sábado, 27 de janeiro de 2018

segunda primeira infância

esta coisa da maternidade parece um retorno inevitável à primeira infância que a gente tem. 
cá em casa não falamos abebesado mas o tom é contraditório pois é infantil e, não falsa mas obrigatória alegria, que é infantil. eu não digo bom dia ao meu filho só assim: "bom dia, filho.", claro que não! é sempre num sorriso pepsodent e com prolongamento das palavras assim: "booom diiiiiiiiaaa... (e repito) booom diiiiiiiiaaa filhoooo...", pois...  viramos papagaios sem penas e mais babados que o nosso bebé de três meses! e aquele ser adorado faz o que esperamos que faça: ri-se! e a cena repete-se. é uma figura ridícula.  ainda no outro dia, em conversa com outra recém mamã a afirmação dela foi: " faço figuras muito ridículas para entrete-lo!" e a nossa conclusão: "é verdade!" e logo eu, que nunca tive este botão accionado parece que não sou mais a mesma pessoa nem dou uma p'ra caixa!
e até descubro que afinal os monstros  até existem. não estão debaixo da minha cama porque a mesma vai até ao chão e tem gavetões mas encontrei, finalmente, o bicho-papão. apresento-vos... o bicho-cólicas-papão. sim, sim a criatura tem nome do meio e é cólicas! e não é, de todo, das crianças mas dos adultos em alerta-pânico com um bebé que esperneia e se contorce e ruboriza, e chora, e grita. e vem sem manual de instruções. obrigada.
agora... ontem descobri que as bruxas existem, ou pelo menos, a hora delas.
é mais ou menos a partir do fim do dia até à última refeição antes de dormir a noite toda (espera-se! - isso não existe); é outro choro desensofrido sem calor nem frio, nem fome, nem por razão nenhuma; nem febre!
um banho quente, uma voz calma mas alegre, uma massagem e luz fusca no quarto durante o aleitamento/mamada parece ser a receita sagrada para espanta-las. 
é curioso, quando o bicho-papão é expulso vem as bruxas... cá para mim há aí um complô qualquer!

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