segunda-feira, 8 de novembro de 2010

dias cinzentos de outono

ah o outono... o frio... as cores acinzentadas do céu tão azul na primavera e no verão, as cores verdes e castanhas, amarelas e vermelhas das folhas à deriva no chão e à mercê dos meus pontapés inofensivos. hoje foi um daqueles dias em que fui possuída por uma lânguidez, um enfado tal que não vi encanto em coisa nenhuma. nem nas folhas a cair que normalmente me fascina. nem... em nada!
eu não gosto nada de vestir golas altas justas ao pescoço. é um atrofio! ora dá-me em calor ora é um frio que não há roupa que me aqueça! e depois aquilo ali junto ao pescoço quase não me deixa respirar!
e depois hoje não tinha carro por que ele foi fazer uma segunda visita à oficina. ah! que dia!! o frio, a chuva-molha-parvos, as trombas de água, a gola alta! irra!
nestes dias gosto de olhar a rua pela janelas. ver as pessoas a correr na rua, o vento levantando as folhas feias que andam pelo chão às cores, a chuva miudinha que cai do céu nublado, o vento que sopra nas frestas das janelas. o chocolate quente ou o café ou o chá a evaporar-se no fumo que se desvanece perfumando o ar, aquecendo as mãos e enamorando a ponta do nariz avermelhada. este ar seco, sem graça, sem amor, sem coisa nenhuma do nada. é isto que o outono faz às pessoas: acorda-as no leito quente embrulhado em tecido de algodão rosado. e depois fá-las vestir camisolas de gola alta pela manhã por que está frio, não há carro para o caminho até ao emprego e a chuva promete a chegada para breve. cachecóis ainda vão mas golas altas é que não! justas ao pescoço é que nem pensar. sacrilégio ou não nesta época do ano é sim um grande sacrifício! e andei assim o dia todo. encafuada na gola alta, cheia de frio e a morrer de calor, sem alento nenhum nestes dias sisudos que antecedem o inverno.

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