domingo, 30 de junho de 2019

até já, junho

chegámos, finalmente, a meio do ano sem que isso signifique ir a meio do caminho...
junho... oh junho... donde vieste tu, para onde irás agora?

que leves contigo tudo aquilo que não interessa; todas as amarras das ervas daninhas, que não haja um grão minúsculo de pólen, no ar, que nos atrase a vida num rasgo de ilusão óptica e temporal; e deixes ficar os raios de sol quentes, desses amanhecer alaranjados, que eu conheço da infância.
deixa-nos o perfume doce das azedas no ar e o sabor fresco das cervejas na boca.

preparados ou não, ansiamos a liberdade estival dos campos de trigo ao mandato do vento.
e quer queiramos, quer não, ele chegará para nos surpreender, nos ensinar e nos amar na lágrima, na gargalhada e na oração.

vai junho, vai. voltarás, certamente, daqui a outros trezentos e trinta e cinco dias.

domingo, 23 de junho de 2019

oração

acordei cedo hoje.
na verdade, enganei-me a colocar o despertador quando fui dormir e acordei um pouco mais cedo que aquilo que precisava.
deu para fazer um pouco de ronha.
vestir-me vagarosamente.
maquilhar-me.
beber um café...
enquanto delineava o eyeliner preto, o mais fino possível, por cima do rosa que já lá estava, ocorreu-me um milhão de coisas à minha cabeça para fazer e outro tanto igual ou maior no meu coração de amor e cuidado.
confio e aceito que tudo está bem.
só ainda não excluí, de vez, os porquês ou não aprendi a fazer as perguntas correctas. (há dias que já nem sei se sei alguma coisa embora clichê é uma constante na minha vida, actualmente.)

canela.
café em pó. uma. duas. três. (colheres)
óleo de côco prensado a frio.
água quente.

...

começou a chover.
faço a minha oração.
está tudo bem.