segunda-feira, 29 de outubro de 2018

lamechices de mãe

eis outro dia tão insignificante como outros que já passaram por mim e ficou quase tudo na mesma. 
hoje fez sol. choveu. chove ainda. mas resolvi combater a ressaca de açúcar no aconchego da minha cama, daqui a pouco estava enjoada com' ós porcos com tanta porcaria de tanto chocolate! 
tenho aos pés a gata. peluda. quente. ronrona; ao meu lado, tenho o maior tesouro da minha vida, o meu filho.

sim, ficamos mais lamechas com a maternidade. só hoje me dei conta disso.

acordei-o de manhã. bebeu o leitinho todo. vesti-lhe quase três mudas de roupa. deixei-o na creche. chorou. quanta maldade há no mundo que veio do berço: interromper um sono lindo de ver para deixar o bebé num local estranho com pessoas estranhas...
                             ***
entrei no prédio e subi as escadas de rompante; cheguei espavorida, despenteada, cansada...
já dorme?, perguntei a medo enquanto procurava com os olhos os caracóis desalinhados, o olhar ensonado, a fralda a roçar-lhe nas bochechas e o sorriso escondido atrás da chucha. 
" - já..."

senti um desalento tão grande... um dia de treta que terminou finalmente mas sem trocar olhares e fazer traquinices com o meu amor maior... só entende quem é mãe.

sábado, 27 de outubro de 2018

a companhia das palavras à solidão

são palavras. serão sempre palavras...
inesgotáveis, insuficientes, desvalorizadas, sobrevalorizadas...

valem o que valem para o bem e para o mal mas serão sempre honestas. serão sempre reflexo do meu interior mais inóspito. serão sempre um achado inacabado de mim como um diamante em bruto. e nunca cessarão de sair do meu peito. saiem-me da boca p'ra fora, algumas, outras são tão difíceis de proferir como as lapas, na rebentação das ondas contra as rochas, descolarem. e ainda que fosse feita uma pesquisa minuciosa da gramática para melhor exemplificar a semântica da minha expressão arrisco que não há categoria ainda... ou se calhar até já há, sei lá! (nunca fui um exemplo a gramática e agora com a treta do novo acordo ortográfico que só o meu país aderiu fica difícil até saber escrever quanto mais falar.)

eu sempre fui boa companhia para mim. desde cedo que me habituei a estar só comigo. eu e as bonecas. eu, as bonecas e os ferros de engomar estragados que se transformavam em viaturas futuristas. eu e as caniças transformadas no meu imaginário em burros enquanto cantarolava a música do burrito. eu e eu. 
havia grandes conversas e não, não tive amigos imaginários; curiosamente, achava estranho imaginar alguém que ninguém visse além de mim. 
cresci. é fiquei uma jovem adulta chata, aborrecida. 
escrevo para gostar mais de mim, acho.

mas não gosto de estar sozinha.
já me disseram "é uma coisa que vem com a idade". acredito. também não sou nenhum velho do Restelo mas continuo a preferir a presença de estranhos na rua a estar em casa, sossegada - nunca foi um bom presságio ou tem de haver um motivo muito forte.
seja como for são palavras que aqui ficam, lidas sabe se lá por quem! escritas sabe se lá por quem! Com motivos tanta vez desconhecidos ainda que possam achar que sabem.
são palavras. serão sempre palavras...
inesgotáveis, insuficientes, desvalorizadas, sobrevalorizadas...

terça-feira, 23 de outubro de 2018

no futuro...

o que será que retém o inconsciente? e numa idade tão jovem quanto a do meu bebé? será que saberá o quanto é amado e adorado e o quanto são valorizadas as brincadeiras que temos? será que se ele tivesse poder para aceder a esta fase do crescimento estariam retidos os beijos, os abraços, a memória das peças espalhadas pela sala, as corridas na bicicleta (entre as portas dos quartos, paralelas entre si) que fazemos? esta criança tem o raio de um hábito que não sei se é natural do comportamento se copiou da gata! juro!! antes eu queria ver TV ou estar no PC ou sei lá... lá vinha sua excelência, a gata, enfiar-se literalmente à minha frente e esfregar o focinho dela contra o meu de maneira que eu não visse nada mais além dela! o X. faz exactamente a mesma coisa quando estamos no sofá: atira-se para cima de mim e espreita com a cabeça inclinada e sorriso malandro! não há maior semelhança entre estes dois! vai daí o que é que acontece em seguida??? a reserva de discernimento acciona o red line e dou por mim a dizer cá em casa filha à gata e bichinho ao filho!!! vá chamem lá os serviços sociais cá a casa! amanhem-se é com as unhas da gata que não são cortadas quase desde que a família aumentou! somos todos um pouco loucos e gostamos de o ser só mesmo quando a razão desperta desta euforia me lembro de questionar se, um dia, o meu filho saberá que é amado e se ou que amou os seus pais!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

bronquiolite... outra vez!

"este pequeno está a preparar-se para ficar cá!"

caiu-me o mundo! desta vez, que não ia a contar, hão-de trocar-lhe a medicação, pensava, a mínima janela de oportunidade revelou-se um pórtico que abalou o meu mundo.
o meu bebecas, só este ano, já vai na terceira ou quarta bronquiolite e parece ser um túnel sem retorno nem resolução. é muito assustadora, a realidade de ficar à noite, no hospital, com um bebé, por causa dele e não por nossa, e em boa verdade digo por mais clichê que possa ser, dava tudo para trocar de lugar.

espirrou? não me importava de ficar com gripe!
tossiu? eu podia aguentar uma tosse de enfiada e perder as refeições de três dias.
mal respira? eu sobrevivo!

agora... quando é ele ... e nada deste mundo permite que eu possa substitui-lo é uma sensação de incapacidade, de impotência... monstruosa!! dói muito.

chorei ali, naquele segundo, em reflexo as palavras da médica. não consegui controlar o impacto que aquilo teve em mim. dói de uma violência tal que parecia ter rebentado outra bomba nuclear. a pobre da médica pediu desculpa, não foi intencional. nem me importei com isso. só queria que o meu bebé não passasse por nada disto! eu só queria não estar ali. o que menos me importava naquele momento era a intenção das palavras dela! eu não queria nada daquilo para o meu bebé!
limpei as lágrimas. perguntei se podia ficar com ele e estranhamente consolou-me as palavras da médica-chefe: "- deve!" sorri. um sorriso amarelo e levantei-me. peguei no meu filho ao colo.
fiquei ali. a noite toda ao lado dele num cadeirão com ar confortável para uma leitura extensa de quatrocentas páginas nunca para uma sesta de meia hora que fosse mas que interessava isso agora??

o menino adormeceu perto da meia noite.
há uma fez-se nova aplicação de medicação.
às cinco acordou com fome e reclamou de não ser a quantidade habitual!
adormeceu.
acordou umas três horas depois quase como se nada fosse e aguardamos o dia todo para saber se mudávamos para o internamento, se íamos para casa.
viemos para casa onde o cheiro, as cores, as coisas são nossas. onde há amor, não que haja razão de queixa seja de quem for - médicos, enfermeiras, auxiliares, todos exemplo de humanidade e compaixão no profissionalismo da função que desempenham. o médico perguntou de onde vinhamos e a chefe andou com ele, preso pela t-shirt, nos corredores a incentivar os primeiros passos dele por ele mesmo; a enfermeira brincou com a contagem em cada bomba de ventilan e atrovent, teve palavras doces com o meu menino; a auxiliar brincou com as bolas de natal penduradas do tecto, pegou-lhe ao colo para que ele mesmo tocasse nelas, deu-lhe um carrinho de brincar, fez-lhe uma papa; mas em casa é onde realmente pertencemos.
no entanto, obrigada à(s) equipa(s) do centro hospitalar do oeste das Caldas da Rainha que esteve/estiveram a trabalhar entre o período das dezanove horas do dia vinte de outubro e as dezasseis horas do dia vinte e um. para mim, mãe, significou muito!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

mundo, o que tu precisas

às vezes é só disso que precisamos: um abraço sentido, um carinho sem demora, uma condução sem condição.
às vezes o mundo precisa de não estar em lado nenhum; ser o mundo amparado, ter palavras bonitas para o mundo e coisas assim... às vezes é tudo o que a alma quer e o corpo não sabe.

ah o corpo esse habitáculo ingrato e mal adaptado!... esqueceu a língua dos antepassados. não escuta. não vê. não sente. não fala. 
o mundo liberta gritos mudos que não se ouvem em lugar nenhum nem no mais inóspito nem no mais caótico.

caos.
o mundo tem um estado de caos crónico. 
o mundo continua a rodar sobre si mesmo e em vaidade em torno de uma estrela, namorando a sua outra metade, a lua. lua cheia ou nova, meia cheia, meia vazia como aquele copo de vinho tinto, esquecido em cima da bancada.

eu beijar-te-ia a pele, perfumar-te-ia com o aroma das castas mais ricas, marcar-te-ia em tons rouges com um beijo demorado mas ... o que o mundo precisa é do pó da terra. vestir o pó de argila, sentir o calor dos pólenes soltos no ar até, quem sabe, depois da alma lavada na chuva, brincar com os paraquedas dos dentes de leão que trazem no ar segredos e no folículo os beijos dos anjos, aqueles dos caracóis dourados, armados em cupidos, imagina-se! 
ah se eu soubesse alguma coisa de música ler-te-ia partituras, cantar-te-ia ao mundo mas nem canto nem encanto que o espelho é impávido à passagem do tempo que passa por nós.
mundo, onde estás tu?

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

ites de palpites, amigdalites, bronquiolites e...??

pior que ser tudo novidade é não saber nada. ouvir palpites atrás de palpites. ter sentimentos aos montes e não ter argumentos que cheguem.
a dúvida instala-se e a impaciência toma conta de mim.
se fizer, faço bem? 
se não fizer, devia ter feito?

um pouco como Shakespeare mas em versão borralheira que para gata nem bigodes tenho, que os fiz a última vez à linha (a minha esteticista ambiciona uma ausência de seis meses - é louca!).
o choro do menino antevê um gemido de queixume que eu não sei contestar! não é brinquedo, não é fome, não é frio, nem dentes é! era amigdalite a semana passada; esta semana é (novamente) bronquiolite; semana que vem será uma ite qualquer, consequência da creche, "um dos mil sítios piores que há no mundo", disse o médico pediatra numa da idas à urgência. "tem uns bichinhos..." continuava ele... e senti-me tão culpada como naquela vez que ele teve sapinhos justificados pela baixa imunidade do seu frágil organismo que não recebe do meu as defesas esperadas do leite materno, sem intenção de magoar, bem sei, mas questionamos até onde devíamos ter ido, ter feito, ter dito para impedir o atrevimento de um vírus, questiono eu.
esta noite que passou foi uma tourada. acordou às duas da manhã; fiz duas bombadas de ventilam e dei-lhe o leitinho, quentinho como gosta. pouco depois vomitou em jacto a minha cama, o chão, o tapete, a roupa dele... acalmou.
antes das três voltou a acordar. dei-lhe o outro medicamento, um comprimido desfeito em aero-om, vomitou tudo de novo e enquanto foi preparado um banho quente, a roupa da cama dele foi trocada, o pijama tirado a dedos em pinça e os meus braços cercaram o corpo dele como se o conseguisse proteger de mais alguma coisa. ingénua! adormeceu ao meu colo, cansado, com os caracóis desalinhados, a boca entreaberta, ao som do tum-tum do meu coração! não canto, não sei cantar, nem tenho voz para! (com alguma sorte madrasta encanto e mesmo assim tenho cá as minhas dúvidas!) desejo que o som grave do meu coração espante os gemidos agudos do meu bebé, que expulse a dor e o desconforto para que gema de excitação com os brinquedos espalhados na sala ao pontapé, qual campo de minas!

o meu bebé dorme agora. dá-me tempo de tomar um duche bem quente e preparar aquela que pode ser outra noite de loucos.
o que nos vale aos dois é que os meus braços nunca estarão cansados da minha ingenuidade e, em boa e grande verdade, o melhor aconchego da minha vida, descobri junto do corpo pequenino do meu menino!

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

chegada a casa

e se eu dissesse que te amo tanto que me assusta? 

e se eu confessasse que o cansaço me derrota às primeiras e enfio a cara na almofada só para abafar o som da queda livre das lágrimas? 

eu podia até dizer que te quero mais que a mim mesma e que já não me conheço nas pequenas coisas do dia a dia. 

que quando te grito não é para ti, é para mim mas provoco um círculo vicioso de grito meu e choro teu que só acalma, claro, quando te pego ao colo, te cheiro e me abraças e pronto!... já passou! 

faz hoje um ano que chegámos a casa da maternidade. estávamos agora no silêncio naquele que é para nós o maior conforto e o melhor canto que há no mundo, aquele que é nosso, o nosso lar. de repente, tornou-se, também, o mais assustador. 

por esta hora, há um ano, estava farta de chorar, apavorada com o tamanho da responsabilidade que é ter um recém-nascido em casa, desconfortável com a costura da cesariana, irritada com a maior expectativa que tive toda a gravidez, a ilusão de uma vida inteira, que se revelou ser o meu pior e maior obstáculo e levou-me muitas lágrimas, a amamentação! 
por esta altura sentia-me dividida até com a gata, que mal me recebeu. cheirou-me e afastou-se. cheirou o mais perto ou longe, nem sei, possível, esticada o mais que conseguia permitir-lhe perceber o que se passava naquele casulo que emanava um odor tão forte e uma temperatura tão alta a uma distância considerável segura. 
a gata fugia de mim, assanhada por dias, vi-lhe as pupilas dilatadas, o pêlo ouriçado, o corpo em alerta, os dentes afiados. estava zangada e fez questão de marcar a sua presença. 
por dias não entrou no nosso quarto e eu também não deixei; as primeiras investidas de aproximação foram de suspense; hoje é atraiçoada pela curiosidade mas não dá ainda o braço a torcer ou a pata! 

há um ano, tudo era demasiado. hoje ainda é também. demasiado assustador, demasiado cansativo, demasiado bom, demasiado avassalador, demasiado para a imensidão de inexperiência que há em mim. é devastador - o sentimento que se instala leva-nos a dúvidas, muitas, umas atrás das outras... um ano passou.

pouco mudou mas já nada é o que foi, nada está como estava. tudo passou, efectivamente. daqui a outro tanto tempo quanto este, que já lá vai, virá outra realidade constatar o óbvio. mas se te amo? se te quero mais que a mim mesma? se não sei uma data infinita de coisas? a resposta é sim! sim, amo. sim, quero. sim, não sei.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

parabens!

levantei-me cedo. tomei banho. vesti uma roupita. 
saímos para tomar o pequeno almoço: uma arrufada com queijo e fiambre e um galão escuro. pusemo-nos a caminho e pouco passava das nove e meia quando dei entrada na maternidade. 

 faltou à médica um pingo de humanidade compensada pela atenção das enfermeiras e auxiliares! 

 agora é esperar. 
e esperei. 
esperei o dia todo. 
chegou a noite e continuei à tua espera entre "piscinas" e exercícios na bola de pilates nem ia olhando para o telemóvel para não ter de lidar com a curiosidade de mundo e meio (entre amigos e família não me deixaram espaço para criar qualquer tipo de ansiedade). lembro-me de sair um dia das aulas de preparação para o parto e comentar com as outras gestantes que não estava mesmo nada preocupada, viria quando quisesse e fosse a sua hora e no fundo eu sempre soube que estava para longe e que seria tal qual como foi, além disso eu tive de gerir a ansiedade de tanta gente que não tive tempo para dar espaço e voz à minha. 
na madrugada de terça-feira houve umas dores mas nada que não se conseguisse suportar. de manhã, quando a equipa médica fez a visita e o respectivo toque ainda estava tudo na mesma: zero de dilatação e eu descansada e fresca como uma alface... até à última! 

dez horas. 
o J. não tinha chegado ainda ao pé de mim e a decisão estava tomada: cesariana. 
foi assustador. por todas as razões. 
por que era uma cirurgia. por que ia ficar com uma cicatriz. 
por que sempre soube que iria ser assim desde o início. no corredor, na maca, vi finalmente o J. e por segundos quebrei o muro de certezas inabaláveis e os meus olhos encheram-se de água. disfarcei! - os adultos não choram. 
a parte que mais me incomodou foi a espera num espaço frio e feio, literalmente cinzento. 
aproximou-se de mim uma senhora já de idade avançada. viu-me. cumprimentou-me. perguntou-me se estava nervosa. (soube depois que era a médica anestesista. tem um nome invulgar e foi de uma meiguice incomum). 

entrei no bloco. tudo ainda mais frio, ainda mais cinzento. sente-se um aparato de material mas não se vê nada. há música de fundo mas não se distingue bem, pelo menos eu não distingui, estava demasiado focada na anestesia - para quem não queria levar epidural toma lá a raqui! e depois tu nasceste! 

aquele primeiro choro foi a certeza do começo da nossa aventura! choraste outra vez e quando te vi...: "é tão lindo!", disse quase sem voz e pensei que era a cara do pai chapada!  

apagaram-me. quando voltei a abrir os olhos só sentia frio e a voz não saía. o J. apareceu de rompante ao pé de mim. e eu só quis chorar! só queria aquele abraço, aquele conforto, aquele beijo. a viagem para o quarto parecia interminável mas pelo menos não havia lá mais ninguém. eu não queria ver ninguém. queria ser só eu e o meu bebé. chorar de medo de uma mudança tão radical na minha vida e maravilhar-me com isso ao mesmo tempo. 

"ele é tão bonito...
"um narizinho tão pequenino...
"moreno, olhos azulados...
"os dedos são compridos e fazem lembrar as mãos dos pianistas...
"ele é tão pequenino... a roupa sobra-lhe!

foi só o começo da descoberta de um mundo novo e assim será até ao fim dos meus dias. 

 parabéns patareco!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Creche

o meu bebé já foi para a creche. é inexplicável. se há dias em que, com ou sem bolacha, ele salta para o colo da auxiliar ou da educadora, há dias em que se agarra às roupas com tamanha gana que desconhecia que um bebé pudesse ter... no primeiro dia até correu bem. deixaram-nos entrar na sala; alcançámos-lhe um brinquedo e ficou entretido, a brincar; agora é uma dor para os dois... compenso o mais possível - acordo-o devagarinho para o surpreender com uma explosão de beijinhos repenicados (é ao ponto de ele se voltar para mim com a mesma gana); deixo-o beber o leitinho como gosta, tal como o pai, uma pinguinha de leite aqui, outra ali e entre brinquedos e muda de fralda e a vestimenta lá chega a hora de sair... ainda acorda de noite. ainda bebe o leitinho todo de madrugada e não me venham com teorias que "à noite é para dormir!" porque eu, mais que ninguém, quero muito dormir a noite toda e ninguém me disse em que fase deixamos de os acordar de três em três horas para os deixar ficar - que não nos deixam! o meu bebé já está na creche. e sinto uma ponta avassaladora de ciúme por que agora já não sou eu que lhe ensino as gracinhas. e quando imagino que os primeiros passos possam ser dados lá, onde não estou, é quase uma raiva que atropela os pensamentos. acho que ele já diz mãe há para mais de um mês mas ficamos sempre na dúvida se foi ou não o que ele disse... e ainda o mais estranho é que há outras pessoas com histórias do meu filho, ainda no outro dia disse-me a auxiliar: " - olhe mãe não se preocupe, ele passou muito bem o dia! é um menino que quer acompanhar com os grandes (crianças de dois anos), quer dar a comida aos outros bebés e não se deixa ficar! - ele estava a brincar com um camião e quando vieram para lhe tirar ele não deixou!" soltei uma gargalhada, divertida com a história e orgulhosa! é um doce de bebé, não tarda muito será criança, rapaz, jovem, homem adulto. por ora é só o meu bebé que já foi para a creche!