segunda-feira, 29 de outubro de 2018
lamechices de mãe
sábado, 27 de outubro de 2018
a companhia das palavras à solidão
valem o que valem para o bem e para o mal mas serão sempre honestas. serão sempre reflexo do meu interior mais inóspito. serão sempre um achado inacabado de mim como um diamante em bruto. e nunca cessarão de sair do meu peito. saiem-me da boca p'ra fora, algumas, outras são tão difíceis de proferir como as lapas, na rebentação das ondas contra as rochas, descolarem. e ainda que fosse feita uma pesquisa minuciosa da gramática para melhor exemplificar a semântica da minha expressão arrisco que não há categoria ainda... ou se calhar até já há, sei lá! (nunca fui um exemplo a gramática e agora com a treta do novo acordo ortográfico que só o meu país aderiu fica difícil até saber escrever quanto mais falar.)terça-feira, 23 de outubro de 2018
no futuro...
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
bronquiolite... outra vez!
"este pequeno está a preparar-se para ficar cá!"
caiu-me o mundo! desta vez, que não ia a contar, hão-de trocar-lhe a medicação, pensava, a mínima janela de oportunidade revelou-se um pórtico que abalou o meu mundo.
o meu bebecas, só este ano, já vai na terceira ou quarta bronquiolite e parece ser um túnel sem retorno nem resolução. é muito assustadora, a realidade de ficar à noite, no hospital, com um bebé, por causa dele e não por nossa, e em boa verdade digo por mais clichê que possa ser, dava tudo para trocar de lugar.
espirrou? não me importava de ficar com gripe!
tossiu? eu podia aguentar uma tosse de enfiada e perder as refeições de três dias.
mal respira? eu sobrevivo!
agora... quando é ele ... e nada deste mundo permite que eu possa substitui-lo é uma sensação de incapacidade, de impotência... monstruosa!! dói muito.
chorei ali, naquele segundo, em reflexo as palavras da médica. não consegui controlar o impacto que aquilo teve em mim. dói de uma violência tal que parecia ter rebentado outra bomba nuclear. a pobre da médica pediu desculpa, não foi intencional. nem me importei com isso. só queria que o meu bebé não passasse por nada disto! eu só queria não estar ali. o que menos me importava naquele momento era a intenção das palavras dela! eu não queria nada daquilo para o meu bebé!
limpei as lágrimas. perguntei se podia ficar com ele e estranhamente consolou-me as palavras da médica-chefe: "- deve!" sorri. um sorriso amarelo e levantei-me. peguei no meu filho ao colo.
fiquei ali. a noite toda ao lado dele num cadeirão com ar confortável para uma leitura extensa de quatrocentas páginas nunca para uma sesta de meia hora que fosse mas que interessava isso agora??
o menino adormeceu perto da meia noite.
há uma fez-se nova aplicação de medicação.
às cinco acordou com fome e reclamou de não ser a quantidade habitual!
adormeceu.
acordou umas três horas depois quase como se nada fosse e aguardamos o dia todo para saber se mudávamos para o internamento, se íamos para casa.
viemos para casa onde o cheiro, as cores, as coisas são nossas. onde há amor, não que haja razão de queixa seja de quem for - médicos, enfermeiras, auxiliares, todos exemplo de humanidade e compaixão no profissionalismo da função que desempenham. o médico perguntou de onde vinhamos e a chefe andou com ele, preso pela t-shirt, nos corredores a incentivar os primeiros passos dele por ele mesmo; a enfermeira brincou com a contagem em cada bomba de ventilan e atrovent, teve palavras doces com o meu menino; a auxiliar brincou com as bolas de natal penduradas do tecto, pegou-lhe ao colo para que ele mesmo tocasse nelas, deu-lhe um carrinho de brincar, fez-lhe uma papa; mas em casa é onde realmente pertencemos.
no entanto, obrigada à(s) equipa(s) do centro hospitalar do oeste das Caldas da Rainha que esteve/estiveram a trabalhar entre o período das dezanove horas do dia vinte de outubro e as dezasseis horas do dia vinte e um. para mim, mãe, significou muito!
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
mundo, o que tu precisas
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
ites de palpites, amigdalites, bronquiolites e...??
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
chegada a casa
por esta altura sentia-me dividida até com a gata, que mal me recebeu. cheirou-me e afastou-se. cheirou o mais perto ou longe, nem sei, possível, esticada o mais que conseguia permitir-lhe perceber o que se passava naquele casulo que emanava um odor tão forte e uma temperatura tão alta a uma distância considerável segura. quarta-feira, 3 de outubro de 2018
parabens!
apagaram-me.
quando voltei a abrir os olhos só sentia frio e a voz não saía. o J. apareceu de rompante ao pé de mim. e eu só quis chorar! só queria aquele abraço, aquele conforto, aquele beijo.
a viagem para o quarto parecia interminável mas pelo menos não havia lá mais ninguém. eu não queria ver ninguém. queria ser só eu e o meu bebé. chorar de medo de uma mudança tão radical na minha vida e maravilhar-me com isso ao mesmo tempo. 
