terça-feira, 27 de setembro de 2016

mochila às costas que p'ra frente é Lisboa - parte II

cá está! rua de macau, número cinco.
deixámos as malas, gravámos a password do wifi, ficámos com a chave e descemos as escadas à descoberta!
à saída do prédio, o conjunto das caixas de correio roubou o meu olhar!
descemos a rua directos à avenida Almirante Reis, que à luz do dia não mostra que no melhor pano cai a nódoa ao passo que atravessar o Intendente é uma experiência... peculiar! debaixo do nariz da mais notável arquitectura, que já não se faz nos dias de hoje, as caras mais feias não são as dos gárgulas da arquitectura doutras eras são as da pobreza, da miséria, da fome, da droga, suponho.
Martim Moniz é uma agitação só! e no Rossio molhámos os beiços na bela da ginginha que move tugas e bifes e avecs e outros tais!
almoçámos na bica! um miradouro excepcional! a vista não é de se perder mas a vista perde-se até aos braços do Cristo-Rei. no Noobai, a sangria de espumante e frutos vermelhos matou-nos a sede e as tapas a fome se bem que é difícil ficarmos saciados ali por causa da passagem de outras iguarias que passavam à nossa frente, crescia-nos água na boca!
descemos calçada abaixo! aqui e ali há travessas  e ruelas com nomes muito portugueses. as varandas são todas estreitas; são todas de arcos finos, a maioria verdes; há flores de vasos à janela; molas de plástico suspensas nas cordas de arame. os prédios são maioritariamente estreitos e altos, amarelos, e verdes, alguns azuis já desbotados do tempo, ou forrados a azulejos em padrões diversos. a cada dois metros há uma tasca mais ou menos gourmet com mais ou menos passagem do tempo. porém, a cada esquina se ouve, se sente, se vê o orgulho de ser português, é tudo muito tipicamente nosso.
umas imperiais depois algures em Alfama subimos calçada acima entre monhés e chineses e lojinhas de souvenirs lisboetas.
este não era o apartamento inicial escolhido mas apesar do contratempo mostrou-se à altura.
tem uma grande portada verde-escuro, as campainhas são tão antigas! ao entrar o hall de entrada tem uns azulejos tão bem preservados que vintage quase me apaixona de vez. as caixas dos correios, são onze e todas brancas. o corrimão que nos acompanha destaca-se no seu cinzento-claro que, por causa dos ornamentos do mesmo, perde a sobriedade. as escadas são de madeira e até as portas de cada apartamento são altíssimas, algumas estreitas - nunca percebi estas portas que as há em tanto lado, assim, altas e estreitas! o apartamento está deliciosamente simples e muito retro; as cores que se destacam são dos quadros de parede com aqueles pormenores que passam despercebidos à maioria dos traseuntes: uma porta, uma janela, um puxador... e das almofadas coloridas nas camas brancas, dos quartos brancos com toalhas brancas. só mesmo as casas de banho exibem charme, uma combina azulejos brancos e verdes; a outra brancos e laranjas! ah! e o pormenor de luzes amarelas em torno dos espelhos é o must have!
vá, vamos a despachar! os gins estão à nossa espera!

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