sábado, 30 de dezembro de 2017

sumário: ano civil 2017

ando há semanas com frases feitas na minha cabeça para resumir este ano que começou ainda 2016 não tinha terminado.
vi a minha vida dar uma volta de 180 graus duas vezes sem que ficasse como estava antes. e, em silêncio, no silêncio da noite as lágrimas foram moldando a pedra dura que pesava no meu peito. aprendi em 2016 que o politicamente correcto não é sinónimo de caminho fácil, pelo contrário. e a luta que arbitrei foi tão desnecessária: no meu lado emocional era maior a teimosia que a lógica, defendida por quem? pelo lado racional. tão desgastante... porém, há coisas que não se controlam como desejamos.
os dias foram passando. a minha barriga foi crescendo. e o meu mundo não aumentou o degradê de rosa, virou azul. substituí as bandoletes por boinas, os tules por suspensórios, as sabrinas por botas. a primavera deu lugar ao sol quente de verão que teimava em não ceder lugar às chuvas de outono. nasceste. 
primeiro, o deslumbramento.
depois, a certeza que serás meu, sempre só meu.
e então, de seguida, um amor que vai crescendo de dia para dia; que traz com ele a sabedoria tão desejada, a paciência desconhecida, a alegria de quem nunca sorriu e a certeza que o dia mais fácil foi ontem.
como um burro olha para um palácio vi, fascinada, as tuas pestanas surgirem; as tuas sobrancelhas se desenharem; o teu sorriso chamar o meu; e agora cada vocalização é um elo ao meu coração. 
chorei por tudo e por nada e chorei muito e chorei sozinha; também chorei como se não houvesse amanhã. certas noites há, que ainda adormeço, no leito salgado das minhas lágrimas; de manhã, sei, há outro sorriso no teu rosto e a minha memória, tão selectiva desde a gravidez, esquecerá o drama do dia anterior.
não sei que me trará 2018, não quero nem saber. sei que te terei no meu colo por direito de exclusividade trezentos e sessenta e cinco dias e apelo à criança adormecida dentro de mim que venha dizer "olá" porque ela tem uma segunda oportunidade de sorrir!
e espero ter a sensatez de aceitar a mudança seja ela onde for como dizia alguém nada se perde, tudo se transforma!

com os melhores desejos.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A fome é negra!

-"Tânia... tens fome?"
- "tenho."
-" e o teu bebé??"
-" (...)"
-"ele também tem fome?"
-" hã... sim ele também tem fome..." suspeito que não vai sair daqui coisa boa...
-"Tânia, como é que tu sabes?"
txiiii... e agora??
-"então... porque sei."
-"ele morde-te??"
- "hã????!! não... hummm... " (que desepero! onde raio cai uma criança buscar estas ideias???)
e fui interrompida com:
-"tu tens um cordão na tua barriga, pois é? é por aí que o teu filho come, pois é?"
-"é, é..." respondi meio a medo do que viria a seguir.
-"oh Tânia!..."
-"sim...?"
-"o teu filho gosta de gelado?"
já uma pessoa não pode comer um perna de pau descansada!
-"gosta, gosta!"
-"como é que sabes?"
lá está! o caminho fatídico para o precipício e respondi:
-"porque sei! vocês não gostam de comer gelados? então pronto!... agora vamos para a piscina; daqui a pouco temos de ir embora!"

e lá foram os dois fedelhos, a correr, enquanto eu, no meu passo magestoso de grávida no fim do tempo, fui atrás com um breve desvio à casa de banho antes de ir para a toalha.
o que será que eles me perguntariam às três da manhã?? pelo menos o choro da fome é fácil de identificar, a fome é negra e o sono não perdoa. durmam todos muito bem.

Minion de sentinela

já em casa dos meus pais havia uma regra d'ouro que só por motivos muito, muito excepcionais era quebrada: dormir era com as luzes apagadas. e porquê?? "porque a luz 'tá cara!", era a resposta, alternada, de vez em quando, com a tão bem conhecida: "porque sim!!"
com o pequeno a caminho a regra era para se manter, quais luzes de presença, quais quê! até por que com tanta tecnologia à disposição qualquer luz de ecrã do telemóvel é mais que suficiente. (ou assim devia ser ou assim pensava eu) até que... numa noite abençoada em que sabe-se lá quanto tempo levei a acordar com os beca-becas (onomatopeia longe de ser o mais real possível às vocalizações de um bebê de dias) da criança, lá me levantei para preparar o biberão, lá lho dei, e lá mudei a fralda. 
eis a minha descoberta: o polvo é um animal perfeito e eu ambicionei sê-lo! ao mesmo tempo que com dois tentáculos preparava o leite, com um terceiro dava a chucha para acalmar, com outros dois mudava a fralda e com um outro segurava o bem dito telemóvel. tomem nota que ainda assim me sobravam dois tentáculos! mas o que sou eu? uma insignificante mãe humana com dois braços.
o menino tem cocó. são três da manhã e o nosso melhor amigo são as toalhitas! até que aconteceu o impensável: deixar o cair o telemóvel. onde?? mesmo no meio da cagada! e pronto! era merda por todo o lado! nas pernas da criança que, entretanto, soltaram-se das minhas mãos, e novamente no rabinho, e no ecrã do bendito telemóvel.
na semana seguinte, chegou cá a casa, um substituto à altura do desafio! um minion que para candeeiro tem pouca luz e para luz de presença está bem à frente do seu tempo. o que é certo é que dali em diante as madrugadas continuaram apenas a ser malcheirosas!

p.s.: obrigada Gru!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Como é que nascem os bebés?

" - Tânia, vais cortar a tua barriga?"
" - cortar a barriga?! Nããããõoooo!"
" - então como é que o teu bebé vai nascer?"

pausa

" - ...!!#$%&@..."

continuação da pausa

" - ah! pois... então... humm... o bebé da Tânia, em princípio nasce por outro lado." o que é que eu fui dizer?!
" - por onde Tânia?"
" - ...!!#$%&@... por outro lado!"
" - pelo cu?!"
" - não, amor... talvez a Tânia tenha que cortar a barriga!"
" - como é que sabes?// nasce por onde Tânia?"
" - ...!!#$%&@... pelo pipi amor..." (WTF?! eu disse aquilo??)
" - porque é que não cortas a barriga Tânia?"
" - oh amor isso o senhor doutor é que sabe, não é a Tânia!"
" - Tânia, Tânia!!"
" - meninos, depois... agora vamos mudar de asssunto!"

como é que duas crianças com cinco anos dão baile de uma adulta com trinta?
o meu desespero era visível e a Ticha só se ria como quem: desenvencilha-te! é que nem vale a pena olhares para mim!
e eu só pensava como é que eu não previ a intenção daquela pergunta!! ri para não chorar porque foi desesperante! dois mini sherlock holmes a instigar um assunto tão delicado quanto o parto que nem eu sabia que ia correr como correu!


das suspeitas à certeza

a primeira ecografia...
apesar da médica de família ter adiantado a credencial para fazê-la pelo serviço nacional de saúde, dirigi-me ao obstetra, dr. N.
que personagem! alto. careca. usa óculos. é moreno. tem mãos grandes. um riso contagiante. um vozeirão descomunal que, uns decibéis a menos, é até ternurento. quase como o lobo mau na história do capuchinho vermelho! foi o meu primeiro contacto com ele e, no entanto, a atitude foi-me familiar devido às referências que trazia: "são horas de espera mas quando entramos no gabinete é como se não houvesse mais ninguém para atender."
16h00 - hora oficial da minha consulta.
15h30 - ligaram-me a informar que não estivesse preocupada, o dr. estava atrasado.
19h30 -  entrei na clínica, fiz a ficha. a sala de espera é pequena mas acolhedora. a vidraça contém umas cortinas que nos dão alguma privacidade, o sofá já é vintage! e contrasta com a verga das cadeiras por perto. há muitas revistas espalhadas e no balcão, a I., recepcionista, tem uns livros antigos para consulta - um deles é a escolha do nome para a(s) criança(s) mediante o significado, caso assim se deseje ou, por mera curiosidade, consultar o significado do nome já escolhido.
20h30 - a fome já apertava...
21h00 - entrámos.
foi nos questionado o nosso historial clínico, fui pesada, deitei-me na marquesa.
uau!... percebia-se perfeitamente a forma do embrião, quase nem eram necessárias as explicações do médico.
o pai foi chamado a aproximar-se e foi-lhe sugerido que filmasse o batimento cardíaco. é forte. é acelerado. é indescritível. ri. "antigamente dizia-se que um batimento cardíaco assim era de uma menina, parece um cavalo galopante!" e olhou para ele e acrescentou "a melhor coisa que pode acontecer a um homem é ser pai de uma menina.", não sei se foi para tentar acalmar o nervosismo dele, se dando força para a ideia ganhar raíz. 
e dissemos a primeira frase cliché: seja o que for, que venha com saúde.
já passava das 22h00 quando saímos do gabinete, com uma fome!!!...
no entanto, na ecografia das doze semanas, foi-nos dito que "o exame sugere um rapaz." ora bolas... lá se vão trocar os totós, os laços, os vestidos, as purpurinas, os folhos... pelos suspensórios, as boinas, as camisas, os arranhões nos joelhos! 
embora desejasse uma menina, no fundo, eu sabia que viria um rapagão. se bem que, por mim, nem se tinha sabido o sexo do bebé até à hora do parto! daqui em diante a tendência foi olhar para o quarto de loja ocupado com a secção de rapaz!

o sonho em pompa e circunstância

já contar à família também não foi por menos! a minha sogra há anos que me vinha com a conversa que tinha um sonho com um neto loirinho de olhos azuis, o meu pai (que por acaso nunca quis ser pai) já pedia netos antes de eu ter namorado!
ora agora que era a sério tinha que dar a notícia com pompa e circunstância!
fui outra vez ao Pinterest procurar ideias e a frase mais bonita que
encontrei resumia tudo:

"os melhores pais foram promovidos a avós."

e resolvi complicar!
eu nunca fui uma criança que tratasse bem dos seus brinquedos. tive uns cinco nenucos! a partir do momento que os começava a despir até lhes arrancar a cabeça era um piscar de olhos; as barbies ficaram carecas; os peluches andavam aos reboques pelo armazém! escapou um papagaio amarelo de imitação nem sei como! vinte anos depois o que é que eu vou querer?! os sapatos das bonecas. a questão que se coloca é: há bonecas?
no sótão, no canto mais escuro, onde nem a luz da janela consegue penetrar a cortina de croché, que já foi branca um dia, ou a luz da lâmpada poirenta alcança, encontrei duas bonecas: uma calçada; outra com um sapato apenas. algures numa gaveta de um mono (guarda-vestidos) encontrei o seu par - que sorte! - e um palhaço sem cabeça.
os meus pais separaram-se. precisava de arranjar três pares de sapatos.
admirei-me como é que a minha mãe nunca desconfiou! até porque me atrapalhei ao inventar que era para a farda do carnaval...
a paragem seguinte consistia em ir ao chinês comprar spray dourado e molduras brancas!
e escrevi, à mão, a frase.
para a futura titi fiz algo do género mas substituí os sapatinhos (até porque não havia mais sobreviventes) por um ursinho de peluche onde costurei um pouco de feltro que agarraria ao feltro colado ao vidro da moldura, obviamente com uma frase diferente: 

"a minha irmã foi promovida a tia!". 

ocorreu-me que a princesinha da família pudesse querer brincar com o ursinho então facilitei o drama.
confesso que, a única pessoa que correspondeu às minhas expectativas foi a minha cunhada, que soltou uma gargalhada! toda a família ficou apática! a minha mãe caiu num pranto, o meu pai não segurou as lágrimas, o meu sogro (que era quem eu pensava que ia mijar pelos olhos) ficou a olhar, a minha sogra nem percebeu bem!
que domingo à tarde tão conturbado! o meu pai chorou?!?!

contar até oito

contar ao pai da criança...
a adrenalina que senti no corpo quase me fez precipitar em fazer-lhe uma chamada. respirei fundo. contei até três. e fui trabalhar.

"perdi dois kg desde a passagem de ano mas nos próximos meses talvez ganhe vinte!", foi assim que contei, por exemplo, a uma colega no trabalho; foram os primeiros a saber, por uma questão de segurança devido à radiação - hoje em dia já é mínima, no entanto, mais vale prevenir que remediar! confesso, esperava boas reacções mas não tão efusivas quanto foram. sensibilizou-me e fui apanhada desprevenida.
e durante a tarde planeei uma forma especial e divertida de dar a notícia lá em casa. o Pinterest foi uma ajuda e pêras!
como era segunda-feira havia treino de setas e isso deu-me umas três horas para preparar tudo!

fonte: PINTEREST
a ideia que mais me agradou exemplifico-vos na imagem aqui ao lado e consistia numa coisa muito simples: colocar uma mensagem numa tira de papel dentro do ovo.

primeiro passo:
escolher o ovo.
não é um ovo, é o ovo! nestas horas, todos os pormenores contam - a forma, a cor, o tamanho, portanto, o mais bonito!

segundo passo:
esvaziar o ovo. simples não é? não, não foi!
escusado será dizer que o primeiro ovo explodiu na minha mão porque a arma que me lembrei de usar para furá-lo foi um palito. óbvio que tinha de correr mal, vá-se lá perceber porquê! a segunda tentativa teve os seus ameaços mas cumpri a missão quase na perfeição.

terceiro passo:
lavar o ovo.
aí eu fui super inteligente!!! trouxe do meu local de trabalho uma seringa e fui lançando jactos de água lá para dentro.

quarto passo:
secar o ovo.
pois... isto não dizia o pinterest... e a solução que me ocorreu foi usar o secador de cabelo!

quinto passo:
escrever a mensagem.
não é tão fácil quanto se pensa mas lá foi escrito: "ÉS PAI."

sexto passo: 
enfiar o papel lá dentro!
não pode ser uma tira muito larga por que o diâmetro do furo não é (quase) visível, nem muito comprida porque isso implicaria enrolar ainda mais (e garanto que não é fácil)

(tudo pormenores que, só quando te pões a fazer coisas paneleiras te apercebes que há muito photoshop, pelo meio de certeza absoluta!
p.s.: usar caneta de acetato!)

sétimo passo:
disfarçar os furos.
eu optei por colocar uns corações (fofinhos) à volta.

oitavo passo:
o embrulho.
a minha avó paterna era uma acumuladora! às vezes, acho que também sou mas ainda bem! do tempo que ele fumava tabaco de enrolar, andava ainda cá em casa umas latas; escolhi uma, limpei-a, forrei-a com papel kraft e juntei-lhe uns laços de cetim. simples e bonito!

tomei banho. deitei-me na cama a ler um livro à espera.
quando ele finalmente chegou pedi-lhe que se sentasse na cama, precisávamos falar.

(um bocadinho de suspense nunca fez mal a ninguém)

depois dei-lhe o embrulho para a mão, o resultado da análise ao sangue e o teste de gravidez.
e expliquei-lhe tudo como se fosse uma criança de quatro anos!

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

positivo/negativo

isto começa bem! oh Deus que figura!

três dias antes...

era uma quinta-feira, estávamos a vinte e seis dias do mês primeiro do ano corrente, e a meio da manhã, a consulta com a médica de família. tinha uns quantos tópicos anotados a tratar para resumir a minha ida em quatro palavras: "estou atrasada duas semanas." ela riu-se. saí do gabinete fisgada em direcção ao laboratório e fiz a análise; à tarde, recebi o resultado por e-mail.
foi-me explicado, na recepção do laboratório, que o resultado da análise não se resumia a "positivo" ou "negativo" mas sim, caso fosse positivo, estava apresentado um gráfico, se não, não aparecia nada. muito bem...
depois de almoço, instalou-se um mau-estar incomum mas associei ao treino que tinha feito, já tinha saído da aula mal disposta. nas últimas semanas treinava de segunda a sexta, comia a régua e esquadro e ainda compensava com as aulas de zumba à sexta-feira à noite e com as caminhadas ao domingo pelos Trilhos. sentia-me cansada e sonolenta mas a agitação era tanta!...
eram umas quatro e tal da tarde, abri o mail, queria despachar o assunto de uma vez. não havia gráfico. ok... então, próximo passo: abrandar o ritmo e abstrair a mente.
o mau estar teimou em marcar presença, o sono intensificou-se. fui tirar as dúvidas: ou estava realmente grávida ou estava oficialmente maluca! fui ao laboratório.
levei comigo o resultado impresso e ainda nem tinha desdobrado a folha a meio quando fui interrompida por um entusiasmo inesperado: "ai está, está!!", incrédula e surpresa lá lhe perguntei pelo raio do gráfico.
rimos em boa gargalhada. tinha havido uma pequenina falha de comunicação: o que me foi descrito por gráfico, foi me apresentado uma tabela sem grelha. depois... com muita atenção, mas mesmo muita atenção, percebi que números eram aqueles e o que representavam! as semanas de gestação! 

Tânia... estás grávida! 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Pequeno poema

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

Sebastião da Gama,

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

primeiro o sonho, depois o desafio!

primeiro o sonho, depois o desafio!

a D., cheia de contactos, falou com o primeiro potencial convidado especial.
interroguei-a sobre tudo: quem era? sobre o que falamos? q
uando falamos? oh deus... isto não vai correr nada bem!!!
e ela só me dizia para ter calma! e eu só pensava que ia fazer má figura!
depois de me dizer quem era, fiquei ainda mais em palpitações e ânsias e nervos e...
parece que afinal íamos mesmo fazer talk-shows com intro e com direito a genéricos e bloopers! ah! e com guião! um gui-ão!!!!
enviou-me um pdf. com as perguntas todas certas que, 


cuidadosamente, imprimi. tirei as minhas notas e ainda nos rimos disso.
quando cheguei já tinha uns formatos A5, em cartolina, com os logotipos de cada uma e as perguntas-chave a serem feitas.
depois de jantar, pus um

bocadinho de saúde na cara, que é como quem diz, um pouco de maquiagem; a D. verificou tudo; e o senhor Pedro chegou, pontual.
ah! é só Pedro! tarefa que se mostrou hercúlea para mim! conhecer alguém mais velho que eu e naquele momento excluir o tratamento por você ou o senhor não é, não foi, não consegui. fora das gravações ainda consegui, fazia uma pausa e retomava o rumo da conversa apenas com o nome; já nas gravações... foi mais forte que eu! blá, blá, blá senhor Pedro isto, senhor Pedro aquilo... não me parece que tenha gostado muito. desculpe lá!
passei os meus tópicos para os guiões que a D. me deu para a mão e siga lá para a entrevista!
a entrevista baseou-se na Gala das Distinções 2016 a realizar-se no próximo dia onze de fevereiro. fiquei a saber muitas coisas interessantes e com uma perspectiva de que se trata de um projecto bem simpático e humilde, apesar da vaidade com que um nomeado pode ficar, é uma surpresa muito agradável!
o evento é aberto ao público, com lugares reservados, e vai acontecer a partir das nove horas da noite no espaço da AMAL (Associação Musical e Artística da Lourinhã).
a D. ficou responsável pela edição do vídeo; eu pelos disparates, sim existiram alguns, e o convidado pelo suporte da aventura!
fiquei encantada pela simpatia da sua pessoa; educado; receptivo; expressivo! e também com uma bela e audível gargalhada!
mais um par de horas e o vídeo vai para o ar! deleitem-se com a informação que vos proporcionei!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

vídeos para totós!

à sexta-feira à noite é a zumba quem marca o ritmo! mas depois das 21h00 quem carregou no botão foi a D. para virar do avesso o blogue. e conseguímos!
mas como saca vazia não se aguenta em pé, a prioridade era jantar! R'tinha não te preocupes por que foi só proteína e low carb, e um copo de vinho tinto faz bem ao coração!

FIST TAKE: o cenário! 
uau! já tinha uma noção do que me esperava por que durante a tarde fui recebendo umas fotos deste e daquele acessório mas chegar ali e ver realmente todo o cuidado, toda a dedicação que ela depositou ali, naquele espaço... foi... uau!
totós
as cadeiras...
as almofadas...
as cortinas...
a planta...
...
SECOND TAKE: o directo no facebook da naftalina aos saltos e da dtrproduções, em simultâneo!

uau!... quanto disparate! o bom disto é a gargalhada certa! e nos intervalos da risada conseguimos falar de coisas sérias, entre uma delas, o canal de youtube do blogue.
a ideia surgiu numa conversa com a Ticha e daí até chegar à D. foi quase um piscar de olhos! agora era só estruturar bem e arrancar! e, assim sendo, uma das ideias principais centra-se em abordar assuntos de interesse local ou além-fronteiras do concelho com convidados especiais.
claro que, antes de mais... o monólogo!
só faltou uma coisinha: a apresentação da blogger mas, vocês que me seguem nem devem ter estranhado, claro! 
gostava de saber quem se divertiu mais com quem se ela comigo e os meus disparates, o meu entusiasmo inesperado e infantil se eu com os termos técnicos dela - intro, bloopers, genéricos, trailler, making off... perdi-me! too much information! D. arranja mas é um dicionário! vídeos para totós!, parece um bom título e de lombada mole para se enrolar como um jornal, esmiuçar como uma revista rosa-choque e estudar como se fosse um calhamaço! e fazer anotações nas margens, e sublinhar as frases-chave e...!
THIRD TAKE: imagens para o genérico!
para o quê?! eu sei lá o que raio é que eu devo fazer! e ela mandou. e, na minha terra, manda quem pode, obedece quem tem juízo!
faz de conta que estás a pensar! risca uma folha. mais. mais. mais, risca mais! rasga a folha! atira a folha! mais uma vez! repete mas com menos força. tapa a objectiva da câmara com a mão. vamos repetir. pelo meio pisquei o olho esquerdo, depois o direito, e o esquerdo e depois o direito. ri-me para a câmara. mandei-lhe um beijo. dancei. oh se aquilo é dançar!!
ufa! dez minutos depois parece que já tínhamos material que chegasse.
agarrámo-nos ao portátil  já o relógio marcava uma da manhã. o vinho era delicioso, flavourit, suave, doce, um verdadeiro galã qual Don Ruan que em menos de nada nos engatou e não o contrário como nos fez pensar! foi uma boa sugestão! vai acompanhar a naftalina daqui para a frente!
totós
e de repente... 04h35min da manhã! como é que foi possível  o tempo passar tão rápido!!!
corta daqui, cola ali; pausa.  música de fundo?! não, não é preciso! agora ouvimos tudo seguido...  música para o genérico! música para os bloopers! e voilá 12min e 21 segundos!

que sensação boa!... é facto. nem tudo o que nos enche o
totós
coração tem forma, cheiro e cor... atrai ouro e brasão e estatuto. deitei-me às cinco da manhã para me levantar às sete e meia e ir trabalhar e, apesar da excitação e da demora em adormecer, fechei os olhos de coração cheio e de sorriso no rosto!

biclas a levantar pó no asfalto

no domingo aconteceu a primeira ciclada dos Trilhos do Mar. julguei que aquilo era uma coisa à séria e nem me atrevi a inscrever. afinal parece que foi 50-50! talvez para a próxima!
mal sabia eu o que a Ticha tinha na manga... quando cheguei ao pé dela estava o seu mais-que-tudo a ajustar as biclas para fazermos um tipo de exercício diferente. o selim teve de ser ajustado três vezes ou à primeira travessia de lama lá ia a Tânia esfoliar e hidratar a fronha!
fomos em direcção à barragem de São Domingos. quantas mais vezes lá vou, mais gosto daquilo!
na outra semana, na caminhada, não vimos patos nenhuns mas desta vez até lhes perdemos a conta! ao contrário do nível da água que mostra, cada vez mais, a quantidade de margem que beija...
primeira travessia de lama... safo!
segunda travessia de lama... aos esses!
terceira travessia de lama... em grande velocidade que ia dando asneira por causa da corrente que saltava assim que deixava de pedalar!
a manhã estava realmente muito agradável, fria, é certo, mas o que o inverno tem de bom é que em pleno meio-dia conseguimos fazer algum exercício físico sem grande esforço por que o sol não é demasiado quente nem forte.
a barragem tem segredos que a vegetação esconde. e desde o primeiro dia que lá fui, que ando doida para ir até a uma casa, do outro lado da margem, denunciada pelas palmeiras carecas e pelos telhados ainda de pé, orgulhosos do ostentacidade que dão a entender!
andámos, andámos, andámos... ou melhor, pedalámos, pedalámos, pedalámos... e acabámos a piquenicar naquela quinta abandonada, dizem que foi desapropriada, por que a água da barragem sobe até ao monte onde a mesma se encontra... mas em relação ao lanchinho tive direito a banana, bolo e iogurte! uma fofa! bem combinado levava-se um termo de café...

respirava-se um pouco de paz ali; o silêncio, que se sentou no pano connosco, foi até benvindo. interrompido, no entanto, pelo genérico da naftalina no youtube!! (assunto a abordar brevemente)
o relógio apontava onze horas avançadas e nós retomámos o caminho.
nós queríamos mesmo era dar com o caminho para a tal casa mas sem termos procurado no google maps primeiro parecia ser, não sei se desafio, se disparate. subimos, virámos à esquerda, voltámos atrás e depois com o vento na cara e muita fé nos travões demos, finalmente, com uns portões e lá em baixo... a casa!
uau!... 
fiquei sem palavras! é uma quinta! e é enorme! e tem uma vista de morrer de amores!
a suposta entrada, com a água nas costas, subimos uns três ou quatro degraus e lá estava ela, resistente! 
um pouco acima da porta estava um buraco, algo foi tirado da parede, talvez um brasão de família...
devido ao abandono em que se encontra as ombreiras estão vazias de portas que se encontram numa ou noutra divisão, essas são largas e pintadas de um verde que já foi mais alegre e o vento percorre janela a janela como mais lhe apetece.
nalgumas divisões o tecto mostra sinais evidentes de querer ceder ao passo que, em pelo menos duas delas, vê-se que pouco tempo antes do abandono, houve uma preocupação de restauro. o chão, de madeira, sofre uma evolução de destruição gradual: numa divisão, talvez tenha sido um quarto, não o há; noutra, alguns calços foram arrancados; noutra o ranger da madeira velha denuncia os maus tratos do tempo e não só.
tem um sótão que denuncia uma vista invejável para a barragem que não nos atrevemos a constatar devido ao mau estado em que o chão se encontrava.
duas adegas enormes onde numa se fez vinho, noutra se guardou máquinas, quem sabe! uma terceira adega, separada da casa tem três ou quatro divisórias. o jardim já foi um encanto. agora... com o tempo, é esperar que a vegetação tome conta da casa que hoje, é apenas um vislumbre daquilo que um dia foi uma casa senhorial.
mais abaixo, agora no território das águas, há uma construção que, pela sua forma, me suscitava uma curiosidade... mais de perto percebi que há-de ter sido uma casa de animais: pombal, coelheira, galinheiro... agora é dos camarões de água doce!
apesar de tudo fiquei agradavelmente surpreendida por entre o lixo vário que ali se encontra nomeadamente garrafas de vinho, cerveja, sapatos que apesar de vários todos sem par... não vi seringas nem preservativos nem pratas nem demais!
tínhamos de voltar! apesar de querermos ficar ali mais um bocado a contemplar a vista e o silêncio...

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

naftalina aos saltos.

andava doida à procura de uma imagem que fizesse jus ao
adrenalina

nome do blogue. 
inspeccionei o google... vasculhei conceitos de logotipos... instiguei a minha imaginação... pelo menos o nome não era tão abstracto quanto parece!
queria algo apelativo e entusiasta e ao mesmo tempo feminino, delicado. ah! e gosto de caligrafia!
então... de vez em quando, pegava num lápis e rasurava qualquer coisa mesmo num bocado de papel rasgado, que fosse. 
adrenalina


quando vi os balões de discurso de gritos achei que era aquilo! tinha uma imagem forte e com a font certa o logotipo da naftalina estava no papo! juntei-lhe umas estrelinhas e umas bolinhas, epah era mesmo aquilo!!!
depois... compliquei. juntei-lhe uma pena porque queria dar alusão à escrita. 



quando mostrei aos amigos, as opiniões dividiram-se. uns adoraram! outros... desafiaram-me a fazer melhor! ainda que a grande maioria referia para pôr umas bolas! raio das bolas!!
em prol desse desafio pedi ajuda à maestra da imagem, a D., da DTRproduções!!
adrenalina


depois do zumba para esgotar as reservas de adrenalina, e do jantar para repôr os nutrientes essenciais, e das últimas novidades no estúdio para inspirar... lá nos sentámos frente ao ecrã do portátil cheio de programas, e downloads, e pastas, e separadores abertos e... sei lá! ela mexe naquilo com uma agilidade, que eu rapidamente me perdia, apesar de estar com ideias a mil.
experimentámos os balões de discurso... é... talvez seja isto...
depois, o tipo de letra. e a sequência começou:
- não. humm... não. não, também não é isto. humm... não! ughr!!! não, nem pensar! não. (silêncio) não. (pausa) não. não, não, não!
e eis... um sim! é isto! pode ser!... parece que resulta.
olha, disse-lhe, gosto de dentes-de-leão.
pesquisámos em inglês e eis os vectores! e surge a magia! o fundo. o degradê - adoro degradê!! o tipo de letra em caligrafia para 'naftalina' e à máquina em minúsculas para 'aos saltos' e a flor por cima, levemente pousada mas pronta a levitar de novo...
adrenalina


é isto! é isto! não mexas mais!!! e assim ficou! sem penas; sem balões de discurso! tão simples e tão completamente o oposto daquilo que alguma vez ponderei realmente!
Obrigada D.! foi uma experiência e tanto! novidades surgirão em breve e, se for preciso, a madrugada não precisa de acabar às três da manhã, não é?
e é oficial a nova imagem da naftalina aos saltos, espero que vos agrade tanto quanto a mim!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Trilhos do Mar - 67ª caminhada: à procura dos Reis Magos

desde o ano passado que não dedicava uma manhã junto dos Trilhos do Mar. e a oportunidade surgiu com um desafio em mãos: encontrar os Reis Magos.
o percurso centrou-se em torno da barragem de São Domingos, ainda que por um percurso um pouco diferente do primeiro que fiz com eles, desafiámos o alcatrão até nos aventurarmos  entre os campos de cultivo e o caminho meio barrento aqui e ali.
tivemos por companhia a flora circundante que infelizmente não foi suficiente para desvalorizar a pouca quantidade de água junto das margens que denunciam a gritos a falta que a chuva faz. 
desta vez, não levei a máquina fotográfica por que receei os lamaçais que afinal não existiram.
desta vez, tive uma companhia nova, a Ticha. muita palheta teve aquela caminhada! fomos andando e conversando e quando me apercebi estávamos junto daquela quinta desapropriada onde a água chega, dizem, em épocas muito chuvosas à casa; na última vez que lá estive não estava tão longe assim... agora foi muito estranho não haver água nenhuma ali! e estamos em janeiro!!!
para o lanche levei panquecas fit-ness! que foram derrotadas pelos pastelinhos de cerveja ma-ra-vi-lho-sos que o sr. FT ofereceu com muito carinho! 
foto de grupo tirada pelo colega Idelberto Eleutério!
Trilhos


toca a acelerar o passo para queimar estas calorias todas!!! oh deus! mulher sofre!


e, entretanto, doze quilómetros depois estávamos de volta ao ponto de encontro, no Centro de Canoagem do Oeste! e adivinhem quem esperava por nós?
os Reis Magos!!! e trouxeram-nos oferendas: bolinhos e suminhos!

uma vez mais, uma manhã excepcional, companhia do melhor, organização TOP!
até à próxima!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

2016 a cavalo; 2017 a quatro patas!

numa altura em que ainda se discute como se contornam as rotundas, ah! peço desculpa circular é o verbo! então, dizia eu, numa altura em que ainda se discute como circular numa rotunda aconteceu-me uma cena bizarra um dia destes ao vir para casa! já não bastava vir tarde!
então... vinha eu a desafinar uma música qualquer que passava na rádio quando... do lado direito, na berma... vejo algo estranho. parecia umas pernas mas... epah que raio de pessoa mais mal-enjorcada! e grande! à medida que me aproximo... credo! que raio de coisa!! tão alto!
e a minha confusão aumentava! até que... que raio é aquilo?! um rabo dum cavalo???
passei.
wtf?!
cavalo


era um homem a cavalo!!! sem qualquer sinalização, nada! quando olhei pelo espelho retrovisor só se via uma luz branca no meio do nada! 
estava escuro, quase breu não fosse a sinalização intermitente dos semáforos, e o homem nem a porcaria de um colete reflector vestiu! optou por o raio de uma luz na testa! olha ninguém dirá que tem ideias luminosas!

e assim acabei o ano de 2016.

bizarro foi a forma como comecei 2017.

então não é que hoje, quase a chegar a casa, vejo algo pouco comum ou nem tanto e algo de errado se passa comigo.
então, no passeio, a correr desenfreadamente uma coisa preta que parecia... - opah eu sei que vão achar que eu sou louca ou que estou a ficar esquizofrénica mas eu juro que não é nada disso, bem a loucura sempre fez parte de mim! mas...
eu dizia... "uma coisa preta que parecia..." mas é que parecia mesmo!!! um par de calças!!! pretas! e aquilo vinha assim numa velocidade louca até que... afinal... eram um par de calças!

loooooool 

enganei-vos!
afinal era um cão! um cão preto, a cor confere, afinal; era um animal a correr o que, até é vulgaríssimo e não um par de calças como as do Wallace! mas mais estreitas como se estivessem em fuga da máquina de lavar!!! ok, não interessa!