segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

a malta gosta de chocolate branco eu prefiro o preto!

"não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti!", disse-me a minha mãe logo nos primeiros dias de aulas da escola primária, não devia ter mais que sete anos. e de forma mais ou menos fácil sempre tive estas palavras como uma máxima de vida a seguir independente de tudo o resto (pelo menos do que me lembro). anos mais tarde quando comecei a ter consciência do que é ser visto e não aceite na própria pele ou na pele dos outros acentuei a minha forma de pensar, moldei a minha maneira de falar, geri o meu sentimentalismo; com o tempo defini a minha personalidade e os pré-conceitos do politicamente correcto indo contra a maré.

a malta gosta de chocolate branco eu prefiro o preto!

e por isso não percebi como é que o ainda actual Presidente da República, António Cavaco Silva, veta uma lei que, a meu ver, beneficia toda a gente. que ele tenha as suas convicções religiosas não sou eu nem alguém que vai refutar isso - ninguém tem esse direito! e daí a minha questão resume-se a isto: como é que alguém que aprova o casamento gay veta a lei da adopção e co-adopção entre casais homossexuais?!
estamos a falar de crianças que, na sua maioria, foram abandonadas sabe-se lá onde e em que condições e sua excelência vem argumentar que é preciso ter em conta "o superior interesse da criança", que eu pergunto qual é senão mais que sentir-se amada?!
que diferença há entre dois homens ou duas mulheres ou um homem e uma mulher que além de darem um tecto, roupa, alimentação, garantir cuidados de saúde também têm amor para abençoar e valores éticos e morais para transmitir?! a homossexualidade não se escolhe. o que se escolhe são as experiências. essas sim. por curiosidade, por vontade, por que sim, qualquer um de nós pode ter ou não experiências homo e isso não faz de cada um de nós mais ou menos heteros. a homossexualidade assim como a heterossexualidade já nasce connosco. e eu sei que este texto parece um contra-senso mas a minha mensagem não é anti-natura. anti-natura é a violência das palavras e dos actos a que somos submetidos diariamente logo depois de um bom-dia entusiasta e, isto sim, também é contra-senso!
porquê rotular? afinal de contas são pessoas que estão dispostas a dar tudo de si a quem não lhes é nada geneticamente falando por que parece que é só isso que interessa! e depois vem-se a saber de um pai que abusou da sua filha, uma mãe que abandonou o seu filho recém-nascido no primeiro caixote do lixo que encontrou, um pai que nunca quis ter filhos ou um homem que nunca quis ser pai e uma mulher fértil que amaldiçoa todos os deuses pela fertilização no seu ventre ou uma mãe que nunca quis procriar.
parece-me óbvio que duas bichas ou dois paneleiros ou dois gays ou chamem-lhes o que quiserem têm mais para dar que alguma vez algum dos responsáveis pela vida de uma criança se importaram assim como duas lésbicas ou mulheres-machos...
carácter não está implicado na orientação sexual de cada um. faz parte dos valores que foram transmitidos na sua infância, na sua educação e isso sim é uma ligação contínua como um círculo bem diferente daquilo que se passa à já vários meses neste país com este assunto: andamos às voltas! 
o país precisa de uma meia volta. 180º! é preciso mudar a mentalidade! bem sei que haverá crianças que sofrerão descriminação, bullyng, que não serão compreendidas, que ficarão confusas por terem dois papás ou duas mamãs mas uma revolução nunca foi pacífica e precisamos de reeducar os nossos irmãos, os nossos vizinhos, os nossos amigos, o nosso pai, a nossa mãe.
é que, resumidamente, há só dois pontos nesta trapalhada toda que importam:
  1. são crianças que casais hetero abandonaram à sua sorte.
  2.  são pessoas que querem amar essas mesmas crianças.




2 comentários:

  1. e quem fala assim não é gago:) é um tema que tem muito de pró e contra...

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  2. sim, eu compreendo e até respeito no entanto acho que tudo se consegue.

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