segunda-feira, 5 de novembro de 2018

excedentes

nunca somos suficientes. nunca seremos. é tão natural quanto cruel e é equivalente à vontade de o querer ser. há quem acorde e ache o mundo um lugar maravilhoso para viver, cada dia é uma dádiva. 
há quem acorde com reprovação na voz e odiando até a humanidade que já morreu e aquela que ainda nem nasceu (nem vou referir a actual). eu tenho os meus dias, não acredito em unicórnios e adoro o pai natal. trabalho todos os dias para ser melhor pessoa, alguns dias é mais difícil por que a educação é sempre mais forte que o meio onde se vive mas insisto até quando já estou em bicos de pés e de dedo indicador em riste e faces vermelhas, a voz prestes a falhar ou a engrossar, e as lágrimas a quererem brotar!... às vezes até pergunto a mim mesma o porquê da minha insistência neste tipo de lacunas; o que quero provar; a quem quero provar; o quê, exactamente. 
gosto de acreditar que o tempo nunca é perdido nem mal empregue desde que se retenha alguma experiência, algum conhecimento. se se puder buscar conforto ou regozijo, melhor. fora isso... é uma sensação de fracasso e desconforto muito ingrato. nunca corresponderemos às expectativas dos nossos progenitores ou excedemos ou negligenciamos. que raio ambicionarei eu, daqui a uns dez ou quinze anos para aquele ser tão pequenino que dorme a meu lado agora?

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