sábado, 8 de setembro de 2018

tchan-nan

saímos um domingo destes para um desses shoppings grandes atrás de um vestido tchan-nan para mim. curiosamente, as três primeiras lojas onde entrámos foi de puericultura e moda infantil. 

após morrer de amor por uma boina para o puto, dirijo-me ao balcão para pagar e questiono o funcionário pela existência de uma loja online da H&M. o funcionário não sabia. nem a colega a quem perguntou, nem uma segunda que passou por ali. ao que parece, eles tinham, e a berska, e a pull... (não percebi?? mas que raio de funcionários estes, não sabem uma coisa destas??!!) 

agradeci. 
saí da loja.


"por que é que estás na Zara kids a perguntar por uma loja virtual da H&M?!" questionou-me o J.


(fez-se um silêncio constrangedor quebrado violentamente por uma das minhas gargalhadas sonoras)

Oito, nove, dez... onze!!

o meu bebé já se põe de joelhos e de cócoras e quase anda só com o apoio de uma mão que a teimosia é maior que ele...
bolas... como o tempo passa... a semanas de fazer um ano tem sido a maior aventura da minha vida e, não tenho estado à altura... falta-me o dom da paciência inesgotável e o palpite passa a perna à experiência, que vem longe, dizem que é o instinto que chega aos poucos.
o curioso é parar no tempo para avaliar a sua passagem: no fim dos oito, já com nove meses surgiram os primeiros dentinhos (7.1 e dias depois o 8.1); aos nove pôs-de de pé e aguentava-se um, dois segundos e deixava-se cair - aprendia a pôr-se de pé, estar de pé e cair, aprendeu a gatinhar ainda que atabalhoadamente; aos dez já andava agarrado a tudo; e agora que já entrou nos onze faz-se anunciar um feitio de terrível doce criança. 
os onze trará muitas outras coisas concerteza e eu não estou à altura das expectativas que tinha para mim e que os outros têm também... as maiores vêm de setenta centímetros de gente em bicos de pés entre os brinquedos, o cabelo desalinhado, os olhos grandes, o sorriso genuíno. procuro ser a melhor mãe possível na esperança que o meu amor crescente preencha as lacunas que não sei contornar. na esperança de apaziguar os meus medos, na esperança de esquecer os meus erros, na esperança que nas memórias dele um dia ecoam as nossas gargalhadas e reflictam o brilho do nosso olhar a cada descoberta. por que a cada descoberta há uma troca de olhares entre nós... e um sorriso envergonhado... e um gesto insipiente... e uma curiosidade aguda e avassaladora capaz de esquecer as birras e os berros.