domingo, 17 de julho de 2016

60ª Caminhada Trilhos do Mar: Constância - Castelo Almourol - DIA 1

cebola, alho e salsa picados... bacalhau desfiado. grão lavado. ovos cozidos. azeitonas temperadas com alho e azeite... tudo despachado em tupperware. copos de plástico e guardanapos. talheres... ah!! azeite e vinagre! iogurtes, sumos, bolachas; águas e minis. tudo despachado. o J. acorda e orienta o resto que falta.
às oito horas da manhã o termómetro marcava vinte graus celsius!
às nove saímos de Peniche ao som dos red hot chilli peppers rumo a Constância, distrito de Santarém. reunimos-nos com os Trilhos do Mar e a primeira paragem foi na estação de serviço de Rio Maior, combinado não tinha corrido tão bem; ao mesmo tempo chegam os RC e os OA. água nos pára-brisas, cafésinho para abrir a pestana.
segunda paragem: supermercado a caminho dos Riachos (para comprar aquilo que os esquecidos deixaram para a última hora; no meu caso: protector solar).

"Punhete era o antigo nome de Constância. Foi no século passado que o nome mudou e segundo a lenda, em homenagem a um grande amor ali vivido.
(...) das lutas liberais aconteceu o amor entre dois jovens de duas importantes famílias da vila,(...) proibido, já que as famílias pertenciam a campos políticos opostos -  uns eram Miguelistas e outros Liberais. 
Diz-se que apesar da oposição das famílias os jovens casaram e foram felizes. Anos mais tarde a Rainha D. Maria passou pela vila e esteve hospedada na casa do casal e (...) contaram à rainha a sua história de amor.
A rainha terá ficado comovida e disse:
- Devido à constância do vosso amor e à beleza desta terra, que é tão bonita e tem um nome tão feio, a partir de agora ela passará a chamar-se Constância."

chegámos, finalmente, a Constância. a vila é muito pacata, muito tradicional, muito bonita, à primeira vista. chamam-lhe carinhosamente a VILA POEMA e, de facto, numa esquina encontramos O'neill, numa travessa Camões. 
montámos a barraca no parque de campismo e começou logo de forma crítica: trouxemos a bomba; as almofadas novas, de encher; os sacos de cama mas não o colchão.
há muitas árvores à volta, o que é óptimo sinal de sombra e frescura; bikini vestido, toalha na mão, ora vamos lá ver a temperatura do rio!
a corrente era relativamente forte; uma arca vazia e um par de chinelos anunciavam a chegada de algumas pessoas que desciam de caiaque o Zêzere que beijava o Tejo, mais abaixo.

oh vida boa! CREDO!!! os seixos estão hot, hot, hot! OH MEU DEUS! a água está fria que dói! os tornozelos e os joelhos até ficam dormentes tal o choque térmico. vamos para a toalha... que está a escaldar! vamos à água que está tão fria que poucos são os corajosos que mergulham.
o almoço foi piquenique!
e o resto da tarde foi passada num metro: toalha -beira do rio - toalha - beira do rio - (protector solar) - toalha - (água) - (...)
à noite fomos jantar à Taverna da Leopoldina.
muito genuíno, o espaço "tem paredes com duzentos anos...", disse a empregada cheio de orgulho no peito, e é tudo encantador: as loiças são de barro, os jarros de vinho caseiro, branco ou tinto, que é servido em pequenos púcaros de inox. para entradas tivemos azeitonas e pão e bolinhas de queijo creme com salsa e o menu também tinha o seu quê de excelência, por exemplo, ninho da leopoldina (alheira com ovos de coderniz) ou cação com molho verde, que foi a minha segunda escolha e não foi boa; na verdade, tirando a grelhada mista, todos os outros pratos para prova eram grandes maravilhas, só isso. 
dessert. havia duas com nomes muito apelativos pela sua originalidade: pudim do tacho e sopa da pedra. roubei uma colherinha do pudim da vizinha do lado enquanto encarei, estupefacta, a empregada por causa da minha sobremesa. era tão pouca que não era maior que uma colher de sopa. sério?! consistia em fruta e pão e sultanas como se fosse pudim mas não era bem o caso. era delicioso, sim, mas pouco. e esse foi o problema que tivemos, ainda antes da sobremesa, quando a senhora nos questionou se o peixe estava bom. bom estava, era pouco, a posta do meu prato não era do tamanho da minha palma da mão... já não bebi café.
seguimos para o Centro de Ciência Viva. 22h45 e ainda se vê o sol a prolongar o entardecer; ainda estão 30ºc.
identificámos a constelação da Ursa Maior e da Menor, da qual só se viam duas estrelas; conhecemos o bule, o cisne, o escorpião, a borboleta ou o H de Hércules, a nuvem de estrelas; depois a cassiopeia; aprendi a descobrir a estrela polar e ouvi falar, pela primeira vez, do triângulo de verão. vimos pormenores da lua; o planeta Marte, Saturno com os seus anéis e Júpiter com as quatro luas maiores...
a repetir e descobrir o centro de dia porque há muita coisa a descobrir!
voltámos ao parque para prolongar a conversa fiada e despertar gargalhadas! a S. levou três garrafinhas de tinto, lá de cima, de Coimbra, da adega de um amigo. eu fui buscar ao carro as bolachas de chocolate. 
e tudo se passou. até sustos! então não é que me assustei com o cabelo da criança no colo da mãe?! no barulho das luzes não distingui que a criança dormitava. 
são duas da manhã e o telemóvel denuncia 28ºc. vamos dormir, há muito que andar amanhã!

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