segunda-feira, 11 de abril de 2016

54ª Caminhada Trilhos do Mar: Aldeias do Xisto - Talasnal e Casal Novo

as previsões do tempo não eram as melhores desde
a semana passada porém as Aldeias do Xisto tinham de ser abaladas. o grupo rondou as cinco dezenas e o entusiasmo superou as poucas horas de sono que, em geral, parece que toda a gente tinha. quando chegámos, a R. já tinha a sua e eu fui buscar a minha e fomos um sucesso inquestionável! duas hoodies rosa choque diferenciadas pela versão e pela cor da estampagem. ah! e a minha tem dois pormenores personalizados: uma máquina fotográfica e um sinal de primeiros socorros. sinto-me lisonjeada e um tanto ou quanto envaidecida e por isso, obrigada.
finalmente, a camioneta arrancou. entre risotas e disparates lá seguimos caminho à Lousãpor causa das camisolas e do riso contagiante da minha companheira-caminhante não me saía da cabeça a música I'm too sexy, Rigth Said Fred e seguiu-se o desafio de pôr em alta-voz, fosse como fosse, para que toda a camioneta ouvisse. solução: colocar o microfone da camioneta encostado ao do telemóvel e show on! 
e depois... ninguém gostava da estação de rádio do motorista e pediu-se até o karaoke!
primeira paragem de autocarro: estação de serviço do Pombal. a A. foi cachar, o resto da malta foi ao wc e ao cafésito e eu fiquei a molhar o bico no rosé espumante e uma trinca na patanisca que a mãe do L. fez; uma foto aqui, outra ali... a tentativa de uma foto de grupo e como uns pingos meteram medo aos caminhantes para a foto toca de entrar de rompante pela camioneta adentro e fotografar dois a dois - agora o lado direito, agora o lado esquerdo, até aos últimos seis lugares! pernas esticadas, rádio sintonizado, aventura segue sob nuvens escuras no céu e o sol, ansiado, dava a sua graça no azul, quando apetecia. 

duas horas depois, desaba uma tromba de água que deus-nos-livre! e  o vento?! bem, parece que, tínhamos chegámos!
que castelo! que chuvinha! impermeável vestido, telemóvel protegido, fotos garantidas - pelo menos enquanto a bateria durar! que chuva!!!
nova tentativa de foto de grupo. subi as escadinhas que davam à Capela da Senhora dos Aflitos e ficou uma foto toda panorâmica mas algo desfocada também!
começámos a rota mesmo ali ao pé do castelo rumo à central hidráulica e por ali acima. que cor! so nature... aos meus pés, o xisto na beira da estrada de tuvenan; ao largo um misto de verde entre os arbustos medronheiros e as árvores azereiras; aqui e ali umas flores amarelas, outras brancas, outras violetas destacavam-se. e musgo em volta do xisto, por cima do xisto... a primeira subida marcou bem a sua presença: se por um lado nos distraía as árvores centenárias que cederam às intempéries, por outro a lama no meio do xisto e das raízes que rompiam o percurso chamavam-nos bem a atenção de que a queda não seria meiga, só cómica!

à minha direita a vegetação consumia umas ruínas daquilo que dá a entender já ter sido o lar de alguém; agora é um amontoado de pedras... para a frente é o caminho e a cascata que tinha visto lá atrás presenteia-nos com um rio ali à mão. à medida que vamos subindo a largura dele aumenta e, que inveja!, encontramos outra casa - não percebi se estava apenas fechada ou abandonada, fosse como fosse, ali junto ao rio... é qualquer coisa... de fascinante! surge a central hidráulica da EDP. que interessante a iluminação exterior. suportado por um, dos muitos cabos, um candeeiro cheio de requinte! de contas de vidro, ferro trabalhado... em tempos também houve destes lá por casa. que imagem maravilhosa à noite, imagino... e vamos subir! ao longe, o ponto branco que se destaca da imensidão verde só podia ser uma capela. de quando em vez, destacando-se, por causa do incêndio que devastou a área, o tom castanho. metade da primeira subida já estava. dez minutos depois chegávamos às aldeias. As Aldeias do Xisto. um horizonte a perder de vista onde já se destaca o branco das casas das aldeias dali, ou cidade, não sei identificar; aqui ao pé há vestígios de heras que, propositadamente ou não, são parte do suporte das paredes; uma com primeiro andar, outra que deixa adivinhar um quarto com um colchão que outrora já teve molas; e depois... o tempo parou ali! uma mão cheia de casas restauradas, prontas a alugar... vasos suspensos nas varandas, cortinas rendadas nas janelas, portas de madeira, algumas até o telhado ainda é o original, de xisto! que encanto!... (um encanto que de aquecimento só mesmo a alma que o corpo tem muito trabalhinho a fazer!)
nova foto de grupo na companhia de um felino, muito meigo, muito curioso, muito fotogénico, muito esfomeado. 
descemos. ouvia-se um som de água a correr porque o tempo não pára. a vegetação vai-se apoderando de uma ponte romana, esquecida pelo mesmo tempo. nova subida. bebemos um porto. bebemos uma ginjinha. comemos bolinhos. e começámos a descer um percurso quase interminável. foi sofrido... tanto que um dos senhores-organizadores ficou escondido entre as pedras, de telemóvel em punho, para flagrar a inevitável queda. eu não caí!
por fim... a civilização! recebia-nos com sol! ainda dei uma volta ao castelo antes de entrar na camioneta mas estava fechado, uma pena. ainda espreitei mas não consegui ver nada além de um aparente abandono... rumo ao almoço!!!
e daqui para a frente... só quem lá esteve saberá! ficará ainda na memória um gostinho a neve que alguns teimarão em afirmar que era apenas gelo mas o efeito foi o mesmo: momento aaaahhhh!!!!

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