quinta-feira, 23 de agosto de 2018

chuvas de agosto

nas chuvas de agosto não sei medir o tamanho do desgosto causado pelo gelo que abala o calor do estio. é um nó que se instala, que se aperta a cada soprada violenta do vento, bandido!
bendito aquele que tira partido dos quatro elementos.
infeliz, o triste, que embora olhe p'ra o céu, não vê nada além das nuvens cinzentas que cobrem o céu azul e o sol, que já vai alto, e se recolhe em si mesmo procurando o conforto que não encontra noutros braços, por que não os tem... nem outros pés que lhe aqueçam a cama... nem lábios que o beijem para acalentar a alma. 
pobre do espírito que vagueia sem rumo, sem destino, alheio ao mundo, perdido no tempo, entregue à sua própria sorte, madrasta ou madrinha, e sozinho. 
faz-me lembrar, por vezes, as folhas arrancadas pelo vento e levadas sem ordem de travar a viagem...

as noites de verão já não são o eram nos meus tempos de garota, nem longas nem quentes nem eu já sou garota! também já não se vêem os pirilampos nas encostas de caniços a brilhar do cu e a minha casa ja não é aquela, moro onde sou feliz! porque só preciso de paredes que deixem ver para além do que a vista alcança, seja serra ou monte ou mar, e um tecto de estrelas para me sentir abençoada.

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