eu
não sei o que é ser mãe.
não sei chorar só com motivo.
não sei rir apenas com justificação.
não. eu choro porque não tenho calma;
porque a alma se revolta num grito estridente de uma birra inesperada.
eu choro
porque palras ma-ma-ma-ma-(...) e quase parece que dizes ma-mã e... ah!, afinal
não!
e choro ainda porque, ainda ontem, eras tão pequenininho e choravas tanto
e por tudo e por nada por que o mundo é gigante e tu, tão indefeso, nada te
salvaguardará como o peito da tua mãe - ainda recordo as tardes em que só
sossegavas em posição fetal e coordenavas a tua respiração com o tum-tum-tum
acelerado, assustado, do meu coração.
então choro porque agora já tens sete
meses. e o tempo passa rápido demais e ainda há tanto para aprender e o que já
passou afinal não foi nada...
rio de ti. rio contigo. rio de mim.
seis meses e
descobri que os bebés, pelo menos os rapazes, têm bigode! e penungem de
pintelhos ao passo que o pêlo das costas foi-se com o tempo.
as gargalhadas são
inesperadas.
rio com e da expressão alegre no teu despertar.
rio de mim que me alegro do teu cocó e de quantos fizeste por dia - que grande festa cá em casa!
***
DIA DA MÃE 2018 |
é preciso tempo para o tempo fazer o seu trabalho - a
ignorância tem o seu lado negro de ironia! - dar mama; dar banho; vestir; dar a primeira colher
de sopa e de papa; ver a primeira careta; assistir ao primeiro espirro, e a primeira tosse e
eis... a primeira queda.
depois choro eu. e tu ris. e eu rio de mim mesma, que
figura, que exemplo, sim senhora!!
ser mãe é mais que parir, é um facto.
não sei como fazer as coisas mas sei uma coisa: é um
amor que se alimenta de colo; que cresce numa lágrima que cai; que aumenta a
par de um gu-gu da-da; que se afirma num sorriso; que sossega no cheirinho bom do meu bebé...
... que ensina a ser gente a gente que pensa ser alguém! afinal... só
aprendemos a ser filhos quando somos pais e pais quando somos avós. até lá, ser
mãe, é ser uma versão melhor de mim! ou assim espero por que assim o sinto.
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