domingo, 29 de maio de 2016

O GINÁSIO VAI À RUA

bom dia, bela adormecida, vá salta da cama! 


nada como um bom desafio para me levantar cedo da cama, a um domingo de manhã. já tinha visto no ginásio, numa folha A4, de linhas, em letras maiúsculas vermelhas a dizer: 
TRIATLO
 29 MAIO
GINÁSIO NOVA ERA!  
iniciativa integrada nas jornadas da saúde e do bem estar e UDPV.
hum... era menina para alinhar nisto até que oiço a palavra fatídica: cycling! credo! parece qualquer coisa vinda do quinto dos infernos! acabei por dizer que ia até porque era, uma vez mais, uma mobilização para a Luta Contra o Cancro em conjunto com as jornadas da saúde e do bem estar.
no comando da voz da S. faltavam-me segundos para as nove da manhã quando lhe enviei uma sms  e esperei que ela terminasse aquilo que chamou de pequeno-almoço e seguimos para a Lourinhã. fomos das primeiras a chegar à praça D. Lourenço
Vicente, o que me orgulhou. a primeira vaga de bicicletas já estava alinhada. a Ksaúde montava a sua tenda e, ao seu lado, a A.S. Saúde Clínica Multiterapeutica, duas tendas prontas para nos mimar um pouco após o esforço físico. chegaram mais bicicletas estáticas, schwinn, disse-me ela. chegou o Sérgio, o instrutor. e tirámos uma selfie na companhia da M. chegou mais pessoal, adepto das boas práticas saudáveis. começámos! 
a maioria das faixas já me eram familiares das aulas em que, me senti corajosa o suficiente para enfrentar, sessenta minutos, de duas montanhas, em planos combinados. meia hora depois terminou. chiça! foi duro. a S. ficou a pedir mais trinta minutos! é doida!

cinco minutos para recuperar o fôlego e beber água e antes que, o corpo tenha tempo para arrefecer ou haja espaço para algum discernimento e acabar a brincadeira por ali, a S. arrasta-me para o outro lado da estrada para iniciarmos o cross fit! outra aventura. fiquei surpreendida por ter conseguido fazer quase tudo, até a maioria das pranchas! 
e... meia hora depois... lá íamos nós a correr, atenção!, a correr em direcção à praia do areal.
é um percurso muito agradável principalmente desde as obras para o passadiço; sossegado, entre as terras de cultivo, aqui e ali, as típicas flores campestres. ainda há algumas a começar agora a florescer.

fomos intercalando a caminhada em passada acelerada com corrida entre três/quatro postes. já ía havendo pessoal a regressar. o Rui Samone era um deles, claro!, perguntei-lhe pelo banho - já que tinha sido dele a ideia de o fazer assim que conseguíssemos alcançar a praia - oh, claro! até as camones ficaram doidas! o Rui, igual a si próprio! encontrámos o Mickey Mouse!! com um ar muito malandreco ainda nos acompanhou nos passos finais até à areia! as orelhinhas agitavam-se animadas!
quando finalmente chegámos à Lourinhã ainda houve tempo para uma massagem, bendita sejas X.! soube maravilhosamente bem. a R. recebeu-nos com um sorriso aberto, muito dela. conheço-a desde míuda e sempre me lembro dela assim: cabelo comprido, loiro, óculos e um sorriso de menina. o sr. G. descansava da trabalheira em montar a tenda desde as oito da manhã. 
e pronto... já está! despedimo-nos. agradeci e fui pôr combustível no carro. esquecemo-nos do vídeo final, começa a ser tradição, porém, podem ver os outros na página do facebook da naftalina. e foi assim. 
ah! é verdade. fui mimada quando cheguei a casa. a sobremesa foi morangos com chocolate negro 70%... delícia! não correu muito bem a nível visual mas morangos são morangos e chocolate será sempre chocolate! amanhã, às treze horas e pouco, aulinha de circuito!
e hajam mais eventos deste! ar livre e actividades são sempre bem-vindas! não só por uma questão de estética ou de saúde mas mais por uma questão de sintonia, de paz interior, de relaxamento, no sentido puro da palavra. Rui, obrigada!

sábado, 28 de maio de 2016

título cliché: amanhã

amanha é outro dia! outro alvorada, outro pôr do sol. mesmo que chova. (nem que troveja!) ninguém, nunca, nos pode tirar isso. 

há sempre um avião que rasga o céu de manhãzinha para o qual fazes figas e pedes um desejo ou dizes adeus. 

um meteorito atravessa a esfera do planeta, já a noite não é menina nenhuma, e fechas os olhos e pedes um desejo, é uma estrela cadente. 

quando abres os olhos, as estrelas. 
tens as estrelas todas as noites mesmo que a névoa se levante diante delas.

se a chuva cair sai para a rua e lava a alma.

e depois segue caminho até ao vale dos lençóis que não há melhor aconchego nem conselheiro.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

56ª Caminhada Trilhos do Mar: Albufeira de São Domingos - 4ª ed.

uma chávena de flocos de aveia, uma de leite de arroz, não, duas. canela. e agora... uma apresentação à gourmet!
tudo a jeito. saímos de casa. 
era tão óbvio que o ponto de encontro fosse frente à igreja que não tinha nada a ver!
chegámos, bem recebidos como sempre, o espírito extrovertido do S., a simpatia do N., os sorrisos nas caras que já são familiares. cumprimentei os aniversariantes e felicitei-os. o sr. C. tem amor à camisola, espírito de sacrifício e entusiasmo para agarrar o futuro. 
depois dos blá blá blás importantíssimos do S., o
guia que vai à frente, a malta organizou-se e fez-se ao caminho. já o tinha feito uma vez com o J. e fiquei fascinada: as cores, o ambiente, a paz... numa só palavra: NATUREZA! 
fui ficando para trás, como sempre. gosto de ver as coisas com olhos de ver. é claro que sei que é uma caminhada mas a mim parece, muitas vezes, uma desculpa para sair de casa e socializar ao ar livre. dois dedos de conversa com a L., depois com o O., o L. sempre em pose para a fotografia...
a albufeira é um encanto mesmo sem patos. as flores que nos acompanham ao longo do caminho são das mais diversas cores e formas e tamanhos. os eucaliptos têm muito mais que um ou dois tons de verde e cinzento; há campos cobertos de flores pequeninas brancas e amarelas e só amarelas... do outro lado da margem uma casa
que é um encanto - enorme, o arvoredo em torno dela esconde a sua magnificência, a margem mesmo ali ao jeito de molhar o pé, a palmeira não resistiu ao ataque do escaravelho no ano passado mas ela ainda perdura com o passar dos anos;  a meio do percurso fizemos uma pausa para geocachar até porque esta menina fez-nos perder mais de uma hora da primeira vez e a uns amigos quatro vezes voltaram eles para dar com ela e nada. apesar da manutenção urgente que necessita valeu bem a pena: o local é um encanto e a cache em si, grande. encontrei uns cogumelos tão pretensiosos que não resisti a fotografá-los. tínhamos de continuar que a distância do grupo só
tendia a aumentar. 
acelerei o passo para tirar a bendita foto de grupo e comer e beber que, esta mania de ficar para trás  e sem água e mantimentos tem de se acabar. a Quinta do Penteado. é outro encanto entre a natureza verdejante e as margens da albufeira mas em ruínas... é outra daquelas situações que os herdeiros não se entendem, contaram-me; e quanto mais o temppassa pior para a sua recuperação. se bem que chegámos à conclusão da ingratidão da sua recuperação... manter-se-ia este esplendor natural?!... enfim.
no regresso, fomos directos à Quinta da Coutada, na companhia do aroma vibrante dos eucaliptos. e eis senão quando, em pagode, com a S., prima da M., contei um episódio caricato que se passou em Lisboa - outra das calinadas da M. : ao sairmos do restaurante, no euforia da aproximação, de um determinado veículo a M. grita por uma foto digna do Metro. do Metro?! qual Metro?! aquilo é o Eléctrico!! quase chorámos a rir!
de que se lembrou a S.?! de fazermos um vídeo a dizer que estávamos na barragem do Alqueva, na Atouguia da Baleia/Peniche.  claro que sim!!! que excelente idéia! e assim foi, à chegada caminhámos até à margem onde os kayaks nos esperavam e... play!

dirigia-me à mesa que tinha águas quando fui interceptada por uma cara sorridente, de boné branco e rosa, t-shirt cor de rosa e um sorriso de menina. a voz interrogou: não é você que está ligada ao naftalina?! sim sou! :) - espero que seja por um bom motivo, pensei - e dali se desenrolou uma animada conversa sobre as amigas em comum, a caminhada, o Peniche a Correr, as rambóias que decorrem por aqui e conheci os primeiros likes que não estavam, até agora, no meu grupo de amigos facebokianos. o J. passou por mim e disse-me que depois, fosse até ali, ao jipe. algum tempo depois, beijinhos a todos, fiquei muito contente. cheguei ao jipe.
humm... interessante isto por aqui. um copito de sangria, e outro... humm... vamos almoçar senão isto ainda corre mal. uns atacaram as febras, outros as sardinhas mas ninguém perdoou o bolo!  ah sim! desta vez tivemos direito a bolo or ser o
décimo quarto aniversário do Centro de Canoagem do Oeste.
NÃO SUJAR ao invés de MANTER LIMPO, é um dos lemas do CCO que tem uma acção mais activa do que aparenta e abrange também actividades como o btt, passeios pedestres ou quaisquer outras que envolva o meio ambiente...
depois de almoço não descurámos do cafésito, da fotografia junto do bolo e da ida à àgua. escolhemos uma canoa dupla com o J. no comando e eu aproveitei para fazer outro video:  
gostei imenso. ele foi muito rápido mas achei um máximo a sensação de estar tão perto da água...  se bem que o entusiasmo fez-nos irresponsáveis: nem eu nem ele tínhamos colete, a coisa em dando para o torto não sei bem que se ria por último. voltámos. ele repetiu a proeza, eu já não tive tanta coragem - estava muito vento e achei que isso, água, experiência a 0,5 de nível talvez fosse algo que podia adiar até porque o telemóvel tinha uma bolsa impermeável mas que não bóia. talvez fosse bom não contrariar Mr. Murphy. ele caiu à àgua assim que se sentou no kayak, eu sequei os meus pézinhos!
pronto. foi isto. alguns rebeldes ainda foram restabelecer as calorias perdidas na caminhada entre minis, gelados e pão com chouriço mas isso e muito mais fica para quem lá esteve...

até dia 10 de junho

terça-feira, 24 de maio de 2016

cultura em modo rambóia - PARTE VIII

estou?! oi amor... pois... fomos à missa... (kkkk) sim à missa. ainda demoramos... beijo
o J. nem acreditou que viemos à missa. nem eu! às portas do Mosteiro gargalhadas espontâneas não se conteram. não comíamos nada desde a hora de almoço embora
tardia e apesar de já passarem das 20h00, para nós, foi um lanchinho entre amigas. 
mais uma rodada de Pastéis de Belém (sem o empregado de mesa da manhã... nem uma dose extra de canela e açúcar em pó ajudou, nem teve o mesmo sabor). as meninas beberam chá, eu um chocolate quente... como era uma hora mais calma deu para trocar dois dedos de conversa com o senhor que nos atendeu e ficámos a ter a certeza de visitas guiadas às instalações. próxima aventura?... hum... quem sabe! 
dali regressámos a caminho do carro. o meu sentido de orientação é algo tão certo quanto uma agulha de uma bússola num campo  magnético. por isso sempre me tentei orientar por algo que fosse uma referência do género: uma casa com o nome da rua/travessa, uma rotunda, uma estátua... e de preferência algo que fosse mais fixo ao chão que uma árvore.
ah! o texugo! uau... visto ao
pé é maravilhoso! as cores e os materiais usados, as formas, as disposições criam-nos uma ilusão de óptica excepcional! perto uma mescla de materiais e tons ao acaso, ao longe um conjunto que dá forma às bases da natureza.
seguimos para a primark. só lá tinha ido uma vez. aquela loja tem de tudo um pouco, impressionante! ele é cuecas em renda fluorescentes, babydolls tigresse, meias com desenhos da disney, roupa de desporto e de praia e para o dia-a-dia, enfim, moda criança, mulher e homem! só não vi para o cão, gato ou periquito... será que tem?!

no caminho de regresso, contra qualquer expectativa de quebra da excitação do dia passado, viemos todas em conversa animada, em conversa de mulheres!

até uma próxima!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

cultura em modo rambóia - PARTE VII

vamos aos Jerónimos!
uau!... senti-me... esmagada! tão pequena, tão insignificante perante uma arquitectura tão forte! os claustros, o jardim... aquele  estilo tão nacional (manuelino) é de ter orgulho em ser português.
senti-me verdadeiramente esmagada e absorvida por todo um misticismo que está tão ao nosso alcance que é difícil ser-se distraído ou querer abstrair. sei que me repeti mas é difícil não o fazer.
brincámos ao esconde-esconde e eu-sou-a-mais-gira, nas colunas, as nossas risadas ecoaram nos claustros.
entrámos no refeitório onde tinha em exposição alguns dos monumentos mais notáveis; os azulejos são de um encanto e típicos: amarelo e azul com motivos da vida religiosa do Novo e do Velho Testamento; há aquilo que eu penso ter sido uma lareira e um lavatório...? 
a caminho da Sala do Capítulo estão os restos mortais, trasladados em 1985, de Fernando Pessoa, Aquele poeta (para mim). com um portal majestoso e três séculos de diferença do seu interior, o principal objectivo era a reunião dos monges, após a missa, aos domingos.  entrámos. no meio, o túmulo de Alexandre Herculano e, em torno de si, uma exposição sobre a vida e obra do historiador/romancista embora sem o baldaquino pareça apenas... simples - não tenho outra palavra para descrever. na mesma exposição existe uma planta da sala com a descrição do que contém: portanto, a meio, a arca tumular de Alexandre Herculano, nos quatro cantos da sala estão os restos mortais de Almeida Garrett, Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões e o Infante D. Henrique se bem que, tinha a idéia que eram os de Teófilo de Braga... saímos. 
à nossa esquerda surgiu uma entrada. disse-lhes que subissem para lhes tirar uma foto qual menina à janela! e assim foi. a M. com os seus cabelos loiros, esplendorosa como sempre!, o sorriso discreto da S., a alegria no rosto da S.A., tentei que nada me escapasse. juntei-me a elas, não sem antes, deixar de espreitar pela fechadura da imponente porta de madeira e fechadura grande e preta - ah! é a igreja! 
muita risota, algumas selfies, disparates a monte - é a regra número um! as escadas davam para o coro-alto. 
aqui os monges dispendiam de sete horas de oração fosse em canto, reza ou recitando. a S. contou que aquela disposição de cadeiras (Cadeiral) era a zona onde isso acontecia quer fosse de pé ou sentados, apoiados nas misericórdias, umas peças salientes colocadas por baixo do assento de cada uma. acima velam alguns apóstolos e santos. perdi-me nuns pormenores do candelabro e fiquei a observar o Cristo Crucificado, construído em madeira, oferta do Infante D. Luís em 1551. saímos.
à nossa frente, um espaço com varandins, cheios de gárgulas... uma porta aberta permitia o acesso a outra exposição, agora cronológica desde o princípio da nossa história em paralelo com o resto do Mundo até aos nossos dias; vigilantes estavam alguns dos nossos reis com o mínimo de dados biográficos.
como uma senhora resolveu mandar-nos sair porque o Mosteiro ia fechar, resignadas, descemos. agradecemos e entrámos na igreja. 
... nem sei por onde começar! é uma repetição mas a verdade é que o sentimento é sempre o mesmo: de fascínio e esmagador ao mesmo tempo! passado o pano vermelho da entrada, ao nosso lado direito a pia baptismal, do lado esquerdo a capela do senhor deitado. o brilho da talha dourada é apaixonante ... uma voz surge atrás
de mim, falando baixo quase um segredo. quer tirar uma foto diferente? claro! nem disfarcei o entusiasmo! olhe aqui, nesta coluna. uma mão. há pelo menos três mãos. eu ainda só encontrei duas. a outra está ali mais à frente. questionei a razão daquelas mãos estarem ali, não se sabe bem... há quem diga que o escultor quis deixar a marca do seu trabalho, uma assinatura. no google encontrei a designação: "mãos de Deus" e eram parte de um ritual de iniciação dos jovens navegadores que consistia na sua procura e em tocá-las.
pedi para ir até ao altar mas como não ficávamos para a missa o acesso foi negado. estivemos as quatro a observar as colunas atentamente aqui e ali e até onde a vista alcançava. são quase seis e meia da tarde... é hora do terço, disse uma delas... dez minutos depois concordámos em ficar para a missa. eu nunca tinha rezado o terço. e achei que a cerimónia deveria ser mais tocante que as habituais, na nossa terra. as velhinhas, maioria de luto, rezavam e nós fomos acompanhando com maior ou menor dificuldade. 
19h05 o senhor padre entrou na igreja com uma estola vermelho-escarlate que além de reforçar o poder que possui é também símbolo do tempo litúrgico. a missa foi... diferente. o senhor padre iniciou a cerimónia com uma transcrição em gregoriano, que não soube interpretar... o ambiente era pesado... a pouca iluminação da igreja parecia querer reforçar o peso da nossa consciência, que no fundo, é por isso que lá vamos, na esperança de...  bem, não vamos entrar por este tema.
todavia, esperava algo mais intenso, com outro encanto. o carrilhão não foi usado... e era também uma missa de sétimo dia... e nas missas já não se dá beijinhos!!!
no fim da missa procurámos o sr. R. não só para
nos despedir-nos como também nos desculpar-nos pela travessia da corda sem a sua autorização, é certo que o tínhamos procurado mas ele tinha-se ausentado. ele sorrio. um sorriso que não sei se foi inesperado, se tímido mas pelo menos verdadeiro foi. ainda nos mostrou a beleza de um vitral. eu já o tinha admirado mas ver uma coisa pelos olhos de outra pessoa tem o seu quê de especial. o senhor ainda nos contou que ali fizera todos os sacramentos inclusive o baptismo dos dois filhos.
e eis senão quando... o entusiasmo da M. ataca! podemos tirar uma foto consigo?! ela (eu) tem um blogue!! penso que ele ainda hesitou mas quatro mulheres a olhar para ele é muita pressão. não me rio!... fico sempre assim nas fotos. eu acho que ficou muito bem, sr. R. e, além disso, não resistiu a rir do nome do blogue! ainda bem. 
foto de M.

sábado, 21 de maio de 2016

cultura em modo rambóia - PARTE VI

com a Torre de Belém nas nossas costas subimos à passagem aérea para nos dirigirmos ao Museu dos Coches.
pelo caminho a S.A. mostrou-nos o maravilhoso Jardim no Centro de Cultural de Belém. talvez tivesse sido do sol, talvez tivesse sido da minha predisposição animada, talvez da companhia mas o jardim maravilhou-me. o pormenor dos seixos
dentro de água, a escultura habitável de Miguel Arruda, o verde das árvores e da própria relva... muito nos rimos ali. e todas muito fotogénicas, sim senhoras. ali também se tem uma vista encantadora. seguimos caminho pelo meio do Jardim de Belém onde o enorme pavilhão tailandês, oferecido ao país em 2011, se destaca inquestionavelmente com os tons dourados entre as folhagens ostensivas das árvores. algumas flores também já vão dando ar da sua graça. e conversámos alegremente até chegarmos ao novo edifício que alberga a responsabilidade que o próprio nome obriga: Museu. 
peço desculpa ao arquitecto, Giacomo Azzolini, não gostei. talvez, se se tratasse de uma exposição, me teria fascinado. tratando-se de um local definitivo entristece-me o minimalismo das paredes brancas face ao barroco dos coches... de qualquer forma é um espaço interessante, sem portas em lado nenhum, inclusive, o próprio elevador abre de um lado e do outro.
coche de Filipe II (séc. XVI-XVII)
viatura de viagem trazida de Madridpelo rei Filipe II (III de Espanhã) na sua visita a Portugal, em 1619. é o coche mais antigo da colecção do Museu
num dos cantos estava um coche em restauração - que fascínio... os tecidos, a cor, a madeira dos coches... não tenho nenhum favorito; todos eles, na sua respectiva época e função, todos têm o seu ne-sais-quoi. se bem que, inevitavelmente, houve um que me deu que pensar o que raio aconteceu à anatomia do membro fálico da estátua...  

foi o ponto alto das minhas alergias... o que eu chorei ali... fomos almoçar!
o almoço foi a nossa maior desgraça alimentar!! a M. perdeu-se com a galinha de cabidela, a S. e a S.A. dividiram a açorda de camarão e o bife à casa, eu ataquei uma alheira com ovo estrelado e batatas fritas! (mas houve salada para todas) sem saber o que escolhermos para beber e, depois do empregado de mesa depois de ter elogiado as
foto de M.
curvas de uma das meninas, está
 no ponto, menina!, trouxe-nos dois copos para provarmos a sangria: numa sangria branca, noutro sangria tinta. mandámos vir as duas, meio litro de cada! que doces que eram! ainda bem que só veio meio litro senão já
não havia mais nada para além do restaurante O Prado. comemos sobremesa: mousse de chocolate com café em pó,
canela e um morango em cada - oh que maravilha! simpaticamente, o senhor ainda tirou uma fotografia connosco.
à saída, alguém que eu não vou denunciar o nome, gritou a pulmões: - olh'ó metro!! tira foto ao metro!!!

qual metro?! estamos claramente à luz do dia... 

cultura em modo rambóia - PARTE V

foto de M.
empatorradíssimas do almoço, a custo, ganhámos coragem para um passeio de charrete. descemos os degraus para, à esquerda, subirmos a rua, para as  instalações antigas do Museu dos Coches na esperança de nos escapulirmos à fila que crescia a cada minuto. encontrámos o sr. polícia sinaleiro e interrogámo-lo sobre uma possível partida dali, não havia e tirámos uma foto com ele, tem de ser rápido meninas!! sim, senhor polícia. 
a M. debatia-se consigo. defensora acérrima dos animais, não pode nem ver uma formiga em sofrimento que provoca o apocalipse, se for preciso, para remediar a situação que era a seguinte: haviam três charretes, duas delas da Guarda Nacional Republicana, uma outra particular. quando observámos com mais afinco e principalmente a M. defendia que, só na que era
conduzida pelo sr. guarda A. Silva, os cavalos, Egoísta e Equinócio, descansavam mais tempo que os outros, bebendo também mais água e ainda tinham tempo para umas festas extras no focinho, no chanfro, nas narinas húmidas... o pêlo é macio. eram dois animais lindos! lá conseguimos ir nesta foi uma conversa muito animada com o sr. da autoridade republicana. já estava no serviço há mais de vinte anos, dezasseis deles dedicados por opção e amor à cavalaria. era o próprio quem cuidava e tratava dos animais. 
a volta resumiu-se a sair do novo edifício do Museu dos Coches, passámos à frente das instalações antigas, cheirámos os Pastéis de Belém, passámos pelo Mosteiro dos Jerónimos e regressar. pedimos para tirar uma fotografia, por acaso tirei mais, a M. apressou-se a publicitar o blogue e o sr. guarda não se importou.
foi interessante, nunca tinha andado de charrete e, portanto, desconhecia o toque da madeira quando nos sentamos, o frio do ferro onde nos apoiamos, a trepidação das rodas na calçada portuguesa.

e agora? Palácio da Ajuda ou Jerónimos?!

sexta-feira, 20 de maio de 2016

cultura em modo rambóia - PARTE IV

OMG!!! que fila é esta? vamos estar aqui horas... penso que devemos ter bicho-carpinteiro. eu saí da fila para fotografar qualquer coisa, a M. saiu para tirar uma seflie com a Torre por trás, eu juntei-me a ela, trocámos e lá foram a S. e a S.A.... de repente, passa por nós, um grupo de vinte e poucos espanhóis, identificados com não sei o quê e eu e a M. fomos investigar o porquê deles terem passado à frente. quando olhámos para trás a S. e a S.A. já nos tinham apanhado.
bem que arquitectura... possui quinhentos anos desde a defesa até ser considerado património nacional. a primeira ala que surge é a bateria baixa e de seguida descemos umas escadas em caracol que nos levou a uma ala de encarceramento e outra de armazenamento. no regresso, subimos uma meia dúzia de degraus para admirarmos a vista no terraço do baluarte sem saber que logo em seguida, com a sala do governador à direita subiríamos noventa e três degraus em direcção ao terraço da torre, em caracol. entretanto, eu e a S.A, resolvemos explorar aquela parte e aproveitámos para tirar fotos nas guaritas e junto da imagem da Nossa Senhora das Uvas ou, também conhecida por, Nossa Senhora do Bom Sucesso coroada rainha. e admirámos a vista magnífica para o rio onde se vê não só a Ponte25Abril como também o Cristo Rei ao fundo, vigilante, os Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, as pessoas são tão pequeninas... tirámos muitas fotos. fizemos outro vídeo dentro do espírito entusiasta. 

quando descia com as resmunguices dos italianos atrás de mim, elas chamaram-me e insistiram que subisse de volta. tinham ficado na sala das audiências com direito a mais dez minutos na loggia da fachada sul da torre, para aí não vai ninguém, podem ficar descansadas e à-vontade. não sei que se passou...
quando cheguei estavam em conversas com um rapaz novo, moreno, alto, de olhos grandes e muito azuis, um sorriso aberto, o Pedro, e com um senhor na casa dos seus sessenta e poucos anos, o senhor Paulino, bem mais baixo, o sorriso infantil contrastava com a meninez dos seus olhos castanhos, pequeninos. tirámos muitas fotos com direito a pose e tudo! inspirámos tanto quanto nos foi possível e gargalhámos muito! não podia era durar o dia todo.
regressámos, agradecidas pela oportunidade. todavia, na primeira descida apercebi-me de uma porta fechada que me suscitou logo curiosidade. soube agora que era a capela. não tem nada. a sala do governador também era desprovida de quase tudo à excepção da cisterna o que, a meu ver, é uma pena não haver pelo menos uma réplica de algo mais ali. descemos todas as escadas e saímos.

cultura em modo rambóia - PARTE III

decidimos atravessar para a outra margem via subterrânea e na volta via aérea. 
descemos a escadaria e encontrámos dois ou três artistas expondo a sua arte: azulejos, aguarelas, ilustrações, gravuras... e um tocador de gaita de beiços onde a S. e a S.A. se renderam a uns passitos de dança!
junto ao Padrão dos Descobrimentos (pena não termos lá ido), foi altura de ligar à minha mãe que já me tinha perguntado como estávamos. e como já tinha acontecido com o pai da S., o marido da M., a tentativa com o meu-mais-que-tudo, foi a vez de, em uníssono, gritarmos os bons dias para ela! 
fotos! ao Padrão, à vista para o rio, à Torre que se aproxima, ao farol e eis, senão quando, somos interrompidas por uma senhora com um ar muito casto da sua nacionalidade: asiática. pensámos que nos estivesse a pedir para sairmos de onde estávamos - convém salientar que conseguimos ocupar um grande perímetro - mas não. ela queria mesmo era uma foto connosco. e depois a que fotografava também se juntou a nós e ainda surgiu, não sei de onde, uma terceira senhora! avé selfiestick! muito sorridentes, diria mesmo, eufóricas!... rimo-nos imenso também... uma foto connosco, quem diria?! 
de seguida... um pescador de cana preparava o isco sossegadamente quando aparecemos para bagunçar a sua pacatez matinal. espantou-se quando dissemos donde vínhamos e nós ficámos encantadas com o peixe pescado. arroz de tomate e peixe frito para o almoço, menina! bem bom! outra foto. bom dia!! obrigada!! será que espantámos o peixe?


uns metros à frente, a M. e a S.A., viram, ainda no parque da paz, as máquinas para incentivar o exercício físico; após  as calorias ingeridas com os pasteis, elas acharam que conseguiam enganar o PT. só lhes faltou o slogan: IT'S NOT A CHEAT DAY - claro que não! e lá fizemos outro vídeo e mais registos fotográficos. muito eu gostava de saber como é que foi a aula de tabata na quinta-feira!
para sorte da M., não fosse ela esbardalhar-se no cais, fomos informadas que mais à frente o percurso terminava ali para a passagem dos barcos na doca. como é que ninguém viu?! demos a volta e chegámos finalmente à Torre de Belém.
... 
um cigano, mais velho, mercava selfiesticks, "já temos um!", responde divertida, a M.

cultura em modo rambóia - PARTE II

Bom diaaaaa!!! 
Bom diaaaaa!!! 
Bom diaaaaa!!! 
Bom dia! 
- Bom dia!!

Bom dia gente boa! 
- Bom dia!?...
Bom dia Sr. Taxista! 
- Bom dia menina!
Bom dia!!! 

os bons dias foram gritados a bom pulmão em plena cidade alfacinha e devolvidos em sorrisos inesperados, outros em sobrancelhas arqueadas enquanto o BMW enfrentava as filas de trânsito. o entusiasmo da M. é-lhe tão genuíno e incontrolável que se torna contagiante. 

adoro Lisboa!!!
num percurso de duzentos metros após termos estacionado o carro, numa zona residencial, homens ciganos ofereciam-nos óculos de sol; uma cigana propôs-se a ler-nos a sina ao que a S. prontamente explicou a ciência da leitura de mãos à S.A. 
na esquina da tasca PÃO PÃO QUEIJO QUEIJO que perdeu a batalha no second round aos PASTÉIS DE BELÉM outra mulher da mesma etnia exibia pandoras e lenços (lindíssimos)... toda a gente oferece tanta coisa!!, isto é um máximo, ironizei com elas!... é claro que não são ingénuas ou oferendas sequer... 
ao primeiro cigano tirei-lhe das mãos o par que estava mais ao alcance, sorri-lhe agradecendo e continuei o meu caminho. regateou o valor dos óculos pedindo-me o número de telemóvel quando a S. veio em meu auxílio muito aflita pois não saberia como me ligar depois (já que eu ficava sem número); ofereci-lhe o meu sorriso. foi elogiado mas não chegava. devolvi-lhe os óculos, desejei um bom dia. com as ciganas não me atrevi a tal brincadeira. 

Pastéis de Belém.
todas pediram dois pastéis. dois?! não é muito?! vão saber-te a pouco, vais ver!, avisou-me a S.A....
o empregado era qualquer coisa!!! se ele deixasse dava-lhe uma trinca e não fosse gay. tinha umas calças de tecido pretas e uma camisa branca. tirava-lhe a manga à cava, disse-me  a M. qual manga à cava?! ah!... aquela manga à cava. (os meus olhos dividiam-se entre o rabo e os bíceps, não tinha ainda alcançado aqueles ombros, o dorsal...). não lhe desfazia o nó daquela gravata azul e talvez deixasse o avental. pena, não tinha a placa identificativa. tinha barba de três dias. um sorriso discreto ainda que malicioso. olhos castanhos, brilhantes. a transparência da camisa anunciava os bíceps bem feitos mas a opacidade do tecido preto não disfarçava os glúteos torneados. simpático. pedi-lhe um compal sem gás. WTF?! desculpe, desculpe!!! de frutos vermelhos. vermelha fiquei eu com a minha atitude tão descabida.

o fulano era qualquer coisa, qual Pastel de Belém!
também comi dois (pastéis). oh meu deus... polvilhados a canela e açúcar em pó, ainda quentes... um mimo. um mimo era o empregado! 
a M. ainda proferiu cheia de lamuria que era uma pena ele não ter uma placa daquelas com o nome e, o menino, prontamente respondeu-nos: vou colocar uma nas costas! não faça isso, apelámos; pois se assim já era difícil tirar os olhos daquele rabo imaginem se ele tivesse um papel nas costas!?...
ah!! alguém tirou foto aos pastéis?! é claro que não!...
pagámos, saímos e a S. é que lhe tirou um sorriso rasgado, dentes bonitos... só desejei um bom dia e uma mesa mais fácil que a nossa, disse ela. e a nossa foi difícil?! difícil foi resistir a um empregado de mesa daqueles!

à saída, a caminho da Torre de Belém, passámos por um rapaz que compunha a farda de bombeiro.


- Bom dia Sr. bombeiro!!!
- Bom dia, responde.
- Há fogo aí?
- Não. Aí há?!


Uuuuuuuiiiiii!! Já foste! apanhaste boleia do hippo?!  (kkkkkkkkkk)


quinta-feira, 19 de maio de 2016

cultura em modo rambóia - PARTE I

O programa de rádio, Rebenta a Bolha, do César Mourão, na rádio comercial, de ontem não podia ser o mais indicado. Atrasos! Odeio-os mas a verdade é que já ia com vinte minutos em passo largo de atraso. pequeno-almoço, banho, o que vestir???, make up, máquina fotográfica e... siga lá caminho.
Fui buscar uma menina para se juntar à rambóia das três, a S.A., e dirigimo-nos para a casa da S., onde, a M., que quase não vinha, conseguiu chegar primeiro. afinal o sarampintado vermelho do piolho não era varicela. era pulga! e também veio, a M. ou pelo menos ninguém deu pela pulga! 
09h00 lá íamos a caminho do aeroporto em voo directo, sem escalas, até à ville des lumières et de l'amour para mais uma aventura. do aeroporto?! ah, não!!! são só as placas, a capital da nação espera-nos ainda que não o saiba! 

ontem foi dia internacional dos museus! e não podíamos deixar escapar a desculpa para nos juntarmos como aconteceu o ano passado, outro dia conto-vos!, os próximos posts vão denunciar como foi...



segunda-feira, 16 de maio de 2016

reina a paz no mundo do caos!!! - parte I

reina a paz no mundo do caos!!!

faz um ano no próximo mês (junho) que tive a semana mais atolada em sentimentos que alguma vez aconteceu.
se me dissessem, há vinte anos atrás, que um dia vínhamos a ser as melhores amigas... eu matava a pessoa só com o olhar! era a miúda mais irritante e manienta (bem... há anos que não usava esta palavra!) lá da escola; chegou até a inventar que o Leonardo DiCaprio - convém citar que foi o ano em que todas as miúdas andavam em delírio com ele por causa do TITANIC - tinha ido lá a casa pedir autorização à mãe dela para que, ela, a M., fizesse um filme com ele, intitulado: A PRINCESA DO DICAPRIO! 
"ela nem português sabe falar quanto mais inglês!", dizia eu à S., que miúda insuportável!
tantas voltas o mundo dá que lá nos pôs a confratenizar... e ora que um dia uma, outro dia a outra lá o ódio se disseminou noutra coisa tão inesperada! uma amizade nascida de onde?... de uma birra?! ... até hoje!

um dia recebi a notícia, numa euforia contangiante que só a M. tem, que a M. ia casar. que anel de noivado lindo! ok... nós até íamos mas a questão é que não estamos na melhor fase econónima... 

blá, blá, blá! 
ok! vamos se eu te puder ajudar em tudo! 
não podes; vais! 

e assim foi. tirei a semana de férias. e foram dois dias muito interessantes. muito extenuantes. mas o dia do casamento... foi qualquer coisa!
na véspera, já saí da casa dela por volta das duas e pico da manhã, quando a decoração do carro ficou finalmente impéc.! combinámos tule cor-de-rosa e heras no branco da chapa... chegar a casa, tomar banho, enviar três mensagens ao J. que tinha saído, dormir e não dormir, 04h00 da manhã... acordei. OH DEUS!!! - não foi isto que eu disse mas pronto, adiante! - 08h59!!! andava para trás e para a frente no quarto tal qual uma barata tonta!!! 
OH DEUS!!! OH DEUS!!! OH DEUS!!! OH DEUS!!! OH DEUS!!! OH DEUS!!!OH DEUS!!! 
liguei-lhe e o meu coração deixou de bater! a calma dela parecia uma faca de dois gumes... (ela vai-me matar quando eu chegar...) outro duche rápido, vesti, já nem sei o quê, e desci as escadas do prédio a correr, atravessei a rua e ainda ia a meio da estrada quando oiço as cabeleireiras dizerem umas para as outras que eu estava a chegar!!!! era só uma hora de atraso! desfiz-me em mil e uma desculpas, eis o penteado tão esperado e voltei a casa, vesti o vestido (depois de ter corrido meio mundo à procura); calcei as sandálias, finas, douradas; a V. tinha-me emprestado a pochete de pedras em tons dourados. ainda nos desentendemos os dois - os homens têm uma calma muito peculiar deles, que irrita qualquer ADN feminino! - saímos em direcção à florista! chiça!!! levantei-me à hora de estar à porta da florista para levantar o buquê. finalmente cheguei a casa da noiva com uma mão no vestido - era só o que me faltava era cair!!! - a outra de buquê em punho e entrei de rompante no quarto onde ela se preparava para vestir O vestido!

domingo, 15 de maio de 2016

57ª Caminhada Trilhos do Mar: Da Costa d'África à Quinta da Moita Longa

água. lanche... vou à praça e compro umas bolachinhas integrais da Rita, iogurtes, kit primeiros socorros, máquina fotográfica, bateria e cartão de memória, está tudo!

pequeno-almoço: papas de aveia com canela, bagas de goji, framboesas e meio quadrado de chocolate preto 70% com vestígios de framboesas também; chá de rooibos.
o dia estava meio indeciso, ora sol ora umas nuvens acinzentadas, mas vá que não choveu e o sol ainda nos presenteou uns momentos simpáticos apesar do vento.
cheguei à Lourinhã... bolas!! não trouxe a máquina. como é que é possível?! tudo ao lado umas coisas das outras!!! caramba!!!
valeu-me que a A. tinha uma máquina e emprestou-ma já que a bateria do meu telemóvel estava a meio e não queria arriscar a esgotá-la...
umas fotos aqui, outras ali, a menina D., líder do grupo dinâmico pela iniciativa da Liga Um Dia Pela Vida, lá nos emoldurou a mim, à R. e à L. é sempre gratificante fazer o bem por pequena que seja acção e, às vezes, ou melhor, em raras vezes, um pouco de vaidade não fica mal. muito fotogénicas, as três.
foto de DMC
tinha pensado num determinado percurso. conheço minimamente a zona, morei ali perto uns simpáticos dezanove anos, quatro deles fiz a escola primária... tinha alguma idéia do que poderia ser e não foi. 
saímos do jardim da N. S. dos Anjos em direcção ao percurso pedestre do outro lado do rio em direcção ao Vale Geões. desconhecia a estrada de terra batida atrás da escola agrícola e, uma vez mais, foi uma pena ver aquela instituição assim: abandonada. (houve um dia que lhe  fiz uma incursão e fotografei uns quantos metros quadrados; uma pena...), passámos pela escola secundária e depois pela instituição dos bombeiros voluntários. cortámos à esquerda num percurso totalmente tapado pelas ervas molhadas do orvalho da noite ou de algum borriceiro que pudesse ter passado antes de nós; também havia alguma lama, algum charco aqui e ali. 
e constato que no meio de todo aquele verde vivo que a natureza nos oferece de mão beijada nós oferecemos à vida as melhores cores possíveis: amarelo, laranja, rosa, castanho, azul... cada uma dos cento e cinquenta caminheiros de hoje. o muito ou o pouco é tão relativo. um sorriso é apenas um jogo de movimentos entre músculos faciais ou não. uma piscadela de olho é muito mais que um cisco que entrou ou não. um dia pela vida deve sê-lo todos os dias...
mas regressando à nossa caminhada... dizia eu que a natureza nos oferece toda uma vitalidade surpreendente: no contraste do verde, as flores campestres começam a mostrar o expoente máximo da sua cor: as roxas fazem corar as papoilas, as amarelas competem com o sol, as brancas irradiam singeleza; as árvores estão vaidosas com as flores que darão frutos, entre as caneiras ouvem-se as águas a arrastar a areia com elas e as rãs coaxam, escondidas.
os campos agrícolas estão bonitos de se ver, replectos de cultura: trigo, batatas, couves, hortaliças, vinha... uma bananeira também promete a chegada de bananas, se são doces é que já não posso dizer... há quantos anos eu não passava aqui...
os lavadouros do Toxofal de Baixo estão secos e o caminho que o guia escolheu até ao Toxofal de Cima é tal e qual um caminho de cabras. com alguma pena minha não passámos em frente à minha escola primária, tão recatada...
encontrámos a estrada de alcatrão e seguimos rumo à Quinta da Moita Longa.
olha... a casa da professora Margarida... muito recatada, a casa, a professora também o há-de ser, julgo - não sei. pequenina, creme, de riscas castanhas. ainda tem os mesmo vasos de cimento com cactos no muro...
fizemos uma paragem no largo da aldeia entre ruínas daquilo que havera sido uma pequena quinta e uma casa de habitação, a maioria das casas estão abandonadas - crianças da aldeia que se tornaram adultos da cidade - e de frente ao fontanário, uma bela casa senhorial. lembro-me dela desde sempre, não conheço os donos, o meu pai decerto que sim. a malta comeu, bebeu e seguiu. 

a relva é tão verde... 
e que serão aqueles aros de tijolo no muro?! 
a quinta é enorme...
o caminho ainda é longe...
há muitas árvores.


já não encontrei a quinta como a conhecia ou como a recordava. o branco era mais branco e a relva mais verde... agora tem muitas mesclas amareladas pelo meio... descobri a cascata e apercebi-me que a igreja ou capela dos azulejos azuis data de 1696! ainda tem uma outra igreja mas não a fotografei, por acaso. estão ambas fechadas. a quinta mantém a sua magnitude e, soube, há umas semanas, que um dos herdeiros publicou um livro sobre a mesma, Quinto Império, Testemunhos de uma História Verídica. estou fascinada com a magia de um hipotético tesouro entre a construção... respira-se História e Tempo enquanto se está ali. um dos herdeiros passou por nós. não me conheceu. uma porta, aberta, de madeira, bem azul, convidava-nos a entrar... ninguém ousou.

conheci a quinta num dia em que a senhora professora resolveu levar-nos lá, não me recordo a que propósito; fui tomando consciência da sua arquitectura quando ia com o meu pai lá, de vez em quando.
fizemos o mesmo caminho de regresso até à estrada de alcatrão até tomarmos caminho por outro de cabras. neste via-se o Casal Santo! um casalito que não tem mais de uma dúzia de casas, actualmente. ali quase nasci. cresci. brinquei. tornei-me mulher. curioso como o orgulho pelas nossas origens se torna perceptível a partir de certa idade. 

muito subimos nós nesta fase da caminhada... e quando chegámos ao topo... muito voltámos a descer!!! descobri umas quantas urbanizaçoes paradas no tempo, quantas há que não chegaram ao fim da sua construção?!, não as sabia ali... já quase na recta-final, quando olho para o meu lado esquerdo dou de caras com um pónei! um pónei?! que amor de animal, preguiçoso que estava, rebolava-se para um lado e para o outro e assim ficou, deitado entre as ervas.
chegámos. beijinhos, beijinhos... e casa para almoçar e dormir uma sesta!