sexta-feira, 13 de maio de 2016

dias felizes vs noites memoráveis

apelamos sempre a dias felizes mas o que desejamos mesmo são as noites memoráveis. tenham elas os motivos que tenham.
lembro-me até, por uma questão lógica de luz, que quando namoriscava o J., uma certa noite, na praia, à beira de receber um beijo dele, vi uma estrela cadente a passar no céu e, com um gritinho fininho de menina histérica e num espanto nada mais que infantil interrompi o processo, quase cegando-o com o dedo indicador, apontando o trajecto da mesma, por exemplo. eu nunca tinha visto uma estrela cadente!
lembro-me também que os melhores momentos passados em família incluem quase todos o meu primo M., agora senhor doutor advogado, sejam eles reuniões chatas de família por causa de heranças, fossem eles em casamentos ou funerais!, aconteceram de noite ou prolongaram-se até lá.
outra memória que se torna intemporal sem direito a contagem aos anos que já passaram e os que se virão a passar, espero: a noite da consoada! há lá melhor emoção que a espera entre as 23h55 e as 24h para correr desenfreadamente até à árvore de natal e abrir os presentes como se não houvesse amanhã?
também houve uma altura que esperava, pacientemente, no muro do jardim lá de casa, à espera do padeiro para comprar duas merendeiras com chouriço para o jantar. uma para mim. outra para a mãe. e acompanhar com café d’avó! ao calor da lareira e a ver um qualquer programa de sábado à noite, na SIC.
lógico, que, em vésperas de fazer os dezoito anos, tornou-se excepcional a chegada das 22h, depois de jantar, tomar banho, escolher a melhor roupa possível – nunca nenhuma servia e ainda hoje é quase sempre assim - e sair a correr, antes que o meu pai mudasse de ideias. ir buscar a prima e seguir caminho para ir ter com o pessoal. (vou ficar por aqui, pensem o que quiserem)

é claro que há dias felizes. e começam geralmente com o nascer do sol, não que tenha visto muitos. francamente, preferia muito mais acordar antes de ele se levantar, que esperar para me deitar em seguida. quer dizer… ainda vi alguns, tendo em conta que saía muito cedo de casa, percorria dois quilómetros até à paragem de autocarro para ir para a escola. eram momentos especiais não só porque o ar que se respira na alvorada é bem diferente do do resto do dia como a própria luz tem outro encanto! além de observar um qualquer planeta que nunca soube distinguir mas que decerto seria Marte ou Vénus ou Júpiter ou Mercúrio ou... em despedida prolongada com a lua…
bem... memórias aparte o que interessa é vivermos cada dia não como se fosse o último mas como se fosse o primeiro. todos os momentos são importantes e quando menos se espera surgem-nos provas disso! 

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