segunda-feira, 9 de julho de 2018

mares incertos

a verdade não é absoluta, não é única, não é completa.

a verdade não completa, não satisfaz, não supera.

por isso se procura tanto a felicidade dos contos de fadas, o "felizes para sempre" agora e aqui.

e por isso a realidade é tão frustrante, tão contra-sentimento, raras vezes, contra-senso.

raras vezes as lágrimas abafam as gargalhadas na almofada - a percepção que se escolhe é o único livre-arbítrio, que Deus ou alguém ou algo (sei lá eu, não percebo nada do assunto!), que tenho nas mãos.

as minhas mãos são concretas, são palpáveis, mestras do toque, do sentir. isto eu sei. não sei. sinto.

curioso... aquilo que sinto - seja o que for, bom ou mau ou assim-assim - é exactamente o que me atrai. é atracção é o quê? não é real. é falso?! por que é que tem de ser falso? só porque não vejo?? "feliz aquele que crê sem ver". e eu nem sou religiosa. crente sim. e eu creio naquilo que sinto.

e afinal, a verdade é o quê? 
Watercolor/ink/ Museum
ana agostinho

está na verdade o porto-seguro daqueles que não querem ver num mar revolto de sentimentos incertos. eu escolho o mar sem saber nada, sem saber nadar; a verdade estará sempre lá e eu sei sentir. sei? sinto.

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