terça-feira, 29 de junho de 2010

palavras mágicas

um mágico. uma lamparina mágica. três desejos. catrapum! zás-trás! posinhos de perlim-pim-pim... abracadabra... sésamo, oregãos, espiguinhas de trigo...

o jeito que  nos dá em certas situações... mas três desejos nunca chegarão. a magia um dia perde encanto. e  ouytro dia qualquer nem um génio só chegará para nos contentar... somos incansáveis. julgo que nós, humanos, daríamos verdadeiros empregos. só o trabalho que damos...

infelizmente... não há nada disto; nem desejos, nem génios, nem lamparinas para esfregar, nem palavras mágicas nos salvam. respiramos fundo, encolhemos os ombros e seguimos caminho.

sexta-feira, 25 de junho de 2010






bom fim de semana

espelhos de elevadores

eu não sei se vos acontece a vocês ou não, a mim é automático sempre que entro num elevador. a bem dizer, para mim, elevador é igual a espelho. é mais forte que eu. chamem-me vaidosa. chamem-me irresponsável. chamem-me o que quiserem mas eu não resisto. é típico entrar num elevador e ver cada pormenor da minha imagem reflectida: uma ou duas ou três pontas do cabelo desalinhadas que me dá uma imagem de despenteada pontual, a roupa desfraldada que me faz parecer uma fraude, o pormenor da maquilhagem nos olhos que não está a 100% recordando-me o meu fracasso enquanto mulher adulta que para não dizer nada, digo que percebo pouco de pinturas faciais supostamente inventadas para melhorar o aspecto feminino - no meu caso tem dias que tende a piorar e então eu retiro tudo, lavo a cara e vou para a rua. ora... no espelho vejo de tudo um pouco. inclusive os pormenores que o aparelho lingual me causa nos dentes ainda desalinhados - mais torto aqui, mais junto ali, devia-se pôr uma mola nova ou está na hora de trocar os elásticos... enfim! é um momento de grandes reflexos.
todavia... é certo e mais que certo que me arrependo sempre de fazer estas figuras no elevador do prédio. ora porquê... passo a explicar: tenho sempre em mente - não sei de onde possa ter vindo - a possibilidade de haver alguém, não necessariamente atrás do espelho do elevador mas o género de uma câmara de filmar oculta e, que depois, as minhas imagens, supostamente pessoais embora partilhadas com o espelho do elevador, sejam divulgadas por aí ao Deus dará...
e agora ainda pergunto: por que raio têm os elevadores espelhos?! dizem que é uma questão de amplitude de espaço devido à claustrofobia, outros falam por aí que ajuda os deficientes motores e depois também há aqueles que dizem que só serve para dar os últimos retoques no visual....enfim! temos o mundo perdido!
seja como for, tenho a confessar, que esta sou eu! há algo de inexplicável na relação que mantenho com o espoelho de todos os elevadores que não resisto e me força a alimentá-la...

terça-feira, 22 de junho de 2010

pedras da calçada

olho as pedras da calçada.
as pedras da calçada sorriem-me.
das fendas que as juntam
dizem-me de lá coisas que eu olho para o céu
e não entendo.

olho as pedras da calçada.
as pedras da calçada sorriem-me.
sorrio-lhes também.


sei que já passei ali
e elas choraram comigo
quando não consegui conter a tristeza
da minha alma.
a frieza das pedras da calçada
deu-me calor na alma.
deu-me vontade de andar descalça
e sentir a polidez das pedras irregulares.

olho as pedras da calçada,
a sorte é mal fadada.
as fadas não existem
e do manto da noite faço o meu aconchego
porque as pedras calcetadas dão-me alento
no desatino, na lucidez,
no desvario do meu caminho incerto.

olho as pedras da calçada,
uma por uma.
elas sorriem
e eu sigo o meu caminho

Calvin



ai Calvin, Calvin como me compreendes tão bem!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

bons velhos tempos

este é mais um dia no ano que me deixa profundamente nostálgica. o fim das aulas. tenho saudades dos meus tempos de escola. como era feliz e pretensiosa! felizmente sempre soube ver, em parte, a maravilha daquilo tudo; hoje em dia rio-me da minha confiança em excesso, do meu ego no alto, do meu orgulho em picos elevados, do meu amor-prórpio no auge. hoje não sou nada disso. estou tão longe de ser o que já fui. chego a ser uma sombra, uma miragem daquilo que fui. será isto a que chamam amadurecimento: contenção na essência do ser?
quando chegou o fim do dia, quando finalmente cheguei a casa e liguei a tv para ver os morangos porque esta edição é simplesmente deliciosa; digam lá o que disserem, é uma série que merece a minha atenção - recorda-me os sonhos que ficaram debaixo dos escombros da escola secundária agora reconstruída, na sua maioria, para o agrupamento das escolas básicas da região. imaginei um cento de coisas ali. ali senti-me gente.
nunca ninguém percebeu o porquê de eu gostar da escola como não era beta isto causava-lhes grandes dificuldades de percepção. eu explicava que em parte gostava mesmo daquilo: a agitação das aulas, os trabalhos, os stresses entre colegas; em parte porque trabalhava muito e o período de aulas eram as minhas férias. não houve setembro aquando da chegada à escola que em vez do típico bronzeado do verão tinha negrelas em tudo quanto era sítio nas pernas, e às vezes, nos braços; as mãos esfarrapadas e o corpo moído. mas aparte disso aquela sensação no começo das aulas era sempre uma sensação a repetir... o cheiro a livros novos. o folhear, página a página, dos livros novos. cadernos novos. lápis de cor, pincéis, réguas, transferidor, minas. o ring estrondoso das campainhas. a voz entediante das professoras mais velhas. o corpo jeitoso dos professores recém-chegados. foram os melhores doze anos da minha vida inteira e não me importava rigorosamente nada de os repetir ou de os reviver de alguma forma... mas não dá, infelizmente. a vida dá outras voltas. e há escolhas a fazer como gente grande. assim que a série dos morangos com açucar terminaram ficou uma nostalgia muito grande. a saudade dos cadernos. a saudade das colegas que nunca mais me falaram. o tempo que já lá vai e não volta nunca mais. nem as pessoas serão como dantes. e dantes é que era bom... o tempo passa... só é pena que esta nostalgia não me deixe aproveitar as coisas boas que vou tendo agora... eu tenho consciência disso. e isso também me entristece. bons velhos tempos...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

pronúncias, sotaques...

coisas que me divertem.
pessoalmente sou uma pessoa bem-disposta, como já me identifiquei: "gosto de rir e rir muito". mas também tenho um lado negro, sim não sou nenhuma santa. sou teimosa, tenho mau feitio. sou uma pessoa normal. e como as pessoas normais há coisas que têm uma capacidade natural de me tirar do sério e outras que me divertem imenso. não tenho nenhuma específica. é um conjunto. e também não vou listar, não senhor.
uma coisa que me diverte? pronúncias. vocês não? ainda por cima sou de fácil aprendizagem sonora - (ena isto agora saiu-me bem!) sempre imitei os nossos queridos alentejanos e os lá de cima do Puerto, os alfacinhas na delicadeza do tom e da escolha eclética das palavras, entre brincadeiras de amigas sempre vinha o compónio e as tias que falam arrojado, os franceses pelos errrrres... não deixa de ser divertido, quando sabemos ser saudáveis, é claro, brincar com os estereótipos das culturas. há pouco tempo comecei a conviver com a de Peniche. e, acreditem, não arrisquem a imitar perto dos penicheiros por que eles caiem em cima de ti com toda a lota sobrecarga ofendidos com a imitação barata, " - ice é os nazarenos (isso são os nazarenos)" arrematam. pois não sei! eu não sabia mas eles não se cozem lá muito bem com as mesmas linhas. só me explicaram uma vez que o nazareno fala mais arrastado e mais esganiçado. então para falar à penicheiro o melhor é conviver com eles dia-a-dia. o que eu sei bem é que pelo carnaval levei uma bela dose de nazareno-penicheiro, que não é a mesma coisa - às vezes é difícil diferenciar, lá de uma senhora que se chama Alzira. foi o melhor carnaval de sempre só foi pena de não puder rir à descarada porque iria parecer mal à senhora mas ela só dizia isto:
"- aaaaaiiii amoooor ê quand' era nova gozê muuuinto!!" (ai amor eu quando era nova gozei muito!)
" - né com´esta juventude agooooora que elas são umas g'ands cabras, estas c******! sabem lá dar o valoooor!" (não é como esta juventude agora, que são todas umas cabras, estas c*****! sabem lá dar o valor!)
"- êêêê quand' era noova ia muuuinto p'rós bails! os mês pais na tinham mão em miiiii! aaaaiii amor!!! aaaaahhh ê goze muuuuiito!!!" (eu quando era nova ia muito para os bailes! os meus pais não tinham mão em mim!!! ai amor!!! aaahhh eu gozei muito!!!!
foi uma hora e mais qualquer coisinha de um "diálogo" mais ou menos assim, sim diálogo, porque pelo meio lá ia dizendo que a senhora tinha razão e "pois, pois"... uma das situções mais insólitas que me aconteceu até à data.
são gente boa, principalmente os homens, simples, acessíveis, acolhedores, danados para o pagode; já as mulheres... mas não é disso que se fala aqui! aqui fala-se de pronúncia, de sotaque. até já me dizem " - falas à penicheiro, não percebo nada do que dizes! falas muito depressa!" e eu encolho os ombros, de braços meio-abertos porque nem sempre me apercebo de tal coisa. e rio. a situação não deixa de me divertir.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

a felicidade nos vizinhos desconhecidos

ora um dia destes estava eu a chegar a casa quando a minha mãe me diz que a televisão estava descomandada e a questionar o que tinha eu andado a fazer. eu não fiz nada. mas ela estava doida com aquela situação. não é que ela tenha tempo para ver tv mas de facto é muita falta de sorte logo quando pode não poder. bem, chamámos o rapaz da televisão e... qual não foi o nosso espanto quando ficámos a saber que temos mais cinquenta canais. "- ena tanto!!" foi um tanto hilariante a idéia; à tanto tempo que queria pedir esta coisa da tv-cabo à minha mãe e agora, de repente, zás! tv-cabo à borla. como? é simples: quando foram instalar a zon à minha vizinha do lado que nem simpática é, mexeram em tudo quanto era cabos, descomandando a minha e, agora organizados, não me perguntem como, tenho também eu acesso aos tais cinquenta canais à borla! a minha mãe desconsolada porque tinha tudo orientadinho até nos canais televisivos e eu com o dente arreganhado de riso. desde que não paguemos, está tudo bem. isto "quem diz a verdade não merece castigo" portanto é mesmo isso enquanto for a senhora vizinha mal-humorada a pagar os serviços vou-me gozando do AXN, FOX LIFE, TRAVEL AND LIVING, VH1, MTV... e por aí fora, não vou mencionar os cinquenta canais, não é?


p.s.: obrigada vizinha ;)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

18 anos aaaaaaaahhhhh!!!! e agora?!?!?!

pois é... passamos a infância a resmungar com os bonecos por que é que não podemos fazer o que nos dá na real gana, por que é que levamos sermões a torto e a direito; depois chegamos à adolescência e aprendemos a bater com as portas, a responder mal ao telemóvel, a bater com ele em tudo quanto é canto para descarregar as energias negativas e a contrapôr tudo e mais alguma coisa - por que é que isto, por que é que aquilo... dezoito anos!!! ah que alegria! antes fosse... sempre ouvi dizer "ah e tal até aos dezoito anos é uma eternidade, depois dos dezoito... puf! quando deres por ti tens trinta!" e é com grande tristeza que já constacto os meus pés de pintainho - dizem que é de tanto rir, que de tanto que me rio vou ganhar "rugas de expressão", como lhe chamam, com muita facilidade e sem demoras - e que o tempo é efémero! (e ainda só passaram três e eu nem dei pela sua passagem). mas e se fosse só isso... depois dos dezoito, isto para quem sai da escola e começa a trabalhar, para quem segue a faculdade aé aos vinte e seis anos ou mais é que sabem o que é ter dezoito anos e, e, e.... percebemos que os sermões a torto e a direito tinham a sua razão de ser, que já podemos fazer tudo quanto nos der na real gana mas! (há sempre um mas) mas o preço dos gelados, dos chupas, dos chocolates, da saia, da t-shirt ou das calças já sai do teu bolso logo continuas sem puder fazer tudo quanto te der na real gana porque há obrigações. isto, muito a nível pessoal, sinto uma antipatia enoooorme por esta coisa das obrigações é que, quer queiramos, quer não, passamos a vida a cruzar com elas parece aqueles outros, nos super-mercados, do banco Barclays que quando menos esperamos lá estão eles de volta de nós com panfletos e TAEG's de não sei quê, mais juros, mais bonificações - tudo em linguagens muito aquém do nosso português - e nós dizendo "não, muito obrigada" entre sorrisos forçados a simpatia e eles insistem e quando paramos, os olhamos bem de frentee abrimos os olhos e a boca para os mandar lá para o outro lado então fazem de conta que nem nos viram, infelizmente não dá para fazer isso com as obrigações. batem pé e daqui não saiem. são bem piores que as partículas de pó animadas nos anúncios televisivos a favor de um qualquer produto novo-maravilha.
isto tudo por que não fui pedida em casamento! não, não fui nem serei, possivelmente. mas entre linhas lá vamos dizendo frases de amor eternas, e lançando os nosso votos, nas situações mais banais para evitar cores ruges e gaguejos, o caos, a bem dizer. há meses que andamos a ver móveis de sala, sofás, mesa e respectivas cadeiras, e... a minha verdadeira adoração: aparadores! está tudo tão caro e as despesas são tantas e tão certas... o dinheiro não chega para tantas poupanças. vimos uma promoção de um móvel tal e qual como o João quer: sem ser agarrado à parede, com vidros, espaço bom para o LCD, que isto agora já nem as televisões-caixote se vêm à venda, equilibrado em estantes (para os meus livros) e na cor que mais gosto: wengué, bem abaixo dos mil euros como é já o nosso hábito ver. perdemos a cabeça. vamos ficar com o móvel. e só não ficamos com o sofá de canto que estava na mesma divisão por causa de uns miseráveis setenta centímetros entre ambos... a sala não é tão grande quanto esperávamos, de modo que vamos ter de optar por outro sofá... talvez o chaise da mesma linha... amanhã vou lá voltar para fazer o negócio com a senhora que tem um nome estranho - Mária - ao início ainda pensei que tivesse sido engano de quem tivesse escritona chapinha que a senhiora tinha agarrado à sweat mas não, ela mencionou-o em voz alta, de modo que me resignei ao meu pré-conceito. confesso que estou felicíssima da vida mas ao mesmo tempo estou assustada. nunca morei com nenhum namorado, e a ver se é o primeiro e único, não sei ao certo como é a vida-a-dois... tenho a noção prática das cartas da EDP, do condomínio, da água, do gás na caixinha do correio todos os meses e do dinheiro seguir direitinho às suas moradas respectivas mas os pormenores exactos de certas coisas é que me assusta: o ter a casa em ordem todos os dias, almoço e jantar a horas e almoço para ele levar para o trabalho, roupa a lavar, roupa a passar a ferro... eu não sou a típica dona de casa como certas amigas minhas dos tempos de escola que aos quinze, dezasseis anos o ideal de vida delas era e é ainda hoje, algumas já se realizaram assim mesmo: a casinha delas, o marido/namorado a dormir com elas todas as noites, os filhos... eu não tenho nada contra e até acho isso tudo muito bonito mas eu sou mais dada à vida, ao trabalho, a viver! acho que assim, como elas, não me sentirei realizada de todo. mas eu amo-o e a verdade é que me sinto à-vontade com a ideia de partilhar cada minuto da minha vida com ele, aturar-lhe as manias e mostrar as minhas também e, desde que seja iniciativa minha, também sou muito dedicada. vamos ver como corre. uma coisa é certa e sempre o soube desde o início: além de valer a pena pelo sentimento que é, será uma aventura todos os dias! e é disso mesmo que eu gosto - de aventuras que me façam vibrar o sangue!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

7pecadoscapitais (parte III)

Sempre me perguntaram com grande ar de espanto e em tom de incredulidade onde é que eu ia buscar estas ideias. E sempre respondi que sou uma pessoa com uma imaginação muito fértil.
Todavia, neste caso em particular, não foi bem assim que aconteceu. Então como foi? Simples, não tinha nada que fazer, ou a bem dizer a verdade, não apetecia nada de nada fazer o que quer que fosse numa bela tarde de verão fechada, por obrigação, numas quatro paredes brancas e num desses dias optei por deixar-me levar na corrente cibernauta – pesquisando uma palavra qualquer, vendo o que surgia depois. Farta de ver imagens lembrei-me de pesquisar o que é mais banal na Net. Surpresas! Surpresas românticas… (E depois sei que vi um monte de outras sugestões mas que já nem me recordo!)
O importante é a organização. Estudar tudo muito bem, sem pressas - a pressa é inimiga da perfeição - todos os pormenores são importantes, não devemos, nunca, descurar de um só que seja pois será esse mesmo que nos atraiçoará, julgo já ter dito isto antes, desculpem lá a repetição. Todas as ideias são boas, qualquer sugestão, qualquer minúcia merece atenção e só rejeitada em última instância. Porque sim… por que não? Humm… não é fácil e não pode ser uma coisa feita do pé para a mão a não ser, é claro, que se faça algo mais pequeno e aí sim não tem nada que saber.
Até que, na minha opinião o primeiro de todos os pecados deveria ser a Preguiça porque foi graças a ela que desencadeei este projecto. Mas como as pesquisas que fiz mostraram sempre a mesma ordem... valeu-lhe um quarto lugar.

ando desaparecida

pois ando sim senhor, ando desaparecida. ando zangada com o boss, ando zangada com as trocas de horário e por aí fora... se tá chuva há mau humor porque o tempo tá de cara feia, se tá sol é por causa do calor, se não aquece nem arrefece é porque não se sabe nada de nada. e como não gosto de falar de coisas más porque já sei que vou perder a paciência, vou-me convencendo que devo ter feito mal a alguém na outra encarnação! por falar em encarnação alguém sabe se realmente é credível essas janelas online de saber as vidas passadas? é que sabendo quem fui podia ser que conseguisse contornar o karma ou lá que como isso se chama!!! bolas!! e bolinhas de cheiro? fazem algum resultado a olhos vistos? sim?! um tonelada, por favor!