quinta-feira, 23 de novembro de 2017

das suspeitas à certeza

a primeira ecografia...
apesar da médica de família ter adiantado a credencial para fazê-la pelo serviço nacional de saúde, dirigi-me ao obstetra, dr. N.
que personagem! alto. careca. usa óculos. é moreno. tem mãos grandes. um riso contagiante. um vozeirão descomunal que, uns decibéis a menos, é até ternurento. quase como o lobo mau na história do capuchinho vermelho! foi o meu primeiro contacto com ele e, no entanto, a atitude foi-me familiar devido às referências que trazia: "são horas de espera mas quando entramos no gabinete é como se não houvesse mais ninguém para atender."
16h00 - hora oficial da minha consulta.
15h30 - ligaram-me a informar que não estivesse preocupada, o dr. estava atrasado.
19h30 -  entrei na clínica, fiz a ficha. a sala de espera é pequena mas acolhedora. a vidraça contém umas cortinas que nos dão alguma privacidade, o sofá já é vintage! e contrasta com a verga das cadeiras por perto. há muitas revistas espalhadas e no balcão, a I., recepcionista, tem uns livros antigos para consulta - um deles é a escolha do nome para a(s) criança(s) mediante o significado, caso assim se deseje ou, por mera curiosidade, consultar o significado do nome já escolhido.
20h30 - a fome já apertava...
21h00 - entrámos.
foi nos questionado o nosso historial clínico, fui pesada, deitei-me na marquesa.
uau!... percebia-se perfeitamente a forma do embrião, quase nem eram necessárias as explicações do médico.
o pai foi chamado a aproximar-se e foi-lhe sugerido que filmasse o batimento cardíaco. é forte. é acelerado. é indescritível. ri. "antigamente dizia-se que um batimento cardíaco assim era de uma menina, parece um cavalo galopante!" e olhou para ele e acrescentou "a melhor coisa que pode acontecer a um homem é ser pai de uma menina.", não sei se foi para tentar acalmar o nervosismo dele, se dando força para a ideia ganhar raíz. 
e dissemos a primeira frase cliché: seja o que for, que venha com saúde.
já passava das 22h00 quando saímos do gabinete, com uma fome!!!...
no entanto, na ecografia das doze semanas, foi-nos dito que "o exame sugere um rapaz." ora bolas... lá se vão trocar os totós, os laços, os vestidos, as purpurinas, os folhos... pelos suspensórios, as boinas, as camisas, os arranhões nos joelhos! 
embora desejasse uma menina, no fundo, eu sabia que viria um rapagão. se bem que, por mim, nem se tinha sabido o sexo do bebé até à hora do parto! daqui em diante a tendência foi olhar para o quarto de loja ocupado com a secção de rapaz!

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