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quando chegou o fim do dia, quando finalmente cheguei a casa e liguei a tv para ver os morangos porque esta edição é simplesmente deliciosa; digam lá o que disserem, é uma série que merece a minha atenção - recorda-me os sonhos que ficaram debaixo dos escombros da escola secundária agora reconstruída, na sua maioria, para o agrupamento das escolas básicas da região. imaginei um cento de coisas ali. ali senti-me gente.
nunca ninguém percebeu o porquê de eu gostar da escola como não era beta isto causava-lhes grandes dificuldades de percepção. eu explicava que em parte gostava mesmo daquilo: a agitação das aulas, os trabalhos, os stresses entre colegas; em parte porque trabalhava muito e o período de aulas eram as minhas férias. não houve setembro aquando da chegada à escola que em vez do típico bronzeado do verão tinha negrelas em tudo quanto era sítio nas pernas, e às vezes, nos braços; as mãos esfarrapadas e o corpo moído. mas aparte disso aquela sensação no começo das aulas era sempre uma sensação a repetir... o cheiro a livros novos. o folhear, página a página, dos livros novos. cadernos novos. lápis de cor, pincéis, réguas, transferidor, minas. o ring estrondoso das campainhas. a voz entediante das professoras mais velhas. o corpo jeitoso dos professores recém-chegados. foram os melhores doze anos da minha vida inteira e não me importava rigorosamente nada de os repetir ou de os reviver de alguma forma... mas não dá, infelizmente. a vida dá outras voltas. e há escolhas a fazer como gente grande. assim que a série dos morangos com açucar terminaram ficou uma nostalgia muito grande. a saudade dos cadernos. a saudade das colegas que nunca mais me falaram. o tempo que já lá vai e não volta nunca mais. nem as pessoas serão como dantes. e dantes é que era bom... o tempo passa... só é pena que esta nostalgia não me deixe aproveitar as coisas boas que vou tendo agora... eu tenho consciência disso. e isso também me entristece. bons velhos tempos...
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