sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

a falta que tu me fazes!

sim, a ferida não cicatrizou. deixei a menina há muito tempo no tempo que passou por mim antes de tempo! a ferida não sarou. nem sei como sará-la. 
há dores que nunca desaparecem e a tua ausência... há horas que me fazes uma falta! não quero nem imaginar o dia que fique sem ela. ainda que eu sei, nesse dia, ela estará bem. mas eu não. eu nunca mais ficarei bem. ficarei ainda mais sozinha no mundo.
acordo para um mundo que não reconheço. que aconteceu ao meu mundo, à forma como o via em menina? 
sim, é certo, que ambicionava ser crescida, quem não? mas o sol era mais quente. as flores tinham mais cor. eu tinha uma lareira e bonecas com vidas perfeitas. a chuva não era fria e os dias cinzentos até tinham a sua graça.
havia abraços inocentes, beijinhos de amor escondidos, palavras sagradas pronunciadas baixinho e risinhos sem jeito, feitos de coisas simples.
roubaram-nos uma da outra. e sim, tenho medo de tudo. tenho medo do mundo. tenho medo de não ser capaz.
tenho também as lágrimas de quem nunca chora.
e também tenho comigo, as gargalhadas inesperadas.
sobretudo, tenho o medo, companheiro amigo que me desafia no dia a dia. que espicaça o meu espírito; que provoca; que me tenta; que me assombra. tenho-o comigo para me lembrar que eu sou mais, que tenho mais e, acima de tudo, que quero muito mais.
espero que estejas comigo, no coração, pelo menos. 

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