sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Oxalis pes-caprae

eu sou oxalis pes-carpe, a praga má que se propaga pelos campos fora.
eu sou a praga má que aspira ser dente de leão no leito da morte.
o momento exacto que tudo se desfaz em prol de um bem maior: a continuidade da vida! 
aquele momento ilusório de liberdade total que a semente pensa que tem quando se solta até ao o seu devaneio se tornar realidade distante; nesse ponto tudo termina ficou presa, interrompendo a sua suave viagem pelo mundo. é pequeno o mundo e nem estava livre, estava à deriva e por isso, não era total. foi quase...
fica ali. entregue no seu destino que não comanda ainda que o saiba: enterrar-se-à na aridez das levas secas do sol; voltará em flor, a flor que se transforma. florescerá, amarela e jovial e depois será um tufo de sementes e fará o ser humano mais comum ser (ainda mais) patético! diz-me... porque sopras tu, delicadamente, as sementes e ficas a vê-las planar no ar sem destino? até pedes um desejo humano! patético! 
a praga má, que se propaga rente ao chão, estupidamente, ambiciona isto!

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