quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Até um dia, se ele existir.

hoje recebi a notícia de que faleceu o sr. João.
o sr. João tinha sido meu vizinho, no tempo em que vivi na Lourinhã, e era um velhinho muito amoroso, na altura vivia com a esposa, falecida o ano passado, actualmente estava num lar.
era um senhor realmente amoroso; de olhar inocente, um sorriso de menino; tinha um carinho na voz que se sentia no toque da mão trémula, a que não se apoiava na bengala. deixei o meu número de telemóvel com eles para qualquer coisa, a qualquer hora, na despedida para vir morar com o J.
disse há uns tempos atrás, à minha mãe, que gostava e havia de ir vê-lo; ela já lá tinha ido e ele tinha perguntado por mim... não cheguei a ir. não fui a tempo...
não vou a tempo de muita coisa!
a minha avó está na mesma situação... e eu ainda não fui vê-la. também nunca tive uma ligação sequer, uma daquelas que quase vêm no cordão umbilical. pouco me lembro do tempo em que era miúda e do que me lembro não é nem bom nem bonito nem nada que valha a pena... recordo que apenas uma noite dormi lá em casa. os meus pais quiseram ir ver a tourada, a Santarém (?!), e eu fiquei com ela. o meu pai trouxe-me uma boneca de trapos e lá para casa veio uma miniatura de um touro com umas varas espetadas. já não a tenho, do touro nem vê-lo.



p.s.: quando comecei a escrever pensei que ia conseguir acabar o texto de alguma forma mais animada mas já estou aqui com o pisca-pisca do cursor há um quarto de hora e nem calinada nem disparate sai... sobre a morte nunca há muito a dizer, não é?

p.s.: até um dia, se ele existir!

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