quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

natal 2010

era eu miúda e a chegada da época natalíca era sinónimo de luzes por todo o lado, muitas cores, muito barulho de papel de embrulho amachucado, bolas de todos os tipos. a minha árvore de natal foi, durante muitos anos, um pinheirinho verdadeiro a quem cantava "pinheirinho de natal" enquanto o decorava com aquelas fitas de cores garridas das quais agora são feitos os pinheiros falsos que se vêm à venda em cores tão garridas quanto aquelas fitas à vinte anos atrás. as bolas tinham figurinhas ilustradas - o pai natal a acartar as prendas, os meninos à volta da lareira, as renas, os presentes com grandes laços... salas cheias de cor e amor... as botinhas. também já haviam bolas prateadas, espelhadas, outras vermelhas, douradas... e umas outras cheias de brilhantes! depois punham-se as luzes. e entre as picadas afiadas da rama do pinheirinho e as das próprias luzes que entre umas quantas e outras mais eram flores e as arestas eram demasiado definidas até para espinhos lá se enfeitava a árvore de natal - o grande acontecimento do ano! algures nas caixas de papelão, de anos e anos a fio, havia sempre o meu pai natal articulado, vestido num fato vermelho muito vermelhos, as botas pretas muito pretas, as bochechas rosadas muito rosadas e uma barba de algodão maravilhosa. todos os dias mexia-lhe nos braços e nas pernas. a minha mãe gostava de colá-lo num dos vidros da porta da cozinha e eu gostava de o ter ali de costas viradas para a mesa à espera da meia noite da consoada para ver pai e filha num sprint da cozinha à outra ponta do corredor até à àrvore para desempacutar os presentes. havia algures os bonecos de neve desenhados em qualquer lado. árvores de natal cheias de bicos com bolas suspensas de todos os tipos. ah! e sinos! ouvia-se muito o jingle bells e aquelas outras músicas natalícias que agora todos os anos são desculpa para se fazerem cd's de música natalícia tradicional - como se se andasse todos os anos a inventar músicas de natal que prometessem prosperidade. mas havia uma música em especial... que era ironicamente badalada entre a miudagem... como era?! ah! encontrei. é assim: "Jingle Bells/Jingle Bells/Já não há papel!/Não faz mal/Não faz mal/Limpa com jornal!/O jornal tá caro/Caro para chuchu!.../Já me dói o dedo/De Limpar o .../Jingle bells..." ah ah!!! muito bom! e até eu ser crescidinha o pai natal era uma figura muito paternal, as renas muito próprias à diversão, os sinos, ainda que só delineados, eram uma alusão perfeita a sinfonias! belas orquestradas! durante muitos anos a tradição fora cumprida. no dia em que a minha mãe resolveu resignar-se contra aqueles pinheirinhos de natal que nem tinham eira nem beira foi uma dor de barriga para o meu pai, muito pano para mangas.
ah! mas hoje em dia já não é nada assim! os tempos são outros! hoje em dia as músicas de natal começam a cantar nas ruas ao dia 01.dezembro e a mascote de natal é a popota. a popota?! ah e a leopoldina. a leopoldina?! mas o que tem a ver um hipopótamo e uma ave a ver com o natal? a popota então este ano regressou com uma força que começa nas gatas assanhadas e zaping! lady gaga zaping! britney speares! a leopoldina (ainda é parecida com um perú mas como eu não como peru no natal por que gosto de comer é bacalhau...) anda o ano inteiro no ginásio para agora estar em melhor forma que a angelina jolie no tomb raider!! as ruas estão vazias de luz para o que é habitual a esta altura do ano. a crise não permite decorações extravangantes e por aqui, pelo andar da carruagem, nem esta semana nem nas próximas três. por mim, tudo bem! sempre fui contra a decoração de natal no meio da água-pé e das castanhas do são martinho. coitado do senhor! ser assim passado para trás! mas quem não gosta de ver as ruelas de portugal enfeitadas agora? mas é sim... os tempos são outros. agora são tempos de leopoldinas e popotas. " - ai popota!" e o pai natal?

4 comentários:

  1. Adoro! quando era miudo tambem tive a fase do pinheiro verdadeiro lol
    lembro-me de 2 ou 3 vezes ir com o meu pai a uma fazenda buscar um pinheiro. FEIOS! todos tortos, ou muito magrinhos e altos. coisas horriveis. depois a coisa evoluiu e a maria emilia descobriu os de plastico. nao sujam. nao dao trabalho. o primeiro que ela comrpou tinha uns 50cm. uma coisa triste lol

    agora já temos um de plastico com 60 cm... melhorou, mas eu acho que afinal tambem quero um pinheiro a serio!

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  2. os meus também eram todos assim! uma coisa deplorável!! eu gosto deles grandes!! 60 cm é coisa para meninos!!

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