparates lá seguimos caminho à Lousãpor causa das camisolas e do riso contagiante da minha companheira-caminhante não me saía da cabeça a música I'm too sexy, Rigth Said Fred e seguiu-se o desafio de pôr em alta-voz, fosse como fosse, para que toda a camioneta ouvisse. solução: colocar o microfone da camioneta encostado ao do telemóvel e show on! 
e depois... ninguém gostava da estação de rádio do motorista e pediu-se até o karaoke!
primeira paragem de autocarro: estação de serviço do Pombal. a A. foi cachar, o resto da malta foi ao wc e ao cafésito e eu fiquei a molhar o bico no rosé espumante e uma trinca na patanisca que a mãe do L. fez; uma foto aqui, outra ali... a tentativa de uma foto de grupo e como uns pingos meteram medo aos caminhantes para a foto toca de entrar de rompante pela camioneta adentro e fotografar dois a dois - agora o lado direito, agora o lado esquerdo, até aos últimos seis lugares! pernas esticadas, rádio sintonizado, aventura segue sob nuvens escuras no céu e o sol, ansiado, dava a sua graça no azul, quando apetecia. 

duas horas depois, desaba uma tromba de água que deus-nos-livre! e  o vento?! bem, parece que, tínhamos chegámos!
que castelo! que chuvinha! impermeável vestido, telemóvel protegido, fotos garantidas - pelo menos enquanto a bateria durar! que chuva!!!
nova tentativa de foto de grupo. subi as escadinhas que davam à Capela da Senhora dos Aflitos e ficou uma foto toda panorâmica mas algo desfocada também!
começámos a rota mesmo ali ao pé do castelo rumo à central hidráulica e por ali acima. que cor! so nature... aos meus pés, o xisto na beira da estrada de tuvenan; ao largo um misto de verde entre os arbustos medronheiros e as árvores azereiras; aqui e ali umas flores amarelas, outras brancas, outras violetas destacavam-se. e musgo em volta do xisto, por cima do xisto... a primeira subida marcou bem a sua presença: se por um lado nos distraía as árvores centenárias que cederam às intempéries, por outro a lama no meio do xisto e das raízes que rompiam o percurso chamavam-nos bem a atenção de que a queda não seria meiga, só cómica!

à minha direita a vegetação consumia umas ruínas daquilo que dá a entender já ter sido o lar de alguém; agora é um amontoado de pedras... para a frente é o caminho e a cascata que tinha visto lá atrás presenteia-nos com um rio ali à mão. à medida que vamos subindo a largura dele aumenta e, que inveja!, encontramos outra casa - não percebi se estava apenas fechada ou abandonada, fosse como fosse, ali junto ao rio... é qualquer coisa... de fascinante! surge a central hidráulica da EDP. que interessante a iluminação exterior. suportado por um, dos muitos cabos, um candeeiro cheio de requinte! de contas de vidro, ferro trabalhado... em tempos também houve destes lá por casa. que imagem maravilhosa à noite, imagino... e vamos subir! ao longe, o ponto branco que se destaca da imensidão verde só podia ser uma capela. de quando em vez, destacando-se, por causa do incêndio que devastou a área, o tom castanho. metade da primeira subida já estava. dez minutos depois chegávamos às aldeias. As Aldeias do Xisto. um horizonte a perder de vista onde já se destaca o branco das casas das aldeias dali, ou cidade, não sei identificar; aqui ao pé há vestígios de heras que, propositadamente ou não, são parte do suporte das paredes; uma com primeiro andar, outra que deixa adivinhar um quarto com um colchão que outrora já teve molas; e depois... o tempo parou ali! uma mão cheia de casas restauradas, prontas a alugar... vasos suspensos nas varandas, cortinas rendadas nas janelas, portas de madeira, algumas até o telhado ainda é o original, de xisto! que encanto!... (um encanto que de aquecimento só mesmo a alma que o corpo tem muito trabalhinho a fazer!)
nova foto de grupo na companhia de um felino, muito meigo, muito curioso, muito fotogénico, muito esfomeado. 
descemos. ouvia-se um som de água a correr porque o tempo não pára. a vegetação vai-se apoderando de uma ponte romana, esquecida pelo mesmo tempo. nova subida. bebemos um porto. bebemos uma ginjinha. comemos bolinhos. e começámos a descer um percurso quase interminável. foi sofrido... tanto que um dos senhores-organizadores ficou escondido entre as pedras, de telemóvel em punho, para flagrar a inevitável queda. eu não caí!
por fim... a civilização! recebia-nos com sol! ainda dei uma volta ao castelo antes de entrar na camioneta mas estava fechado, uma pena. ainda espreitei mas não consegui ver nada além de um aparente abandono... rumo ao almoço!!!
e daqui para a frente... só quem lá esteve saberá! ficará ainda na memória um gostinho a neve que alguns teimarão em afirmar que era apenas gelo mas o efeito foi o mesmo: momento aaaahhhh!!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

uxas, inhas, ixas e outras tais


chega-se aos quarenta e, ao que parece, instala-se o 
imagem retirada da internet.
caos. ou são os pigmentos cutâneos por causa da idade ou do sol; descuidos da juventude em noitadas vãs ou exposições intermináveis na praia, que nem carapaus de corrida empiriquitados, ali... a torrar! ou são os pés de galinha, a multiplicação da linha da testa, as pálpebras adormecem, a glabela que já não tem do que se gabar, o código de barras surge. e o contacto com o espelho dispara o alarme de um relógio-despertador, dos antigos: preto, redondo e bojudo, com os traços indicadores e os ponteiros em verde fluorescente para que a meio da noite fosse fácil identificar as horas e que soava de forma tão estridente que não conheço quem conseguisse não acordar com ele; aliás adormecer já era o desafio com aquele tique-taque constante e preciso (foram anos difíceis).

e é um corropio louco à luz pulsada, ao solário, ao derma-roller, botox e ácido hialurónico, bisturis avante como se não houvesse amanhã! sim, eu sei que, ainda nem trinta anos vou fazer, aliás, segunda-feira ainda terei outros trezentos e sessenta e cinco dias para me mentalizar a entrar na casa dos trinta mas eu pergunto: é assim tão assustador envelhecer? há mulheres tão mais charmosas na idade actual que quando tinham os seus graciosos vinte anos... é claro que tenho saudades de ter vinte anos certos mas que posso fazer contra isso? nada. então há que viver! avé os cremes hidratantes e os truques de maquilhagem e uma amiga que perceba disso tudo e outra que seja entendida em nutrição que os pepinos nos olhos pertencem à old-school e nós queremos sempre o que é in
eu daria uma bela dondoca! (eu e algumas amigas minhas!) não me chateava, de todo, ir ao spa - que por acaso nunca fui -, ter um brunch personalizado que por acaso nunca tive - e lençóis de seda - que também nunca comprei. ir shopping e ao cinema! manicure, pedicure e massagens de pedras quentes ou de cera ou de chocolate ou só massagens! cabeleireira marcada a x de hora e o salão inteiro à minha espera; fazer presença num evento qualquer e receber por isso, claro! encomendava um carimbo com a minha rubrica e desatava a carimbar autógrafos (aonde fosse! conheço uma louca que já levou com um carimbo na testa!), ser tratada por tia pelos filhos dos meus amigos! e dar só um beijinho invisível junto à orelha que as caras nem se tocam para não esborratar o blush e nunca tratar ou ser tratada por você mas sim senhora-dona-fulana-tal e sorrir para dentro para não danificar a linha do sorriso que o ácido hialurónico e o botox ainda são aplicados com agulha e anestesia!, e o derma-roller não é tão meigo quanto isso que conheço algumas que a bimba fica assanhada de tal forma que sentar está fora de questão e outras saiem em rubores mas não me parece que sejam calores!
e ainda seria conhecida como as do jet-set com algum ixa ou uxa ou inha ou nada a haver com o meu nome de baptismo! também seria alvo de fofocas! mas dondoca que é dondoca foca no que importa que é na próxima marcação da agenda social: ou chá ou shot que os ponteiros no mundo inteiro estão certos duas vezes em vinte e quatro horas! e todas são princesas pelo menos durante seis meses. (a fada-madrinha não foi tão generosa nos perlim-pim-pins com a Gata Borralheira!)

vento nas ventas e "Caeiro é que sabe!"

há dias em que apetece estar em todo o lado e estar em lugar nenhum e tudo ao mesmo tempo. é insatisfação pura com o universo e não quer dizer que alguém tenha culpa disso. estou na rua e penso nos cobertores velhinhos que ainda me vão valendo nas noites frias deste primavera azeda mas tenho a certeza de que, se lá estivesse, neste preciso momento, a não ser que adormecesse, não quereria ali estar. ainda pensei em ir até à praia e ver o mar a ser chicoteado pelo vento mas pegar no carro e conduzir até lá não apetece mas se lá estivesse... que bem que se estava! ainda que o mar, hoje, da forma como o vento corre as ruas, de certeza, que nem azul está... só areia no ar e vento nas folhagens das árvores imberbes que há muito assim se mantém, desde sempre. ou terão uma velhice tardia ou se trata de uma juvenilidade extemporânea. 
seja como for, que para aqui falo e nada digo, parece até que solto letras ao acaso e deixo que formem as palavras que quiserem, e sem querer ser insolente Caeiro é que sabe! 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

(0) pýgeme vs (1) reinite

se há país com uma História, para além do meu, que merece a minha paixão é a Grécia.
imagem retirada daqui.
todo o meu secundário foi feito no agrupamento das artes no qual continha, obviamente, História d'Arte como disciplina; em paralelo com as aulas de filosofia desenvolvi uma paixão pela cultura helénica que ainda hoje perdura, politiquices à parte.
imagem retirada daqui
não me falha a memória e sem grandes pesquisas no google a Grécia é o berço da civilização ocidental: lá se desenvolveram o pensamento, a língua, a comunicação, a arte, o desporto. fez-se história. claro que, à revelia da conservação, o francês Pierre de Frédy, o barão de Coubertin e fundador do Comité Olímpico Internacional, inaugurou os primeiro jogos olímpicos em abril de 1896 quase sendo um fiasco ainda antes de começar. consta que na altura o povo grego regia-se pelo calendário juliano, implantado por Júlio César (avé César!), que difere ainda hoje, numa diferença de dias substancial, do convencional usado pelos ocidentais provocando uma discórdia entre os atltetas à data de abertura dos jogos. acabou por acontecer então, a uma segunda-feira de páscoa, sob a regência do rei Jorge I.
o nome deve-se à cidade Olímpia e os jogos eram dedicados ao deus Zeus e neles só participam homens da terra, por assim dizer, sem presença alguma feminina à excepção de uma sacerdotisa (vá-se lá entender).
algumas das modalidades que se iniciaram foram diskos e ákon (discos e dardos) e pále e pýgeme (luta e pugilismo).

hoje celebra-se o dia mundial da actividade física e, logo hoje, não fui ao boxe por causa da srª dona reinite!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

assistência em viagem e ciclones com olhos sensíveis

não é que seja regra até por que seria uma falta de noção da minha parte mas a maioria das mulheres não percebe patavina de automobilismo e afins. assim é que, o motor começa a deitar fumo, por exemplo, o que é que nós fazemos? abrimos pisca à direita, estacionamos; e desligamos o motor e abrimos o capô e ficamos ali. a olhar. com ar de muito entendidas do assunto: ora aqui é o motor, ali o reservatório da água, alí a vareta da medição do óleo, aquele tubo... humm... esticamos até o dedo indicador em sinal de identificação. 
no verão passado uma colega de trabalho, a V., chegou ao pé de mim e disse-me alarmada que o pneu estava em baixo e que dali não saía, escusasse eu de ter ideias de o tentar levar até à oficina mais perto. constatei a contra-gosto que assim era. fui almoçar (dali ele não saía mesmo). a minha mãe já falava em desmontar o pneu e levá-lo à oficina (a pé) - chega a ser mais louca que eu; eu ainda ponderei - não sei a que propósito - trocar o pneu - quando, felizmente e a tempo, me ocorreu ligar para a assistência em viagem. é para isso que ela serve, mesmo que, o carro, estivesse estacionado à meia dúzia de horas. e pronto. problema resolvido. meia hora depois lá surgiu o senhor de t-shirt azul escura-desbotada e calça de ganga, tipo LEVIS, descaída, para substituir o pneu. não percebi o espanto de toda a gente: "o quê? ligar à assistência em viagem para mudar um pneu?!" dizia a M. na altura e o tom dela piorou quando me perguntou: "tu não sabes mudar um pneu?! és a vergonha das mulheres!" o J., escandalizado, ainda alegou um possível aumento no valor do seguro... WHAT?! eu-pa-go-assis-tên-cia-em-vi-a-gem-no-se-gu-ro!... não é que eu não saiba mudar um pneu. claro que sei!! pelo menos teoricamente. para quê correr o risco de fazer uma figura menos graciosa de minha pessoa?!

muito melhor que ver esta manhã um senhor, no auge dos seus quarenta anos, de camisa aos quadrados azuis, colarinho roto, e arregaçada até aos cotovelos às 08h55 da manhã - com o briole que fazia - com o nariz enfiado no motor do carro. se bem que conseguiu piorar quando me apercebi que o cinto de cabedal gasto das calças de ganga, velha e barata, não as segurava na cintura mostrando o vistoso-mas-não-gracioso rêgo do cu! 

(vai-se a ver o ciclone de hoje teve início naquele olho donde surgem violentas trovoadas e contrastes de temperaturas...) digo eu, sei lá!!

domingo, 3 de abril de 2016

boa companhia, boa conversa e muita gulodice!

fiu-fiu, o meu telemóvel tocou. recebi uma mensagem (tem o parvo de um assobio como toque de mensagem - tenho de mudar aquilo). era o O.: "estão longe? (...) a carne está na brasa e as vossas caipirinhas estão prontas". estávamos, sensivelmente, a quinze minutos da casa dos LP, a fome apertava e imaginar as caipirinhas da D. ainda me fez salivar mais. a malta esperava o pão.
convívio e petiscos são sempre uma excelente combinação principalmente brindado com sangria de frutos vermelhos.
queijo da ilha, queijo fresco e queijo da mercearia ali ao pé com as compotas a acompanhar, salmão cru e chouriço assado, sementes várias, amendoins. as caipirinhas uma delícia. as entremeadas, as febras ou as costeletas não abafaram um único blá, blá, blá e quando os doces, finalmente, chegaram... o alarido foi maior!!! passo a numerar:

1 - morangos envolvidos em chocolate preto e branco; 
2 - merengue inspirado pelos suspiros;
3 - garrafinhas de chocolate licoradas;
4 - cheesecake de caramelo salgado;
5 - tarte folhada de morangos suspensos em molho pasteleiro; 

6 - frutos secos em base de cacau e pouco açúcar; 
7 - as minhas gomas caseiras.

a receita deu-ma a K. porque no ginásio falamos muito de comida, curiosamente! e os moldes de silicone são da A. e não sobraram nenhumas que o Besugo não gosta de doces.
e assim se passaram uns bons pares de horas entre conversas sem nexo, muita risada, o A. ainda mostrou os seus golpes no boxe e ensinou-me a trabalhar com o GPS e-trex10 para actualizar de vez as coordenadas das caches; a H. possuí uma subtil observação; o L. cansou-me os fígados com algum reportório de piadas inofensivas (ou não) sobre baixinhas.
01h00 viemos embora. ainda tínhamos de pôr combustível no carro, só para prevenirmos não ficar apeados num lado qualquer obscuro, e uma hora de caminho.
a gata recebeu-nos como habitualmente num miado resmungão de quem foi interrompida do seu sono.
são estes momentos que valem realmente a pena: boa companhia e logo boa conversa. os petiscos também ajudam e os doces adoçam a boca e arredondam as bimbas mas para isso inventaram os agachamentos! as rugas também estão garantidas mas até isso têm solução - botox e/ou ácido hialurónico.
até lá que haja muita patuscada com a turma do costume!

receita das gomas:

  • duas saquetas de sabor a gosto (light ou não);
  • 400ml de água
  • dez folhas de gelatina ou duas colheres de sopa de gelatina em pó neutra. 

juntamos tudo, mexemos muito bem e já está!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Queen Grimhilde

imagem tirada daqui:
https://society6.com/product/evil-queen-h8v_print#1=45
requintes de malvadez... 

podia muito bem ser o desenrolar da história da branca de neve entre espelhos que não são mágicos nem há maçãs envenenadas ou caldeirões com poções cor verde fluorescente. só uma beleza sinuosa e insinuante.
não há castelos nem reinos, uma flora conspirante ou animais falantes; nem beijos que ressuscitam ou caixões de vidro - que imagem!
anões há por todo o lado, belezas estonteantes não as há em cada esquina mas como dirá a sabedoria popular: "quem o feio ama, bonito lhe parece." ainda que, bonito, bonito seria outra coisa, ao que parece. a maldade já é parte da condição humana e não se prevê alteração. o que difere, penso eu, é a subtileza com que se pratica o mal.

6ºaniversário!


e para comemorar decidi criar uma página na rede social mais badalada, ainda até ao momento, o facebook. assim, quando não encontrar as naftas no google podem encontrá-las no twitter ou face/fb(facebook/face-coiso/(...) : 
https://www.facebook.com/naftalinaaossaltos/?ref=aymt_homepage_panel
https://twitter.com/bloguedataniah