quinta-feira, 27 de maio de 2010

7pecadoscapitais (parte II)

Quando lhe dei o caderno pequenino para as mãos a reacção dele não foi bem a que eu esperava. Esqueço-me de que o meu namorado é uma pessoa mais calma e eu sou uma pessoa demasiado em muita coisa: demasiado ansiosa, demasiado curiosa, demasiado impaciente, demasiado teimosa... enfim!!! Só não sabe o quanto me desmotivou dias depois ao dizer que não queria que o envergonhasse. Bem... é um pouco difícil concretizar alguma coisa nestes parâmetros porque como posso saber exactamente o que o vai embaraçar?! A minha ideia sempre foi enviar por correio, no serviço em mãos e não pessoal, quando eu quisesse, aonde quer que ele estivesse quer fosse no seu local de trabalho ou nas suas saídas para fora mas assim...
O que é certo é que mal ou bem o caderno está em mãos e ele lá vai esperando o que vem daqui. Mas acho que no fundo ele não gostou muito.
Confesso que no fim gostava muito que ele me mostrasse o caderno, talvez escreva alguma coisa (ou não)...
Ainda não ofereci nenhum pecado; agora não sei como fazer…
É esperar para ver ou como dizem os mais velhos “vamos andando e vamos vendo”...

 
(alguma sugestão?)

terça-feira, 25 de maio de 2010

7pecadoscapitais

Organizei uma surpresa para ele. E com tema!! O tema intitula-se: OS SETE PECADOS CAPITAIS.
Fiz uma pesquisa intensa; foi um ano inteirinho de volta deste projecto. O objectivo é que para cada um dos sete pecados haja algo que os simbolize na perfeição. O meu primeiro passo foi pesquisar na Google um a um na sua vez e o que significam.
São, portanto, sete: SOBERBA, INVEJA, IRA, PREGUIÇA, AVAREZA, GULA e, por último, LUXÚRIA, exactamente por esta ordem (segundo decidiram os especialistas). Depois foi só fazer esquemas e mais esquemas, rascunhar muitos rabiscos em muitas pontas de papel e dito assim até parece que foi fácil e feito num instante.
De facto foi uma ajuda muito preciosa mas intensa e desanimadora na maior parte do tempo quando não se sabe o que se procura ou que se pretende em concreto fica difícil definir um caminho.
A pouco e pouco os esboços foram-se formando e cada pecado minuciosamente estudado: o seu significado, cores expressivas, os seus objectos mais plausíveis, principalmente os objectos... Quando escolhi as melhores hipóteses, tintim por tintim, compliquei um pouco mais a coisa - mulheres, que se há-de fazer?! – parei para pensar como dar-lhe aquilo e achei muita piada enviar sem prazos, sem datas nem horas, sem porquês, só pelo simples prazer de ser assim porque sim! E o passo a seguir foi uma ida aos CTT informar-me das diversas possibilidades de entrega.
Depois comprei-lhe um caderno pequenino. Risquei umas palavras aparte para lhe dedicar; queria também dividir as folhas pelos sete pecados. Para quê? Para que de cada vez que fosse surpreendido, escrevesse, se assim fosse o seu desejo naquele momento, o que lhe iria na alma, se teria gostado ou não, o que imaginara ou não… enfim! Escolhi uma capa que tinha uma gravura muito bonita de gatos com um fundo azul; brinquei com isso ao pôr também os gatos em pecado mortal, passo a explicar como deve ser: após a divisão das páginas do caderno, desenhei, eu mesma, uns gatitos em poses que entendi bastante elucidativas com uma pequena legenda a justificar a queda em tentação.
Isto tudo ao mesmo tempo - sou um bocado impaciente e para contornar tamanha inquietação faço tudo em simultâneo, claro que depois há muitas pontas soltas para trás, talvez por isso se tenha inventado as revisões - mas pelo menos não me farto e como não há uma data específica para oferecer... que se dane!
Quando já tinha o primeiro objecto dediquei-me à escolha das caixas que seriam as cascas dos ovos dos pintainhos para o meu primeiro dos sete pecados. Comprei logo as caixas todas de uma vez embora me pareça agora completamente desnecessário e precipitado, mas enfim!, achei-as tão giras na altura. Pouco tempo depois olhei para elas com outros olhos e achei-as demasiado vazias... faltava-lhes algo - o que era pequeno parecia deveras minúsculo; o que era grande parecia maior do que na realidade era. Lembrei-me então de forrar as caixas com um tecido qualquer desde que fosse acetinado (para mim, em teoria, os tecidos são todos iguais; não sei a diferença teórica entre seda e cetim, por exemplo, só sei pelo toque. Ponho os meus olhos na ponta dos dedos e percebo se é que aquilo que procuro ou não) mas e que cor?
Nova pesquisa no Google. Cor dos pecados, cor dos pecados, humm... aqui também houve uns mais difíceis que outros, por exemplo: o mais fácil foi a Inveja por causa da velha expressão: "verde de inveja" e foi logo a eleita - verde, verde-claro, forte mas claro. Verde.
A da Ira também teria sido relativamente simples até ver a da Luxúria: vermelho para ambos e assim surgiu um dilema. Não queria de modo algum a repetição das cores mas sim ordem, tudo muito certinho e direitinho; mais tarde através de um anúncio de chocolates ficou decidido o castanho pois diziam ser a cor da lascívia.
Posteriormente o azul era “cor de ordem” para a Preguiça não sei bem o porquê quiçá devido à ociosidade pura e da imagem familiar do velho agricultor na hora da sesta dormir em cima de um fardo de palha com uma palha entre dentes. Por falta de melhor ideias e sem grande vontade de contrapor assim é.
Já na Avareza tomei a iniciativa de optar pelo dourado ou pelo amarelo; este delito recorda-me sempre o velho Tio Patinhas.
A Soberba é interpretada pelo roxo, a cor mais pura do orgulho, do excesso de amor-próprio.
E, para finalizar, a Gula, numa das cores mais alegres e vivas, o laranja, não me perguntem porquê pois não tenho quaisquer fantasias.
Contudo ainda faltava mais qualquer coisa… faltava identificar!! Só eu é que fiz a pesquisa! Então decidi comprar uns envelopes pequeninos e uns cartões coloridos nos tons respectivos de cada pecadilho e isso foi uma aventura… escolhi o tipo de letra Parchement do Windows Xp e delineei linha a linha com extrema adoração como quem cheira as pétalas de uma flor campestre delicada, as flores do campo também são muito delicadas. Os cartões, dentro dos envelopes, têm meia dúzia de palavras em tom de desafio, todos eles assinados atrás: “Vive o teu pecado!”. A vida é tão curta…

Oops!

lembram-se de ter desabafado sobre a minha falta de habilidade com o verniz de unhas... pois então... estava eu ontem a abdicar os meus preciosos minutos de sono da minha tão sagrada sesta a limar as minhas unhas, a tirar as peles, ou melhor, a tentar que andem minimamente apresentáveis quando resolvi dar-lhes uma cor clara, clarinha. fui buscar o meu verniz da Risqué - rendas do brasil - que nem gosto tanto assim nem é tão discreto quanto me disseram, minha tão querida cor de pêssego da L'oreal... enfim! confesso que nem estava deitada nem sentada com a almofada no colo lá dei uma pincelada e depois outra e depois outra, com o frasquinho em cima da almofada que estava meu colo e... caiu!!! felizmente tenho bons reflexo e pouco se estragou e graças a minha rica mãesinha, que tanto protege o sofá com cobertores mal se sujou o cobertor mas o meu vestido preto... três, quatro gotas de verniz branco na bainha do meu vestido preto de algodão. felizmente saiu logo e nem se nota. é para que vejam como eu sofro quando o tema é verniz! a culpa não é minha... claro que por causa desta aflição toda já nem pintei as dos pés e os outros minutos de sono da minhas sesta não foram bem aproveitados mas o que se há-de fazer?! já alguém dizia da preguiça que...:

terça-feira, 18 de maio de 2010

cagadelas de pássaro em dias de sol

isto só a mim!! vai uma pessoa na rua, dirigindo-se a determinado sítio para cumprir com determinados deveres civis, debaixo de um sol que não se pode, com o termómetro a marcar 27.50ºC, e a meio do caminho splash!! uma cagadela de pássaro numa camisola cor-de-laranja, linda!! linda ficou depois de limpa que tem agora uma mancha branca e seca logo na curva do ombro. mas pronto!... há que pensar positivo: era para tê-la despido e deixei-me ficar com ela até chegar ao trabalho ou podia ter caído na cabeça ou... enfim! há uma vastidão de possibilidades. que bom é o lado positivo!

entradas: coentrada de porco assado no espeto

se há entradas deliciosas, e coisa que eu gosto são as entradas, mais do que o prato principal ou até mesmo das sobremesas, são as entradas, sem dúvidas nenhumas!
para quem não sabe faço seviços de catering. este fim-de-semana estive super ocupada: no sábado fui servir no jantar de gala dos finalistas da ESTM; no domingo a uma associação de sócios privados. um grupo bastante simpático, setenta pessoas septagenárias mais ou menos. tudo doutores, reformados, a maioria, bem-dispostos. o almoço: porco no espeto. como já é usual desta ementa, antes de se servir o porco, há as belas das entradas, bem dispostas na mesa, intocadas, a pares com talheres e guardanapos, de maneira que nada lhes falte. uma das minhas preferidas: coentrada da febra do porco. serve-se preferencialmente fria mas eu gosto mais dela quente; os sabores, os tempêros, as cores parecem mas activas, despertam-me melhor os sentidos; assim que posso é dos primeiros pecados a ser cometido. ora venho eu com a travessa na mão para a colocar na mesa quando me vejo parada no meio do caminho porque me chamaram a atenção já nem sei para quê e depois, à minha volta, de polegar e indicador juntos lá iam roubando tirinhas de carne e perguntando que era aquilo até que, houve um senhor, paciente do meu caminho até à mesa, esperou que eu pousasse a travessa para provar dizendo maravilhas da entrada. tirou. provou. gostou. lembrou-se. lembrou-se de perguntar que coisas verdes eram aquelas por cima da carne. ora não se está mesmo a ver que são coentros?! então de onde pensam que surgiu o nome coentrada?! dos coentros, como lógico. claro que eu não disse isto ao senhor, muito educadamente identifiquei-lhe as ervas aromáticas e, muito alarmado, " - coentros?! mas eu não posso comer coentros!!" e depois teve uma idéia brilhante: " - será que me pode ir buscar um bocadinho desta carne sem os coentros?" ao que respondi, pasmada a olhar para aquela figura de polo verde-seco e óculos-escuros-de-sol, à aviador, de bigode farfalhudo, a pele morena e enrugada pelos anos, " - isto é coenntrada senhor, por causa dos coentros..." na esperança que ele percebesse mas ficou apático, sem reacção, a olhar para mim, especado. virou costas, voltou-se para a mesa e eu encolhi os ombros. de repente, do nada, ele saiu a correr dizendo que ia falar com o senhor que estava a assar o porco. quando me viu disse em tom de vitória que o tal senhor, "muito simático, por sinal", lhe arranjava a carne a seu pedido, se eu fazia a gentileza de lá ir buscá-la. expliquei ao senhor que se tratava de um buffet, teria de ser ele próprio a tratar disso. ao que ele nem uma nem duas.
e enquanto o senhor ficou satisfeitíssimo com a sua carne de porco assado no espeto, sem coentros, eu fquei morta de riso, por dentro, daquela situação que não lembra a ninguém.

sábado, 8 de maio de 2010

fim-de-semana de chuva e frio depois de uma semana de sol e tempo ameno

ninguém merece!!! uma semana interinha de sol e tempo ameno, noites estreladas e agradáveis e chega-se a sexta-feira à noite está um frio que não se pode e uma chuva que nem ensopa!!! mas devia. se era para chover ao menos que se ouvissem as batidas na janela como uma tromba de água ou granizo ou sei lá! não é uma pessoa embonecar-se toda, maquilhagem, top, saia, ou melhor, mini-saia, e casaco para depois quando chega à porta do prédio deparar-se com uma noite mais do que escura ainda que nem sejam dez da noite - em plena primavera há noites a esta hora que ainda têm um lusco-fusco no céu -; um frio que nos entra no corpo todo e... uma chuva irritante que não ensopa e só molha por que é contínua e é tocada pelo vento que também nem é forte mas marca presença (irritante). irrita.
sábado de manhã outra vez um cenário cinzento com alguma gravidade acentuada. chove, chove, não chove a potes mas ao menos já molha em poucos segundos. outra vez a mesma cantiga, top, saia, ou melhor, mini-saia, só faltou a maquilhagem mas não faltou o casaco que foi o que me salvou à ida para casa em plena hora de almoço quando soprava um vento frio de primavera zangada ou agrado tardio do inverno.
não se faz!!! então mas tem alguma lógica?! parece castigo! mas castigo pelo quê? que mal fiz eu?! cá para mim é o segundo pecado capital cometido pelas campónias da quinta famosa.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

just my luck

hoje vim espreitar o desditas ditas e escritas da taniah, este meu blogue de desabafos embora contado ninguém acredita que o que escrevo aqui é a mais pura realidade, talvez a minha escrita vos leve a certas dúvidas e desconfianças mas eu ainda sou de outros tempos, ainda sou daquelas pessoas que pertence ao século passado, sou dos tempos em que "palavra de honra" significava muito e eu vou deixar aqui a minha palavra de honra em como tais acontecimentos são verdade. acontecem-me coisas que não lembra a ninguém a menos que, apenas eu, dê importância a certo tipo de... banalidades, chamemo-lhes assim. mas hoje quem não queria acreditar era eu quando desco a barra ao meu lado direito até ao fim do blogue para analisar os dados estatísticos da minha pergunta quantas desgraças te acontecem ao longo do ano? vi que tinha três votos. " - ena três!!" disse eu com entusiasmo porque é um blogue recente poucos sabem da sua existência, de modo que foi inevitável; isto para dizer que não queria crer na visita de um verdadeiro sortudo por estas bandas!!! alguém afirmou que nunca tinha azares ao longo do ano. espero que não seja beijoqueiro/a...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

fado vadio

"- queres vir trabalhar sexta-feira à noite?"
"- quero."
sexta-feira à noite era noite de fado vadio. eu até nem sou apreciadora de fados, fujo deles como o diabo da cruz. é uma tradição portuguesa demasiado forte paa o meu gosto. prefiro rock. com o rock partimos, agimos. com o fado choramos. mas em conversa com o meu namorado que não poupou elogios à iniciativa e porque o dinheiro me faz imensa falta, lá fui eu à noite de fados.
19:00h_ saí a correr do meu trabalho e segui para o restaurante.
19:15h_ cheguei ao restaurante, mudei de roupa, apresentei-me ao serviço.
19:35h_ liguei ao meu pai, que adora fados desde que se lembra de ser gente, a falar-lhe do evento.
20:00h_ o primeiro cliente chegou.
"- caldo verde, se faz favor."
a noite correu muito bem. os jantares tinham um aspecto diferente naquela noite. o bacalhau estava mais dourado, as batatas mais amarelas, a alface mais verde, a cenoura mais laranja que a que a laranja e o tomate com uma cor... não sei... o ambiente estava divinamente amoroso e acolhedor.
mas como nem tudo são rosas já só fomos jantar às duas e tal da manhã... comer e não comer, despachar e tal 04:00h da madrugada quando entrei no carro.
antes disso, enquanto cada artista de mesa cantava o seu fadinho, o meu pai surpreendeu-me com a sua presença lá... comeu uma filhós e assistiu a dois ou três fados. foi-se embora com o rosto lavado em lágrimas. o meu coração ficou apertado. "de boas intenções está o inferno cheio", é o que dizem...
mas, como disse antes, o nosso jantar só veio para a mesa já o relógio de parede, discretíssimo, denunciava as duas horas, a.m. como dizem os americanos ou como exigem os ingleses a hora certa no ponteiro certo não é como nós portugueses, saloios, que dizemos duas horas de manhã e duas horas à tarde e depois gera-se uma confusão de horários no conto de uma história qualquer porque como estou sempre a dizer os pormenores são muito importantes, nunca se deve descurar deles seja pelo motivo que for.
impressionante como depois de horas a fio em pé, cansados do serviço e dos últimos speeds à speedy gonzales para limpar e compôr a sala, ainda temos disposição para embirrar (com simpatia, com graça, com amizade) com o colega na outra ponta da mesa e um-senta-levanta desenfriado que parece que não acaba nunca... enfim! empregados de mesa... têm sempre muita energia guardada na reserva para estes bocadinhos em que se juntam todos. mas é bom. mais saudável que a alface ou tomate ou a cenoura, que desde miúda que oiço dizer que faz os olhos bonitos.
no entanto... parece castigo. fiquei com a minha voz um "bocadinho" danificada. no sábado ainda passou despercebida mas no domingo aos almoços foi a verdadeira desgraça, já nem eu conseguia dizer nada que se percebesse nem os clientes se contentavam sem a piada.
segunda-feira foi outra aventura. no consultório não se fala em tom normal, tende-se a baixar um pouco o volume principalmente no gabinete. o problema instala-se com a broca que não é de meias medidas e faz uma chinfrineira que não se pode. ou pára ela ou espero eu - as duas ao mesmo tempo é que nem pensar. e não cantei o fado, fará se o tivesse feito. hoje já estou melhor, já que perguntam. no fim deste mês há outra vez vamos lá ver como fica a minha vozinha de princesa, delicada como uma flor.