terça-feira, 22 de junho de 2010

pedras da calçada

olho as pedras da calçada.
as pedras da calçada sorriem-me.
das fendas que as juntam
dizem-me de lá coisas que eu olho para o céu
e não entendo.

olho as pedras da calçada.
as pedras da calçada sorriem-me.
sorrio-lhes também.


sei que já passei ali
e elas choraram comigo
quando não consegui conter a tristeza
da minha alma.
a frieza das pedras da calçada
deu-me calor na alma.
deu-me vontade de andar descalça
e sentir a polidez das pedras irregulares.

olho as pedras da calçada,
a sorte é mal fadada.
as fadas não existem
e do manto da noite faço o meu aconchego
porque as pedras calcetadas dão-me alento
no desatino, na lucidez,
no desvario do meu caminho incerto.

olho as pedras da calçada,
uma por uma.
elas sorriem
e eu sigo o meu caminho

2 comentários:

  1. Olá Taniah

    Teremos todos de seguir os nossos caminhos. Alguns até por opção...

    Beijo

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  2. olá Mário,
    sim é verdade. Leva tempo mas conseguimos sempre chegar a algum lado.

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