quarta-feira, 21 de julho de 2010

as vistas das traseiras do meu prédio...

não sei se já vos contei. eu não gosto de gatos excepto se forem pretos. todos os outros partilho uma indiferença constante.
ora vai daí, há uns tempos, reparei nas vistas das traseiras do meu prédio tenho um prédio e no rés-do-chão desse prédio, todas as noites, na janela, da cozinha talvez, todas as noites é presença assídua a de um gato preto. ele fica ali. agachado ou na sua posição de espectador atento. vai mexendo a cabeça de um lado para o outro a ver os míudos a brincar, os adolescentes a fumar, a chuva borriceira de verão como na noite passada.
no início achava piada, depois tornou-se um hábito vê-lo ali. não sei nada sobre ele, se mia demais que a conta, se gosta de bolas como todos os gatos, se brinca com as pontas soltas das camisolas ou do cortinado ou do sofá, na verdade nem sei se é gato ou gata. mas é bicho que me fascnou desde o primeiro dia; cheguei, inclusive, a espreitar à janela do quarto se ele lá estaria naquela noite. quando não está é sempre um espanto. curioso como nos habituamos facilmente a algo tão simples como a presença de um animal de estimação que, neste caso, nem é um pertence da família. estendo a roupa, entro para dentro e ele continua ali. tranco a porta, corro os estores que fazem uma barulheira que não se pode e amanhã sei que lá estará de novo. ainda é muito cedo, só quando a noite cai. nunca quis pôr-me à coca dos horários do bichano, a curiosidade gosta de ser espevitada daí ficar sempre uma certeza por alcançar. neste caso será que ele estará na janela logo à noite?

1 comentário:

  1. "Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar"... é possível que apareça ;)

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