00h00 make. saia. blusa. pochete. sapatinho de salto alto. ora vamos lá lançar charme na AMP.
03h30 ainda não dormia. tomara! o sábado teve dois dias de trabalho juntos e depois de um banho tomado, roupa trocada e a vibração do rock a penetrar nos poros, a adrenalina era mais que muita. mas os Trilhos já não são os mesmos sem mim e já nem eu sei passar um mês sem participar nas suas iniciativas.
cheguei ao ponto de encontro de mochila às costas e na mão a bolsa da Canon, os ténis já velhos, a sweat quente da AMP; pronta para o que der e vier!
"tengo espacio en mi coche para tres muheres ô doy 10 €uros", aparece o N., nem vi de onde!, à porta da pastelaria, num portunhol/estugues, gargalhada garantida ainda nem 08h00 eram!
Anços esperáva-nos!
concentração às portas da igreja quais fiéis para a missa. toda a gente confirmada, ou não - consta que rondavam as 800 inscrições - improvisada a fotografia de grupo, lá partimos em direcção às cascatas das quais só tenho mesmo a foto do pedregulho com a palavra e seta esculpidas e pintadas a negro pois, por causa de tanta gente, optei por vê-las no regresso. desci o caminho de terra batida e fui inspirando aquele verde. ervinhas como aquelas fizeram parte da minha infância. a minha infância cheira a terra. a hortas. e é ilustrada nas rigueiras e em charcos e nos poços.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVsQLYGnCSTBsLWddmmFNZ1__rkAYmkFwJnIKLlTcvMi95Ij7cHbSKhzLJ6AQuH06z8AzOcSzvlRvXKExR6eEuTrUKx1q-JBWRMztCymMInzIzNDwH-kV9MQK7oTzYLHy1rj3rCes_Slo/s400/cascatas.jpg)
pela vegetação vi parte da cascata que, frente à distância, a água mostrava-se cristalina e fazia por distinguir-se do castanho das pedras e do tom típico da flora circundante. que imagem...
uma casa! uma casa abandonada, caiada, com grades nos acessos, resiste à invasão da hera que a observa, paciente, à beira do rio. uns declives aqui, outros ali com galhos que vão-se banhando naquela água fria, onde as rochas são aquecidas por um manto de musgo; o cenário é simplesmente deslumbrante!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBxsBp8N6hfXlCNbUjBIqHP4JkSEZC_txuljVYBml6JSqjwjtf59hEFi-GtMfl8Ksoa2jwgGUMfEayp4oN_PECgeyGBEN8zh_kn7eEbnOarRlMKzS0WyaZN9Oa1jiB9_yUA5iWpeNcp1w/s320/galho.jpg)
no horizonte, demora-se à vista, os hectares de terreno num degradê demorado do primário cien ao amarelo-canário! ao longe vê-se uma quinta.
talvez abandonada. talvez vazia. vazia de gente. embora, cheia de alma e presença; aquela quinta, do pouco que pude espreitar, quando, finalmente, me aproximei. enquanto a travessia sob pedras se ia fazendo, cheia de hesitações, com a água a dois palmos de altura. poucos corajosos molharam os pézinhos, agora em pleno março e ninguém caiu! só o sr-organizador L. meteu o pé em cheio na corrente ligeira do rio, na graça do desequilíbrio!
talvez abandonada. talvez vazia. vazia de gente. embora, cheia de alma e presença; aquela quinta, do pouco que pude espreitar, quando, finalmente, me aproximei. enquanto a travessia sob pedras se ia fazendo, cheia de hesitações, com a água a dois palmos de altura. poucos corajosos molharam os pézinhos, agora em pleno março e ninguém caiu! só o sr-organizador L. meteu o pé em cheio na corrente ligeira do rio, na graça do desequilíbrio!
não fosse a quantidade louca de gente naquela manhã, muito zen vinha no meu espírito. duraria pouco. mas viria. a natureza... aquela força a que nada se pode comparar: o som produzido pela cascata; o verde-charali da flora pintalgado aqui e ali com flores carregadinhas de pólen; o toque do musgo; o cheiro da lama; não se ouve nenhum zumbido mas concerteza ele estará por perto.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgje6nKAiQMzMhN2C5eABHa8MKHwzuGEyR7nSzMlHfjiwRaUiZxPAfBl-fmAR3ijI2F2XNr4zCDbvcUUwmno-qA6w1GAU02o5WDKpF19dlHCH5i4lKKGZOkVrbZVztXoLXmcl1eXB86zjk/s320/campo.jpg)
dali em diante foi então um verdadeiro encontro com a lama comparando com as poças a que tínhamos sobrevivido. e encontrei uma papoila no meio de um campo a explodir de cor e aromas primaveris - lembrou-me alguém muito especial. o O. gritava metros à frente! anda D. ainda lhe dá uma coisinha má! o D. é um fotógrafo amador, bom companheiro nestas andanças, boa conversa, simpático.
ah!... asfalto, pensei aliviada!
45minutos depois: ah! asfalto!! pensei exasperada! subidas atrás de subidas ou talvez até fosse sempre a mesma como a bebedeira de alguns, que se estende por dias. as fotos acabam pouco antes da subida de alcatrão tal o baque que foi.
cheguei, finalmente, à igreja e sentei-me. perguntei à R. pela A. "foi ás cascatas!", ah! as cascatas... não as vi! que grande derrota...
***
horas de almoço!
MENU:
entradas de massa folhada, pão de trigo e broa milho com centeio da Consolação, queijos, chouriços!
caipirinhas, sangria de baunilha, vinho tinto, sumos, água.
entremeada-costeleta-bifana!
serradura cm doce de ovos e amêndoa torrada, cheesecake de caramelo salgado da P. e mousse de oreo do S.
café.
café.
juntou-se um grupinho porreiro na casa do L. e da P. para conversa fiada até ao anoitecer!
foi um fim de semana de tal forma intenso que ontem adormeci três vezes durante a escrita e aquando da revisão a bateria, a minha, descarregou totalmente.
foi um fim de semana de tal forma intenso que ontem adormeci três vezes durante a escrita e aquando da revisão a bateria, a minha, descarregou totalmente.
belo texto....fartei-me de rir! imagino-te a adormecer em cimas das teclas.ahahha....e belas papoilas!:)
ResponderEliminar