domingo, 30 de junho de 2019

até já, junho

chegámos, finalmente, a meio do ano sem que isso signifique ir a meio do caminho...
junho... oh junho... donde vieste tu, para onde irás agora?

que leves contigo tudo aquilo que não interessa; todas as amarras das ervas daninhas, que não haja um grão minúsculo de pólen, no ar, que nos atrase a vida num rasgo de ilusão óptica e temporal; e deixes ficar os raios de sol quentes, desses amanhecer alaranjados, que eu conheço da infância.
deixa-nos o perfume doce das azedas no ar e o sabor fresco das cervejas na boca.

preparados ou não, ansiamos a liberdade estival dos campos de trigo ao mandato do vento.
e quer queiramos, quer não, ele chegará para nos surpreender, nos ensinar e nos amar na lágrima, na gargalhada e na oração.

vai junho, vai. voltarás, certamente, daqui a outros trezentos e trinta e cinco dias.

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